Michael foi vendido, Marinho chegou ao Flamengo. Números mostram se a troca foi vantajosa

Marinho foi uma boa contratação do Flamengo por cerca de R$ 7 milhões? Depois de eleito o melhor jogador da Copa Libertadores 2020, a queda de rendimento na temporada 2021 deve preocupar o torcedor? E Michael, vendido por R$ 46 milhões, fará muita falta?

Perguntas que o torcedor rubro-negro tem feito desde à saída do pequeno atacante para o futebol saudita, com a chegada do ex-santista ao Ninho do Urubu. As estatísticas da Opta Sports ajudam na formação de opinião.

Michael teve números importantes não apenas ofensivos no Brasileirão passado, atuando por 2.198 minutos em 35 partidas. Com 123 roubadas de bola, o ex-camisa 19 obteve média de 3,51 por jogo, quando a dos jogadores no geral foi de 2,04.

Ganhou 0,43 desarmes por partida, acima da média coletiva de 0,34. Nas interceptações, 0,57, quando no geral a marca era de 0,24. Michael conseguiu 7,24 retomadas de bola por cotejo, bem acima dos 2,13 dos demais.

Ele também foi bem lá na frente, em assistências (0,11 por jogo contra 0,07), chances criadas (1,09 a 0,72), dribles certos (2,17 a 0,87). Como arrisca muito, obteve números mais altos, e consequentemente piores, em dribles. Nos errados: 2,09 a 0,83.

Nos chutes certos Michael cravou por partida 0,80 contra média de 0,51. Nas finalizações fora do gol, 0,83 a 0,56. Foram 46 arremates de dentro da área e 25 de fora, com 49% de precisão. Ao todo ele acumulou 14 tentos, nenhum deles cobrando penalidades máximas.

Marinho atuou menos partidas, 27, mas acumulou mais minutos, 2.225. Ele perde para Michael em bolas recuperadas, com 4,04 por cotejo. Mas foi melhor em desarmes, com 0,83; e pior em interceptações, 0,30.

No ataque, inferior a Michael nas assistências, 0,04; ficou muito próximo em chances criadas, 1,04; bem pior nos dribles certos, 1,41. Nos errados também ficou abaixo do ex-flamenguista, 2,52.

Em arremates no alvo Marinho foi superior, com 0,90 de média, perdendo para o ex-jogador do Flamengo nos sem direção, com 1,19. Ao todo o ex-santista finalizou 82 vezes (36 de dentro da área e 46 de fora, 44% de precisão), Michael 71.

Note que ao contrário do atacante vendido, o novo jogador do Flamengo chuta com maior frequência de longe. Ele assinalou apenas seis gols no Brasileiro de 2021, sendo dois de pênalti.

Michael é mais driblador, Marinho arremata mais vezes e de distâncias maiores. Michael atua mais pela esquerda, Marinho tem se saído melhor pela direita. Não são tão parecidos, tampouco um é o substituto do outro.

Na prática, o elenco passou a contar com um atacante de características diferentes e perdeu o que estava no clube até poucos dias atrás. A ver com o tempo se essa mudança será vantajosa tecnicamente, porque financeiramente não há dúvida