Torcedor dá pouca importância para o futebol olímpico, um corpo estranho nos Jogos
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Torcedor dá pouca importância para o futebol olímpico, um corpo estranho nos Jogos

O Brasil levou um time de futebol masculino forte para os Jogos Olímpicos. Na semifinal diante do México, o técnico André Jardine, voltou a escalar entre os 11 titulares oito jogadores que atuam no futebol europeu ou passaram por lá. Dois, po...

Mauro Cezar Pereira
2 min
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Reinier bate o pênalti que classificou o Brasil - Foto: Divulgação/Lucas Figueiredo/CBF
Reinier bate o pênalti que classificou o Brasil - Foto: Divulgação/Lucas Figueiredo/CBF

O Brasil levou um time de futebol masculino forte para os Jogos Olímpicos. Na semifinal diante do México, o técnico André Jardine, voltou a escalar entre os 11 titulares oito jogadores que atuam no futebol europeu ou passaram por lá. Dois, por sinal, estão na Premier League, a mais importante e disputada liga nacional do mundo, e um dos atletas que saíram do banco de reservas também joga no forte campeonato inglês.

Outros dos que entraram em campo nesta terça-feira defendem clubes da Espanha, Holanda, França, Alemanha. O time brasileiro tem até um experiente e várias vezes campeão em campo, Daniel Alves, que deixou o São Paulo em momento complexo na temporada para viver o seu "sonho olímpico". Um verdadeiro luxo se comparadas às seleções que argentinos e alemães mandaram para o Japão, por exemplo.

Sim, a CBF leva o certame a sério, embora o universo do futebol não dê grande importância a ele. Disputado por homens, ele é um corpo estranho nas Olimpíadas, maior evento do esporte mundial para quase todos os esportes, mas no maior deles, a relevância é realmente grande apenas quando jogado pelas mulheres. Mundial, Euro, Copa Africana de Nações, Copa Ouro e Copa América valem mais.

Apesar do ufanismo olímpico habitual e dos esforços de setores da mídia, que se esmeram para fazer do torneio olímpico uma mini-Copa do Mundo, o impacto provocado pela competição não é grande. Ela é recebida com frieza e certa indiferença pela torcida. Fiz três enquetes em minha conta no Twitter e os resultados são eloquentes quando à menor importância dada ao futebol masculino olímpico.

"A seleção brasileira olímpica, que disputará a medalha de ouro com a da Espanha, empolga você?" Responderam que "Sim" 77,7% e nada menos que 22,3 % dos mais de 16,6 mil participantes clicaram em "Não". Em seguida: "Nas Olimpíadas, você se interessa mais e vibra mais nas vitórias do..." Ao final, optaram por "Futebol" 9,7%, enquanto "Outras modalidades" foi a opção de 90,3% em quase 15,9 mil votos.

Para finalizar, perguntei: "Durante as Olimpíadas você continuou acompanhando seu time de futebol nas competições como Brasileiro (Séries A, B, C e D), Copa do Brasil, Libertadores e Sul-americana?" A massacrante maioria foi no "Sim", com 92,3%, enquanto o "Não"recebeu 7,7% dos mais de 9 mil votantes.

Ok, enquetes em rede social não têm base científica, mas a disparidade não pode ser ignorada. Fica claro que o problema não é o futebol, afinal, mesmo com a enorme oferta de esportes diversos na mídia e incontáveis competições transmitidas, os torcedores, em ampla maioria, seguem acompanhando seus clubes com interesse. Mas a seleção olímpica, como a principal, não mexe com esses mesmos corações.