Parece muito tema para um texto só? Sim, mas nós, mulheres, estamos acostumadas. Se tem gente que se vira nos 30, nós nos viramos em frações de segundo fazendo mil e uma coisas ao mesmo tempo.
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Parece muito tema para um texto só? Sim, mas nós, mulheres, estamos acostumadas. Se tem gente que se vira nos 30, nós nos viramos em frações de segundo fazendo mil e uma coisas ao mesmo tempo. | ||
A realidade implementada a partir de 2020 demonstrou ao mundo o microcosmo feminino: como manter trabalho, rotina doméstica (se tiver filhos esse trabalho é dobrado), saúde física e mental dentro de casa. Como equilibrar trabalho, família, cuidados consigo e com os outros no meio da pandemia – que continuamos a experimentar? Pergunte a uma mulher. Ela vai te responder. E vai te responder também como é se reinventar, porque, afinal, são as mulheres que normalmente abrem mão da carreira em prol da vida familiar. E inventam novos negócios que podem ser feitos a partir do ambiente doméstico: das revendedoras de cosméticos, às chefs, designers e, agora, a área da tecnologia como um todo. | ||
Isso já se refletia no empreendedorismo antes da pandemia: mulheres abriam mais negócios que os homens (segundo dados da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) de 2017), contudo eles tendiam a faturar menos e ser menos inovadores. Essa constatação se refletia em outro dado: apesar de serem mais empreendedoras, os empreendimentos tinham menor taxa de estabelecimento, ou seja, prosperavam menos que os geridos por homens. | ||
Veio 2020 com palavras de ordem: tecnologia, reinvenção, inovação, equilíbrio entre atividades múltiplas e cá estamos, com mulheres liderando as inovações (dados do Sebrae de 2020). Se na abertura de novos empreendimentos as mulheres se equiparam e, por vezes, superam os homens, no microssistema das startups o mesmo não ocorre: apenas 16% dos empreendimentos são liderados por elas e nas mesas onde sentam os investidores (essenciais para negócios com base tecnológica) menos assentos ainda são ocupados por mulheres. Uma junção de fatores explica essa pouca expressividade: o público feminino está menos presente em áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (carreiras “STEM” (sigla em inglês), culturalmente desencorajadas a seguir por essas carreiras, refletindo-se num número menor de empreendedoras nessa área e com negócios menos visíveis, portanto, aos olhos de quem investe. | ||
Esse cenário tem mudado com editais específicos para a área de empreendedorismo feminino, em especial na área de startups. No Brasil, o Grupo Movile, ecossistema de empresas de tecnologia formado por iFood, Sympla, PlayKids, Wavy, Zoop e MovilePay, por exemplo, aderiu ao compromisso perante a ONU Mulheres para empoderar cada vez mais mulheres no mercado de trabalho, buscando iniciativas para efetivar a igualdade de gênero. | ||
E para encerrar esse texto com chave de ouro, faço um convite: assim como na vida, somos grandes parceiras e uma parceria de verdade existe entre dois seres em igualdade de condições – isso: igualdade, não superioridade ou sobreposição. Que, tal então, investir em negócios liderados por mulheres de forma a elevar nosso país a patamares de excelência com gestões ágeis, inovadoras e rentáveis, além de líder em igualdade de gênero? Um título nobre e possível! |