PANDEMIA, EMPREENDEDORISMO FEMININO E STARTUPS BY ALANA CAVALCANTE.
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PANDEMIA, EMPREENDEDORISMO FEMININO E STARTUPS BY ALANA CAVALCANTE.

Parece muito tema para um texto só? Sim, mas nós, mulheres, estamos acostumadas. Se tem gente que se vira nos 30, nós nos viramos em frações de segundo fazendo mil e uma coisas ao mesmo tempo.

Mauro Mendes
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Mulher e empreendedora Alana Cavalcante .
Mulher e empreendedora Alana Cavalcante .

Parece muito tema para um texto só? Sim, mas nós, mulheres, estamos acostumadas. Se tem gente que se vira nos 30, nós nos viramos em frações de segundo fazendo mil e uma coisas ao mesmo tempo.

A realidade implementada a partir de 2020 demonstrou ao mundo o microcosmo feminino: como manter trabalho, rotina doméstica (se tiver filhos esse trabalho é dobrado), saúde física e mental dentro de casa. Como equilibrar trabalho, família, cuidados consigo e com os outros no meio da pandemia – que continuamos a experimentar? Pergunte a uma mulher. Ela vai te responder. E vai te responder também como é se reinventar, porque, afinal, são as mulheres que normalmente abrem mão da carreira em prol da vida familiar. E inventam novos negócios que podem ser feitos a partir do ambiente doméstico: das revendedoras de cosméticos, às chefs, designers e, agora, a área da tecnologia como um todo.

Isso já se refletia no empreendedorismo antes da pandemia: mulheres abriam mais negócios que os homens (segundo dados da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) de 2017), contudo eles tendiam a faturar menos e ser menos inovadores. Essa constatação se refletia em outro dado: apesar de serem mais empreendedoras, os empreendimentos tinham menor taxa de estabelecimento, ou seja, prosperavam menos que os geridos por homens.

Veio 2020 com palavras de ordem: tecnologia, reinvenção, inovação, equilíbrio entre atividades múltiplas e cá estamos, com mulheres liderando as inovações (dados do Sebrae de 2020). Se na abertura de novos empreendimentos as mulheres se equiparam e, por vezes, superam os homens, no microssistema das startups o mesmo não ocorre: apenas 16% dos empreendimentos são liderados por elas e nas mesas onde sentam os investidores (essenciais para negócios com base tecnológica) menos assentos ainda são ocupados por mulheres. Uma junção de fatores explica essa pouca expressividade: o público feminino está menos presente em áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (carreiras “STEM” (sigla em inglês), culturalmente desencorajadas a seguir por essas carreiras, refletindo-se num número menor de empreendedoras nessa área e com negócios menos visíveis, portanto, aos olhos de quem investe.

Esse cenário tem mudado com editais específicos para a área de empreendedorismo feminino, em especial na área de startups. No Brasil, o Grupo Movile, ecossistema de empresas de tecnologia formado por iFood, Sympla, PlayKids, Wavy, Zoop e MovilePay, por exemplo, aderiu ao compromisso perante a ONU Mulheres para empoderar cada vez mais mulheres no mercado de trabalho, buscando iniciativas para efetivar a igualdade de gênero.  

E para encerrar esse texto com chave de ouro, faço um convite: assim como na vida, somos grandes parceiras e uma parceria de verdade existe entre dois seres em igualdade de condições – isso: igualdade, não superioridade ou sobreposição. Que, tal então, investir em negócios liderados por mulheres de forma a elevar nosso país a patamares de excelência com gestões ágeis, inovadoras e rentáveis, além de líder em igualdade de gênero? Um título nobre e possível!