Sertanejo, como surgiu até a explosão no século XXI – Parte 2

Vocês se lembram do texto anterior contando o ponta pé inicial do sertanejo no Brasil com o Cornélio Pires gravando Jorginho do Sertão né, então agora vamos para o passo seguinte, a música caipira como era chamada na época foi muito mais que um som, ela mostrou para os brasileiros histórias do campo. Lembrando que estamos falando de 1929 onde 70% da população vivia no campo, era um país totalmente agrário, com analfabetismo em alta e somente que tinha posses (leem dinheiro) iria estudar para ler e escrever e era muito difícil o registro em livros dessa época , muito se sabe por relatos de pessoas que viveram na época.

O Sertanejo Caipira tem a sua origem da Catira e tradições culturais dos indígenas, onde se desenvolveu nas famosas rodas juninas, que era uma festa para comemorar a colheita e confraternizar. As composições das músicas caipiras (hoje são os famosos modão /raiz) iam além do som, mostravam o dia a dia do povo do campo com suas paisagens bucólicas e as diferenças da realidade urbana.

Após esse início as combinações passaram por uma transformação, não somente falando das paisagens e da vida do campo e começaram a falar sobre amor, traição, crime e muita, muita desgraça. Algumas letras são praticamente poesias, que poderiam ocupar um espaço generoso na Academia Brasileira de Letras.

Já existiam algumas duplas sertanejas nessa época e bastante conhecidas pelo interior do país que eram; Mandi e Sorocabinha, Mariano e Caçula e Tonico e Tinoco. Em breve veremos a parte 3 dessa série sobre o sertanejo.