De vítima à vitoriosa!
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De vítima à vitoriosa!

Acredite ou não, mesmo que hoje eu ajude mulheres a entrarem no fluxo da abundância em todos os níveis, através da terapia sistêmica, eu também já me comportei como uma vítima e já me senti um fracasso. Quando eu era adolescente, vi a minha “família

Gabriela Filippini
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Acredite ou não, mesmo que hoje eu ajude mulheres a entrarem no fluxo da abundância em todos os níveis, através da terapia sistêmica, eu também já me comportei como uma vítima e já me senti um fracasso.

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Quando eu era adolescente, vi a minha família margarina” ruir com o divórcio dos meus pais e a nossa situação financeira ficar muito difícil. Nós, que sempre tivemos uma vida confortável, com direito às férias no Guarujá, roupas da moda e finais de semana em restaurantes bons, agora estávamos contando as moedas para que pudéssemos comprar o pão.

Eu estava prestes a prestar vestibular e sentia uma profunda dor e abandono do meu pai, por ter deixado a nossa casa, e isso me fez tomar as dores da minha mãe. 

Neste cenário, escolhi o Direito como profissão, na intenção de vingar-me: por ter perdido as regalias que vivi na infância, vingar a dor que vi minha mãe sofrer em razão do divórcio, e acreditei que o Direito me traria a possibilidade de fazer dinheiro suficiente para fazer e ter tudo o que amo, e, assim, eu não sentiria mais aquela dor emocional imensa, pelo divórcio dos meus pais.

O que fiz foi um pacto oculto de me posicionar a favor da minha mãe e contra o meu pai. E, como minha avó sempre disse, em briga de marido e mulher criança não deve metera colher.

Minha avó e o Bert Hellinger diziam a mesma coisa, com palavras diferentes. Para quem não conhece a visão sistêmica segundo o Bert Hellinger, vai uma explicação: os filhos não devem se meter nos assuntos dos pais, sob pena de permanecerem pequenos diante da vida. Quando nos arrogamos na condição de grandes e achamos que sabemos mais que os nossos pais ou que eles nos devem algo, tendemos a interromper o fluxo de crescimento, e pagamos com a nossa prosperidade e, as vezes, com a nossa própria vida.

Isso acontece porque somos, geneticamente, a metade de cada um dos nossos pais e se excluirmos algum deles do nosso coração, muitas vezes, acabamos nos sabotando como forma de incluir ocultamente aquele pai que foi excluído. Esse foi o meu caso.

Voltando ao curso de Direito, a minha motivação para a Faculdade era uma motivação fraca e por isso, eu me sentia fraca também. Quis desistir todos os semestres, me sentia perdida, desencaixada, era como se algo estivesse faltando.

Após a faculdade não foi diferente, eu estudei durante 5 anos até ser aprovada no concurso público, enquanto observava que pessoas que eu julgava serem menos inteligentes e menos estudiosas já haviam sido aprovadas e por isso, eu já estava quase desistindo.

Eu vivia como uma vítima. Sentia-me injustiçada pela sensação de abandono do meu pai, pela escassez financeira. Também me sentia uma fracassada. Logo eu, que cursei uma das melhores faculdades de Direito do Brasil, me sentia uma fraude.

Até que, mesmo sem conhecer a terapia sistêmica, algo tocou o meu coração e me disse para seguir o meu caminho e me desemaranhar da história dos meus pais, ir embora, seguir para a vida, ou a minha vida ia afundar cada vez mais.

Neste momento, fui morar com o meu namorado à época, me empenhei muito durante 8 meses e disse a mim mesma que se eu não fosse aprovada, tentaria outra coisa da vida. Neste momento tive muito foco e disciplina, estudava diariamente com horários regrados, estava mesmo obstinada, já que seria a última vez e, então, finalmente, a aprovação no concurso chegou.

Algumas lições foram muito importantes neste processo em que eu passei de vítima à vitoriosa e gostaria de compartilhar com você, pois tenho certeza de que poderá te ajudar.

A primeira coisa que aprendi foi que você se torna aquilo que você acredita. Se você acredita que é um fracasso e se comporta como uma vítima, de fato, você será um fracasso. Mas se você acredita que pode fazer mais por você e pode mudar a sua situação, de fato, você fará mais e mudará a sua realidade.

Não me importa se você acredita nisso, em razão da neurociência, da Bíblia ou de qualquer outra filosofia que faça sentido para você. Na terapia sistêmica não fazemos julgamentos, apenas trabalhamos com os fatos e isso é um fato.

Mas, se pegarmos a Bíblia como exemplo, encontramos a seguinte passagem que diz: “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez.” (Jo 1, 1:3).

Percebemos, com essa passagem, que as nossas ações se originam das palavras. Primeiro era o verbo (palavras), e dele toda a realidade se fez. Funcionamos da mesma maneira. Primeiro pensamos, depois sentimos algo. Com base nesses sentimentos, agimos e através das nossas ações criamos a nossa realidade. Portanto, você precisa mudar a forma como enxerga a si mesma, para sair de vítima à vitoriosa.

Faça um exercício diário olhando no espelho e reconhecendo, ao menos uma vez ao dia, o quanto de conquistas você teve ao longo da vida, ao longo do dia. Isso aumentará a sua autoestima e mudará os seus pensamentos e palavras em relação a você. Reconheça seus feitos, você é uma vitoriosa simplesmente pelo fato de nascer. Nascer foi seu primeiro êxito na vida.

A segunda lição que aprendi é se você acha que já tentou de tudo, isso é apenas uma crença. Há sempre um novo método, uma nova forma de viver e agir, que provavelmente você não tem considerado, que se você considerasse, mudaria todo o jogo.

No meu caso, foi a voz intuitiva que me disse, deixe seus pais em paz, eles já fizeram o que puderam por você, viva a sua vida e siga seu caminho. 

O que você ainda não considerou que se considerasse, mudaria a sua realidade hoje? Lembre-se daquelas qualidades que você acha que faltaram para você, quando, diante de uma situação difícil você se sentiu derrotada. Faltou coragem, ambição, foco, disciplina, força?

Tenho certeza de que em algum outro momento da vida você já usou esses recursos e chegou aonde queria. Você precisa aprender a acessá-los.

Mas, claro, existem dinâmicas ocultas, algumas delas vindas do seu sistema familiar, no meu caso, por exemplo, o pacto oculto que fiz de ficar ao lado da minha mãe e que me impedida de seguir em frente. Quais são as dinâmicas que regem a sua vida e te impedem de chegar ao resultado que você deseja?

Eu não sei o que houve na sua história e que te impede, ainda hoje, de ter uma vida abundante. E disso, tiramos a última lição que é: autorresponsabilidade. Essa é a linda e mágica capacidade de se responsabilizar por 100% dos acontecimentos da sua vida, sejam eles bons ou ruins.

Tudo bem, você não tem culpa pelo que veio de herança da sua família, mas tem total responsabilidade pelo que acontece com o que você faz, a partir disso que você recebeu. Você pode escolher entre usar a sua herança familiar e, quando digo herança, quero dizer, além de dinheiro, abandono, escassez, dor, sofrimento, angústia, como força de ação, ou como fonte de reclamação, para que você permaneça no mesmo lugar.

Que caminho você opta por seguir? Pelo que te leva a prosperar ou não? Então, pense o seguinte: se as dores do passado te impedem de caminhar se responsabilize, tome uma atitude, procure ajuda. Você pode usá-las para fortalecer o seu caminho, você só precisa descobrir como. Se precisar de ajuda nesta trajetória, venha para a terapia sistêmica, tenho a certeza de que irá transformar a sua vida, trazendo os resultados que você tanto procura.

Gabriela Filippini