Suprimir a informação, a opinião e a capacidade individual de cada um de analisar o que é certo ou errado, verdadeiro ou falso, é abrir caminho para a imposição de tiranias mais profundas
Ainda não aprendemos nada sobre o que significa reagir | ||
Na horda que se cumplicia com todos os desmandos e arbitrariedades em curso nesse país, entre autoridades e imprensa, há dois tipos bem claros, os que se submetem por omissão e os que se submetem por ambição. As 3 mais importantes instâncias do judiciário brasileiro são compostas por 248 autoridades, sendo 11 ministros no Supremo Tribunal Federal, 33 ministros do Superior Tribunal de Justiça, 43 desembargadores no TRF1, 35 desembargadores no TRF2, 55 desembargadores no TRF3, 39 desembargadores no TRF4, 15 desembargadores no TRF 5 e 17 desembargadores no recém criado TRF6, totalizando 204 desembargadores. Deste contingente, 3 ministros do STF e 2 ministros do STJ estão neste momento ocupando cargos também no TSE - Tribunal Superior Eleitoral. As demais 243 autoridades do judiciário estão em absoluto silêncio. Ninguém teve a coragem de colocar sua cara em uma emissora de televisão, sua voz numa emissora de rádio ou suas palavras em um jornal ou revista para repudiar o ato arbitrário de censura imposta à Jovem Pan, à produtora Brasil Paralelo e outros veículos de comunicação, sites na internet e perfis nas redes sociais. | ||
Gostaria muito de entender que não o fazem por vergonha, mas na verdade são os motivos que nos causam vergonha, que vão do medo de um único homem ao oportunismo mais rasteiro que já vimos ser praticado no Brasil. No judiciário o silêncio flutua entre os que têm receio de represálias pelo CNJ - Conselho Nacional de Justiça e os que defendem as tantas e sequentes ilegalidades porque defendem os propósitos das mesmas. Na imprensa que silencia, o tom de apoio implícito, o prazer mórbido de ver a concorrência "encarcerada", e a certeza de que está livre para dizer o que quiser e parecer a representante da verdade. Porém, que fique um alerta aos omissos e oportunistas, em uma eventual vitória de Lula, todos beberão do mesmo veneno. Foi assim em todos os lugares do mundo onde o socialismo de viés comunista foi implantado, com a exata mesma metodologia, a cooptação para a causa e, depois do estrago feito, a eliminação de quem se opuser, restando a adesão irrestrita ou a exclusão do sistema, proporcional ao tamanho da resistência apresentada. | ||
A censura à Jovem Pan e demais veículos foi um teste para medir a proporção de resistência que seria expressada com tal ato. E fomos reprovados, todos nós, cidadãos, autoridades, imprensa, judiciário, sociedade civil. Agimos como temos agido nos últimos 5 anos não tendo importado o tamanho da ilegalidade ou inconstitucionalidade praticada por eles. Uma esmagadora maioria se omite, muitos até porque não tem capacidade intelectual para entender a representatividade dos acontecimentos, muitos esperneiam nas redes sociais e outros simplesmente se omitem de opinar, apenas esperando para convenientemente aderir a quem prevalecer no final. Diante de tal gravidade, as manifestações que ganham maior apoio são os memes, derivado do prazer sarcástico que o brasileiro tem de rir da sua própria desgraça. Opiniões sérias, expressas através de muitas letras e parágrafos, as que realmente motivam as pessoas ao exercício do pensamento, poucos dão importância, mesmo quando expressadas através de áudio e vídeo. Afinal, temos uma geração de analfabetos funcionais no país, deseducada propositalmente para não ter capacidade de ler ou interpretar corretamente o que lê. | ||
E como fomos reprovados no teste, hoje, 20 de outubro de 2022, a 10 dias da eleição, o TSE deu a si mesmo poderes amplos para fazer o que quiser neste restante de eleição, colocando embaixo de seus sapatos o papel do Ministério Público Eleitoral, que passa a ser um mero figurante no processo, podendo, assim, agir sem ser provocado pelas partes, que é como determina a lei para a atuação de qualquer juiz ou tribunal de justiça. Para entender bem, o TSE assume poderes de polícia, estendendo sua atuação para qualquer coisa que resolverem entender que tem direito de agir contra, não importa contra quem, onde ou como. São poderes maiores do que tem os ministros no próprio STF, fazendo do TSE, uma corte que deveria ser secundária e pontual, maior do que o próprio STF. Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Luiz Fux, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Kassio Nunes Marques e André Mendonça assistem calados o protagonismo tirânico de Alexandre de Moraes, que tem no TSE a companhia e o aval de Ricardo Lewandowski e Cármen Lúcia. Se a passividade e aceitação deles não se dá por concordância plena, mais do que nunca precisamos entender que espadas pairam sobre suas cabeças e dos demais membros do judiciário nas cortes inferiores. | ||
Não há nada pior do que a censura, em qualquer circunstância, em qualquer ambiente. Suprimir a informação, a opinião e a capacidade individual de cada um de analisar o que é certo ou errado, verdadeiro ou falso, é abrir caminho para a imposição de tiranias mais profundas, que determinam como as pessoas devem pensar e se comportar diante da imposição de um pensamento obrigatoriamente hegemônico. E até lamento comparar mais uma vez com o livro 1984, de George Orwell, mas não há exemplificação mais precisa do que acontece em países que passam a ser dominados por uma única ideologia. Também lamento citar mais uma vez China, Coreia do Norte, Cuba, Venezuela, mas parece que nunca será suficiente até que eventualmente nos tornemos uma delas. O que ainda nos difere e nos mantém à certa distância destes países é que em todos estes casos o domínio começou com a cooptação e apoio das forças armadas, seguidos do judiciário e da imprensa. Nossas forças armadas não se dobraram a tais propósitos, sendo um fio de esperança para todos que resistem contra o sistema. Mas, a parte mais importante do nosso judiciário e da imprensa encontra-se de joelhos, como serpentes encantadas, que entram e saem do cesto em completa obediência ao comando de seu encantador. | ||
A extensão desta infindável sequência de ilicitudes, que, de fato, não começa neste momento eleitoral, mas que já vem do STF desde que Alexandre de Moraes tomou posse, dependerá do resultado eleitoral. Engana-se completamente quem acredita que tudo voltará ao normal em uma suposta vitória de Lula. Muito pelo contrário. Lula não perdeu uma única oportunidade de ameaçar que vai regular os meios de comunicação e a internet. As ações do TSE são apenas uma prévia em total consonância com o que Lula promete. Pode-se dizer que são ações antecipadas deste propósito, que visam a vitória de Lula, exatamente para que elas se consolidem definitivamente. Não são meras atitudes pontuais ou balões de ensaio. São demonstrações antecipadas do que se pretende fazer com o Brasil, calando exclusivamente as vozes que têm denunciado tudo isso, como é o caso da Jovem Pan e da Brasil Paralelo, que tem a ousadia de levar aos espectadores e ouvintes a verdade dos fatos. Nenhuma ação foi movida contra outras emissoras como o Grupo Globo, por exemplo, que há 4 anos ataca e desconstrói, direta ou indiretamente, a imagem de Jair Bolsonaro e de seu governo, 24 horas por dia, em todos os seus telejornais, novelas, programas de entretenimento, e em todos os seus veículos. Zero ações. Zero sanções. Zero advertências. | ||
O que podemos - e deveríamos - fazer é extrapolar nossa resistência para além das fronteiras da internet e dos sofás das nossas casas. Os verdadeiros palcos para resistir a isso são as ruas, que precisam ser ocupadas, de maneira ordeira, democrática, a fim de ecoar nosso repúdio à destruição da nossa república, da nossa nação e da nossa democracia. Mais do que isso, as vozes omissas precisam se expressar, e além de dizer não, a maneira de muitas delas fazerem isso é parando de obedecer ordens ilegais, inconstitucionais, imorais e inconsequentes. Ninguém é obrigado a obedecer a uma ordem ilegal, venha ela de onde vier, mande quem mandar. E quando digo isso me dirijo à Polícia Federal, ao Ministério Público Federal, aos advogados que tem vergonha na cara, aos veículos de comunicação e jornalistas que defendem sua própria liberdade de expressão, aos controladores de redes sociais, todos os que sem autopiedade vêm abaixando suas cabeças e cedendo aos caprichos de um alcoólatra criminoso e condenado através das ações de um vaidoso e autoritário ministro que só amealhou o poder que tem porque encontrou pelo caminho uma sociedade covarde que não sabe defender o futuro que quer para si. | ||
Se as eleições do próximo dia 30 de outubro forem limpas, Jair Bolsonaro será reeleito presidente do Brasil. Que ninguém acredite que o simples resultado será o fim de todo esse período sombrio. Todo porco grita quando sabe que vai morrer, e o mais provável é que o Brasil seja tomado por invasões, ataques e tentativas de promover uma convulsão social ou uma guerra civil para impedir que Bolsonaro tome posse no dia 1º de janeiro de 2023. Lula declarou certa vez ser o único capaz de incendiar o Brasil. Perdendo a eleição, ele não terá mais nada a perder. Será a hora do Brasil mostrar a força que tem, armada e desarmada, pois a maioria dos seguidores dele, lamentavelmente uma imensa quantidade de jovens e pessoas com alto déficit de instrução e compreensão dos fatos, andam juntas como baratas tontas, e todos sabemos o que fazem as baratas quando a gente bate o pé diante delas, as que não são esmagadas correm de volta para o esgoto. | ||
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