A esquerda está preparada para a vitória e para a derrota. E a direita?
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A esquerda está preparada para a vitória e para a derrota. E a direita?

Não haverá um "antes tarde do que nunca", só o nunca.

HS Naddeo
12 min
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O PT não divulgou seu plano de governo. Por justificativas vindas do próprio partido, a divulgação poderia afastar possíveis aliados e, certamente, eleitores. Mas, vamos falar sério, será mesmo que seria preciso ler um plano de governo do PT para saber o que e como eles pretendem fazer? Lula alardeia sem medo suas promessas (ou são mesmo ameaças?) para todos os setores. Promete a destruição do projeto liberal da economia, reestatizando empresas, impedindo privatizações e prometendo um estado ainda maior e mais pesado, e pode considerar aí a criação de novas estatais, imprescindíveis para a criação de cargos, monopólios e controles de diversos setores da economia, para não dizer todos. Será que você precisaria ler um plano de governo deles para se certificar disso? Se Lula diz não saber como criar empregos para a população, para os seus comparsas, cúmplices e associados na tentativa de voltar à cena do crime ele já loteou o governo inteiro.

As promessas/ameaças do PT também se dirigem ao agronegócio, principal pilar das exportações e de sustentação e crescimento do PIB brasileiro. Continua pregando a agricultura familiar como uma ideia mais desenvolvimentista do que o agronegócio, algo como dizer que voltar a usar carroças para transporte seria mais eficiente e lucrativo do que caminhões, aviões e navios. Não que eu tenha nada contra a agricultura familiar, mas ela se destina a um outro tipo de negócio que deve funcionar paralelo ao que dá certo. Ele também não diz exatamente como fazer isso, mas deixa claro que o MST seria o agente responsável por este retrocesso. Também não promete dar títulos de terra para os sem terra, porque não fez isso da maneira que poderia quando foi presidente da república, como também não fez sua sucessora. Foi Bolsonaro que distribuiu mais de 400 mil títulos de terra, sendo mais de 70% deles entregues à mulheres.

E o que fez com essa gente o MST, que há décadas fingi brigar pelos títulos que, agora, Bolsonaro distribuiu? Ficaram felizes? Viram suas reivindicações atendidas? Não. Passaram a ameaçar quem se tornou oficialmente dono do seu pedaço de chão, forçando que devolvessem os títulos ao governo. Portanto, não é difícil imaginar que se Lula voltasse à presidência, quem conseguiu obter a posse da terra tão desejada seria levado à perdê-la e voltaria a viver sob a tutela do MST, que, até hoje, sem ter um mísero CNPJ sequer, viveu para manipular pessoas, invadir propriedades, queimar pneus e enriquecer seus dirigentes. A verdade é que distribuir terras e permitir que as pessoas produzam riqueza nunca foi a intenção do PT ou da esquerda. Os sem terra sempre foram massa de manobra, e assim continuarão sendo caso a esquerda volte.

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E as ameaças de Lula vão contra a industrialização do país com a promessa de elevação de impostos e a recriação do imposto sindical a fim de reavivar o movimento sindical e fortalecê-lo no propósito de voltar a também utilizar o trabalhador como massa de manobra dentro das cidades. Diga-se de passagem, foi durante os governos petistas que a indústria brasileira foi mais sucateada, boa parcela disso graças a acordos imbecis com a China que encheu o Brasil de bugigangas graças ao trabalho semi escravagista daquele governo. Nossa indústria têxtil que o diga. Não bastava ao PT se contentar em vender commodities para a China, mas também permitiram que eles pescassem na costa brasileira, que comprassem muita terra no nosso país - e há no congresso nacional projetos encabeçados por políticos petistas para que a venda de terras para estrangeiros seja ainda mais facilitada e ampliada. Isso remete a dois exemplos vizinhos. A Argentina que cedeu território para a China, no qual nem as autoridades argentinas podem se aproximar num raio de 200 quilômetros, e a Venezuela, que cedeu grande porção de terras ao Irã, coincidência ou não, nas vizinhanças com a fronteira do Brasil.

E se essas poucas coisas que citei ainda não dão a noção de onde o Brasil pode parar em um eventual governo com Lula na presidência, lembremos da liberação do aborto, da liberação das drogas, do desencarceramento em massa prometido por ele, da ameaça de promover um desarmamento total da população, de intervirem na formação dos militares, na desmilitarização das polícias militares, na ampliação das desgraças que já promoveram na educação brasileira, na desconstrução da família, na destruição das religiões, a promessa de moradia social na qual pessoas poderia ser enfiadas goela abaixo dentro das casas dos outros e a promessa de desapropriação de propriedades de quem tem mais de um imóvel; lembremos das promessas de regulação da imprensa, no controle da internet e na intervenção nas liberdades individuais que só uma democracia plena é capaz de permitir e não a democracia que Lula promete.

O conjunto desta obra serve para mostrar que, mesmo sem apresentar um plano de governo, a esquerda está preparada para a vitória, caso sejamos burros o suficiente para permitir que isso aconteça. Mas eles também estão preparados para a derrota, e não podemos ignorar isso nem por um minuto. Apesar dos 400 mil títulos de terra distribuídos por Bolsonaro, o MST ainda é um movimento capaz de criar muitos problemas para a sociedade. O segundo turno ainda não está na metade, mas já há fazendas sendo invadidas e Lula já incentiva que voltem a queimar pneus e criar problemas para a mobilidade das pessoas. O MTST, cujo líder agora virou deputado federal também é outro instrumento de promoção de caos nas áreas urbanas. Fora isso, um verdadeiro exército se formou nas diversas favelas do país, mas com ênfase nas favelas do Rio de Janeiro, nas quais, até hoje, mesmo sem pandemia, a polícia continua proibida de realizar operações sem autorização judicial. Sim, Fachin não revogou sua decisão de proibir operações policiais nas favelas do Rio de Janeiro.

Um outro contingente capaz de criar muitos problemas está no funcionalismo público, fortemente aparelhado durante os governos petistas, mas já ocupado pela esquerda desde o final da década de 1960. Gente que sabotou por dentro o governo Bolsonaro, impedindo que muitas ações e projetos fossem realizados em instituições como o MEC, a Funai, o INCRA, para citar alguns exemplos. Funcionários públicos que ficaram em casa (muitos continuam) recebendo seus gordos salários e benefícios enquanto empresários e empregados perdiam suas empresas e empregos quando a oposição, a imprensa e o judiciário usavam a pandemia para tentar derrubar Bolsonaro.

* E cabe aqui uma menção pouquíssimo honrosa para a imprensa. A mesma imprensa que alardeou a Lava Jato nos mínimos detalhes e trabalhou pelo impeachment de Dilma Rousseff (e há quem acredite que Lula não estava por trás disso) foi a imprensa que detonou o governo Michel Temer, detona o governo Bolsonaro desde o primeiro dia de seu mandato e agora se alia ao ladrão que ela mesma ajudou a revelar ao Brasil para tentar levá-lo de volta à presidência. * E não menos honrosa foi a participação do STF ao se transformar em um partido de oposição a Bolsonaro e passar por cima da Constituição Federal, de todos os códigos do direito, da moral e da ética, a ponto de tirar Lula da cadeia e reabilitá-lo para disputar novamente o cargo de presidente da república.

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Mas e a direita? Está preparada para ganhar e para perder? Essa é a dúvida para a qual precisamos nos atentar urgentemente. E se Lula ganhar?

Na campanha pela reeleição, vimos Dilma Rousseff dizer que "se precisar nos aliaremos ao diabo para vencer as eleições" - ou algo nesse sentido. O que não sabíamos ainda, já que ela venceu, é que o diabo veste toga.

Desde o governo Temer, com a anuência do próprio, vimos o início do ativismo judicial atingir níveis impensáveis de desrespeito às leis e às liberdades individuais. Eles, literalmente, fizeram o diabo ao dizimar a Lava Jato e ao utilizar o poder judiciário para perseguir e sabotar o governo Bolsonaro e seus aliados, mesmo que estes aliados fossem cidadãos comuns. Não vou ficar aqui citando uma lista de intervenções do judiciário nos poderes legislativo e executivo, mas vamos lembrar a "desnomeação" do delegado Alexandre Ramagen para a direção da Polícia Federal, a delegação de autonomia para estados e municípios conduzirem ações na pandemia ( com dinheiro dado pelo governo federal), obrigando o Senado Federal a instalar a CPI da Covid, a prisão arbitrária de um deputado federal em pleno mandato por crime de opinião, a prisão de jornalistas, a soltura de presos de alta periculosidade ligados às mais violentas facções criminosas, discursos contra o governo em outros países, censura nas redes sociais, intervenção na segurança pública do Rio de Janeiro e, mais recente, a revogação do decreto de armas editado pela presidência da república. E agora, durante as eleições, as arbitrariedades cometidas por Barroso, Fachin e Moraes, fazendo do TSE um bunker de militância contra o movimento de direita conservador.

Tudo isso aconteceu debaixo dos nossos narizes. E não fizemos nada.

E se mesmo assim você ainda acha que reclamar em redes sociais e ir à manifestações organizadas uma vez de vez em quando para vestir a camisa do Brasil e agitar bandeiras num domingo ou feriado resolveu alguma coisa, você não tem a menor ideia de tudo o que eu falei acima. A verdade é que não adiantou nada. Eles continuaram e continuam fazendo, sabe-se lá se não fizeram até mesmo nas urnas no primeiro turno e se não estariam dispostos a repetir a dose no segundo turno. E continuarão fazendo se Bolsonaro vencer e farão muito pior se o vencedor for Lula. E se houve maracutaia no dia 2 de outubro, muitos podem pensar que, dada a dúvida e a repercussão, não faria novamente. Pois eu digo, fariam sim, porque, como eu disse diversas vezes, eles estão preparados para perder. Quem não sabe o que fazer em caso de derrota é a direita conservadora, e explico o porquê penso que correriam o risco.

Che Guevara - assassino, estuprador, homofóbico, racista<br>
Che Guevara - assassino, estuprador, homofóbico, racista

A vitória de Bolsonaro no segundo turno significa a morte da esquerda. Com o Congresso Nacional majoritariamente de direita, especialmente o Senado Federal, o judiciário verá no seu pescoço uma espada que jamais imaginou ver em toda a sua existência. Dessa forma, eu afirmo que não existe mais "tudo ou nada" para essa elite comedora de lagostas, só resta a eles o tudo, porque não é apenas a esquerda sai perdendo em caso de derrota, mas o sistema, que muito gente ainda não entende o que ele significa, perde de vez. E o sistema fará o "tudo" que puder para não morrer, nem que seja criar condições para que uma convulsão social seja deflagrada ao ponto do Brasil chegar à uma guerra civil, pois seria esta a última alternativa de sobrevivência para eles. Lula sabe que esta é a última chance que ele tem de fazer a revolução socialista que tanto quis fazer no nosso país. Lula morre de inveja da Venezuela, da Argentina, do Chile, da Colômbia, do Equador, da Nicarágua. Ele, o mais badalado esquerdista da América do Sul não teve a competência de fazer a revolução que tanto desejou. E se desta vez não conseguir pelas urnas, tentará na base da porrada. E para derrubar Bolsonaro, a esquerda, a imprensa e o judiciário farão o que for preciso.

Não cabe mais a nós ficar olhando as coisas acontecerem. As redes sociais são importantes canais de comunicação, mas elas mesmas estão trabalhando a favor do sistema, sabotando usuários conservadores de direita, eliminando contas de usuários, censurando postagens, dando destaque para postagens da esquerda, escondendo postagens da direita, diminuindo o alcance de grandes contas de direita. Não dá mais para fazer programas dominicais ou em feriados, de vez em quando, e só quando convocados a ir balançar bandeiras do Brasil, cantar o hino e gritar palavras de ordem. A imprensa não dá destaque ao tamanho que a direita tomou no Brasil. Mas a própria direita também ainda não se deu conta do tamanho e do poder que tem. E a hora é esta. Depois de 30 de outubro, se Lula vencer, não haverá mais tempo ou espaço para resolvermos nos organizar contra. Lula será aclamado pelas outras nações, as Forças Armadas serão demonizadas mesmo que nem engraxem seus coturnos e toda e qualquer ação de protesto ou descontentamento será transformado em choro de perdedores, tendo a imprensa internacional como propagadora de que um golpe estará prestes a acontecer contra a democracia brasileira. É esse o tamanho do estrago.

Finalizo dizendo que a organização tem que ser agora, não apenas na busca de eleitores que não votaram no primeiro turno, conversão de indecisos e de eleitores de outros candidatos, mas no sentido de saber, desde já, o que fazer caso Bolsonaro não vença as eleições. Muitos podem pensar em abandonar o Brasil, outros precisam pensar que provavelmente precisarão abandonar o Brasil. Mas, a imensa maioria, não terá essa chance por falta de condições financeiras ou por falta de coragem. E mesmo que queiram, na atual conjuntura sul-americana, não há fronteiras terrestres que poderão nos levar para um país em condições melhores do que o Brasil estará com a esquerda no governo. Pense nisso. Não haverá um "antes tarde do que nunca", só o nunca.


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