Atearam fogo foi na democracia. Não dá mais para brincar de estátua.
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Atearam fogo foi na democracia. Não dá mais para brincar de estátua.

Quando alguém, em seu nome, em nome de alguém, ou de algum sistema de governo, precisa oprimir seus cidadãos para poder governar, isso é escravidão.

HS Naddeo
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Garanto que até ontem a maioria de nós não sabia quem foi Borba Gato. Vou mais longe. Poucos sabiam que existia uma estátua dele na cidade de São Paulo. E menos ainda conseguirão imaginar que talvez nem existissem sem os feitos e efeitos da existência de tais personagens. Eu mesmo tenho informações familiares de que o lado "Pires" do meu avô materno se origina em Brás Cubas, fundador da cidade de Santos, filho de João Pires Cubas, que chegou ao Brasil em 1531. Ou seja, se essa história é certa, sem esse portuga eu não existiria.

Resolveram punir um personagem que, entre defeitos e virtudes, viveu há 500 anos para justificar atos a favor apenas dos defeitos do maior ladrão da história desse país em seus 522 anos, porque não há virtudes nele.

O que soa estranho no enredo atual é fazer alarde sobre uma figura que viveu o contexto de sua existência, da qual o escravagismo fazia parte, em defesa de um regime de governo identicamente escravagista. Não há diferença entre os regimes comunistas no mundo e o regime escravagista no qual viveu Borba Gato. Quando alguém, em seu nome, em nome de alguém, ou de algum sistema de governo, precisa oprimir seus cidadãos para poder governar, isso é escravidão.

O deputado psolista inconsequente Ivan Valente chamou de ato simbólico o incêndio na estátua. E foi mesmo, até mais que um símbolo. Foi uma senha. Senha que também foi dada pelo senador da Rede Randolfe Rodrigues instigando o MST a tomar as ruas. E estão todos eles dando senhas o tempo todo para que sua militância tome as ruas e leve o Brasil ao caos que eles desejam. Antes fosse só a estátua. Ontem, eles colocaram fogo no Brasil. E foi Lula que disse que ele seria o único capaz de fazer isso.

Muito acima de causar danos, a esquerda está buscando desesperadamente sofrer danos. Eles não estão nas ruas para bater. Estão pedindo para apanhar. Será tão difícil enxergar isso? Esse bando de arruaceiros não sabe, mas está lá para apanhar. Quem lidera essa gente os está jogando para o sacrifício. A esquerda precisa desesperadamente de cadáveres para chamar de seus. Precisa de violência policial. Precisa de imagens de repressão para divulgar para o mundo. Porque eles não tem mais nada.

A CPI não deu certo e não dará certo. Os pedidos de impeachment não deram certo e não darão certo. As pesquisas fraudulentas de intenções de votos não estão dando certo e não darão certo. E as chances de impedir a implantação do voto auditável com comprovante impresso e contagem pública de votos também não deu certo e há agora grandes chances de que também não dará certo. O STF já extrapolou todos os limites da desfaçatez e da anti-justiça para mudar o jogo, mas nem isso deu certo ou parece que vá dar certo.

Contudo, a parte da estratégia na qual os militantes apanham e morrem não tem dado certo até aqui. Não sei se por excesso de tolerância das forças de seguranças, ou de posicionamento ideológico de quem as controla, ou até por entender que isso é mesmo uma estratégia de vitimização, o fato é que não tem militantes apanhando, muito menos morrendo. O que transforma o vandalismo de ontem é uma espécie de apelo dramático, tipo, "me batam para eu mostrar ao mundo que você é violento". E sabem porque? Porque a esquerda não quer atirar a primeira pedra. Ou pelo menos não queria.

A esquerda precisa necessariamente provar que Jair Bolsonaro é o ditador que iria dar um golpe em 1º de janeiro de 2019. Amanheceríamos com as ruas tomadas por tanques e militares, políticos e juízes seriam sumariamente presos e torturados, rádios e jornais seriam censurados e fechados, lgbts... seriam perseguidos, humilhados e assassinados nas ruas, as mulheres passariam a apanhar muito mais, atos de racismo seriam explícitos e jamais punidos, crianças de 10 anos portariam fuzís nas escolas. Mas... Cadê o ditador de direita, fascista, nazista, armamentista, racista, homofóbico, misógino, negacionista, para dar materialidade a tudo o que disseram?

A provocação de ontem foi a sinalização do desespero. Já não existe mais tudo ou nada para eles. Só existe o tudo. A cada manifestação ou motociata, carreata, tratorata e até jetskiata em apoio ao presidente Jair Bolsonaro, mais no nada a esquerda se vê. E ainda mais desesperada fica, o que me faz, de verdade, temer que não haja limites para literalmente incendiarem esse país. Temo inclusive para o que podem fazer com a Amazônia em agosto, mês que tradicionalmente já há queimadas, depois desse apelo de Randolfe Rodrigues para que o MST saia às ruas, porque as ruas do MST são as matas e fazendas. Eles não vão parar de pedir para apanhar. E não faltarão militontos dispostos a apanhar e até a morrer para que Lula e seus discípulos tenham muitos hematomas, fraturas e cadáveres, se derem sorte.

Existe um gigantesco arsenal de armas enrustidos no Brasil, especialmente em favelas nas quais o STF proíbe a polícia de agir. MST é armado. Lula não chamou o exército de Stédile de exército metaforicamente. Sabia o que tem ali. Antifas, blackblocks, milícias, PCC, Comando Vermelho, China, e muito jovem que vai olhar para trás daqui a 30 ou 40 anos e dizer: que merda que eu fazia. Mas hoje, todos dispostos a incendiar o Brasil, derrubar as instituições, derrubar o regime presidencialista e implantar o regime igual ao que dava a Borba Gato as prerrogativas para escravizar pessoas.

Eles não querem derrubar estátuas. É o regime mesmo. A gente precisa se mexer.

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