Bolsonaro, eu não iria. Alexandre de Moraes que lute.
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Bolsonaro, eu não iria. Alexandre de Moraes que lute.

O que se faz com Bolsonaro hoje é bom que fariam com qualquer presidente que não representasse os interesses da esquerda brasileira e do globalismo.

HS Naddeo
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Tive o cuidado de não me contaminar com nenhum tipo de comentário antes de escrever. Ainda não sei se Bolsonaro vai à PF na sexta-feira como mandou Alexandre de Moraes, ou que ele já falou sobre isso. O que sei é que o ministro ordenou que ele vá. E se fosse eu não iria.

Quando a gente pensa em poder tem que pensar nos porquês dos acontecimentos. Um exemplo bom é o que acontece nos filmes. Quando um objeto aparece em cena repetidamente, ou de maneira destacada, ele poderá ser bem relevante na trama. Uma tesoura, uma faca, uma arma, uma roupa, um local. Tramas precisam de situações marcantes. Jornais estampando em machetes garrafais dizendo que o presidente da república foi à Polícia Federal para ser interrogado é uma situação marcante. Fotos, vídeos e falas francas dele a respeito disso também são marcantes. Especialmente em ano eleitoral.

Alexandre de Moraes e o STF em geral tem a preocupação permanente de causar constrangimento ao presidente da república. Os motivadores das ações são sempre os mesmos partidos. E o STF responde a todas. Não nega uma, mesmo sabendo da fragilidade da ação, apenas porque elas garantem a pressão sobre o presidente, a exposição negativa da sua imagem pelo tipo de acusações que são feitas. Ano eleitoral. É assim que funciona no Brasil há muitos anos. Só agora a gente entendeu melhor como funciona.

Bolsonaro está sendo intimado para responder sobre as acusações que fez sobre o processo eleitoral brasileiro com base em um relatório da Polícia Federal que fez uma profunda investigação no sistema das urnas eletrônicas e não só encontrou brechas e de recomendações como descobriu que um hacker ficou seis meses dentro da rede do STF. SEIS MESES. A alegação é de que o relatório era sigiloso e Bolsonaro teria cometido o grave crime de vazar relatório sigiloso porque apresentou um fato.

No que vai dar isso tudo? Se Bolsonaro for, ou fizer isso no Palácio do Planalto ou no Alvorada, os jornais, telejornais, portais, todos farão sua parte do serviço que consiste em dar evidência ao fato no tripé Bolsonaro/Pretenso Crime/Punição possível, e quando não há punição a acusação é de impunidade, o que igualaria ele aos outros. Se Lula tem foto na porta da PF (ops! Tem foto sendo preso), uma foto de Bolsonaro na porta da PF ganha relevância, porque eles tratarão como se o fato motivador fosse o mesmo. Gerar uma manchete "Bolsonaro é interrogado na PF" não tem preço. Como a grande maioria das pessoas não lê além da manchete, é o que tá valendo.

Portanto, se Bolsonaro atender a ordem de Alexandre de Moraes e for depor na PF, esse assunto ou vai ser resolvido rápido e não dar em nada, ou vai ficar engavetado mais três ou quatro meses até a imprensa, cumprindo ordens, requentar o tema quando a disputa ficar mais acalorada. A curiosidade fica por conta de Bolsonaro se recusar a ir. O que vai acontecer?

Alexandre de Moraes teria a coragem de mandar a Polícia Federal fazer uma condução coercitiva do presidente da república, ele, representante do mesmo STF que se escandalizou com a condução coercitiva do Lula e pela caneta de, se não me engano, Gilmar Mendes, que proibiu a prática da condução coercitiva? O STF terá a coragem de dar no presidente Bolsonaro um golpe mais baixo do que deu no Brasil quando descondenou Lula? E se descondenou Lula, tem que ter coragem de partir para cima de Bolsonaro, afinal o descondenou exatamente para causar o caos que estamos vivendo, onde há muito tempo constituição e lei não valem mais nada.

Quem perde nessa briga? E quem ganha o quê? O posicionamento do STF só reforça toda a antipatia do povo sobre a instituição.

Eles podem dar de ombros para o que o povo pensa sobre eles, mas estão profundamente incomodados que o povo tenha passado a pensar, e isso não é bom. Não é nada bom que o povo resolva redescobrir o valor de sua liberdade, o real conceito sobre democracia, as verdades de como é a vida das pessoas em Países socialistas e comunistas. Segundo eles as pessoas não podem pensar no valor de terem uma arma para defender sua propriedade e família, não podem se preocupar com o que seus filhos aprendem, não aprendem e desaprendem na escola. Para o STF tudo bem se um menino de 5 anos estiver sendo incentivado a ser menina à revelia do que pensam seus pais, afinal é tudo feito de maneira subliminar, tem método e objetivos de longo prazo.

Não é bom para o STF que, graças aos desmandos da casa, as pessoas tenham se interessado por leis e tenham aprendido o que é certo, o que é errado, e a merda de constituição que fizeram em 1988. Informação dá poder às pessoas, e vimos e temos visto que nem a constituição cheia de brechas é seguida. Quando não tem uma lei para o que querem, eles criam uma. Crime de opinião é uma delas. Eles odeiam que nós saibamos disso.

Eu gostaria que pelo menos 1/3 das coisas que imagino possíveis serem feitas pelo STF fossem só vozes da minha cabeça, mas de fato considero tudo possível, e a impugnação da candidatura de Bolsonaro à reeleição é uma delas. Não se furtam nem a, eles mesmos, promoverem as oportunidades que criem motivos para isso. Um jogo de xadrez no qual as brancas jogam com 11 rainhas e estão dando xeque desde a primeira jogada.

Talvez seja esse momento de pagar para ver. Eu pagaria para ver. Pagaria para ver o STF ter que expôr publicamente o que tem de pior. Ninguém vai prender o presidente da república. Ninguém vai conduzir coercitivamente o presidente da república. A começar pela mais completa falta de motivação para isso. E tem também a imensa turma do "deixa disso" que entra em cena nessas horas para não ficar pior.

O equilíbrio dos poderes precisa ser restabelecido. Cada um no seu quadrado. Cada um fazendo o seu. Nós é que temos que aprender a exigir isso para além da retórica. A gente fala demais, reclama demais, analisa demais, mas faz muito pouco. O buraco é muito mais embaixo do que a gente já consegue enxergar, e é fácil de ver que é bem fundo. O que se faz com Bolsonaro hoje é bom que fariam com qualquer presidente que não representasse os interesses da esquerda brasileira e do globalismo. Qualquer um seria massacrado, Lula seria descondenado do mesmo jeito, e muitos sucumbiriam ao sistema em pouco tempo, menos Jair Bolsonaro.

O maior obstáculo que Jair Bolsonaro representa tem a ver comigo e com você, que pensa como eu e até quem pensa o contrário, muitos já não conseguem mais distinguir o certo do errado, ou nunca aprenderam o certo. O que está em jogo é o controle sobre nossas vidas. Não tem mais nada. O dinheiro envolvido nisso deixa de ser importante porque ele estará garantido, nosso trabalho garantirá através de impostos e limitações nas nossas vidas. Foi isso o que o socialismo fez em Cuba, na Venezuela, está fazendo na Nicarágua, faz na China e na Coréia do Norte. Castas que vivem às custas do trabalho do povo dizendo a eles o que podem e não podem fazer, falar, pensar.

Talvez, enquanto escrevo, Bolsonaro já tenha dito o que pretende fazer ou não fazer sobre esse interrogatório. Continuo preferindo que ele não vá e insistindo que eu não iria. Entretanto, não estou nas mesmas condições de temperatura e pressão do que ele, não sei que tipo de estratégia conduz suas decisões, nem a que tamanho de problemas isso poderia trazer para o país.

Usando apenas o conhecimento que temos através dos fatos, de modo geral, eu não iria. O cargo de presidente da república não pode ter para um país menos peso e representatividade do que um ex-presidente condenado em três instâncias, preso por um ano e meio, por corrupção e lavagem de dinheiro enquanto ocupava a presidência e matreiramente descondenado pela canetada de um único ministro. E é essa inversão que estamos vendo no STF e na imprensa.

Pode ser que a decisão de Bolsonaro não me agrade, ou não agrade a você. Eu só espero que não agrade Alexandre de Moraes. Que seja, no entanto, a melhor decisão para o país, que é a decisão sábia, mesmo que a gente possa não entender. Mas eu não iria, nem a pau, Pica-Pau.

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