Bolsonaro recebe ameaça de Guilherme Boulos no Twitter
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Bolsonaro recebe ameaça de Guilherme Boulos no Twitter

Nem o mais idiota radical de direita quer matar Lula... Lula é um morto vivo politicamente, egoísta, farsante, mentiroso, que só está solto pelos favores que o crime organizado lhe devia

HS Naddeo
10 min
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Troquemos os nomes dos personagens. Digamos que o Twitte fosse de Carlos Bolsonaro dizendo: Um lembrete para Lula: a dinastia de Luis XIV terminou na guilhotina. Todos os jornais, telejornais, portais de notícias e contas noticiosas nas redes sociais já estariam clamando pela prisão dele, Randolfe Rodrigues já teria corrido no STF de pijama e pantufa, Alexandre de Moraes já teria criado um inquérito emergencial e mandado prender o filho do presidente por ameaça de homicídio. É assim que a coisa funciona. Discurso de ódio é quando acontece do lado direito. Do lado esquerdo é, no máximo, ironia.

Os culpados de tudo isso que acontece no Brasil não é da esquerda, nem da direita, muito menos do centro. A culpa de todas as desgraças que acontecem no Brasil nos últimos 5 anos tiveram início, tímido a princípio, no dia 23 de março de 2017, mais precisamente no dia que Alexandre de Moraes tomou posso como ministro do Supremo Tribunal Federal. E não estou empoderando o ministro ou transformando-o em alguém capaz de assumir a liderança do judiciário brasileiro. Estou apenas inferindo que ele foi colocado lá para fazer o que vem fazendo desde que sentou seu traseiro na cadeira amarela, enquadrar todos os outros ministros em nome de quem manda.

O ditado não é mais o mesmo. Agora é "Manda quem pode, obedece quem tem o juiz!". Quem não entendeu isso ainda não entendeu absolutamente nada do que está acontecendo no Brasil.

Durante a pandemia, só em Minas Gerais foram liberados 12.385 presos. Desses, 4.167 cometeram crimes. Segundo o CNJ, foram 32.500 presos liberados durante a pandemia no Brasil, mas tal informação não conta com dados de 9 estados, entre eles o Rio de Janeiro, o que faz desta informação absolutamente imprecisa. Se só entre Minas Gerais em São Paulo (8400 presos soltos até junho de 2021) chegamos a 21 mil, as outras 25 unidades da federação juntas devem elevar a quantidade a pelo menos, por baixo, 50 mil. Contudo, mais do que o quantitativo, o que assusta é o qualitativo de quem foi solto.

André do Rap não foi o único líder de facção criminosa que fugiu assim que foi liberado pelo STF. Só soltos por decisão de Marco Aurélio Mello foram 92 presos, sendo que, contando com André do Rap, 21 passaram a ser procurados pela polícia assim que saíram, além de outras dezenas de líderes e importantes integrantes de facções criminosas em todo o Brasil. Absurdamente, a base da decisão seria "que levaram em conta o vencimento do prazo de revisão das prisões – o levantamento inclui as “extensões” de habeas corpus, que são pedidos de ampliação dos efeitos para réus em condições semelhantes.", como diz a matéria da Isto é Dinheiro. Além destes, milhares foram soltos sob a alegação de pertencerem ao grupo de risco da Covid.

E porque estou falando de soltura de presos e Alexandre de Moraes se comecei este artigo com a imagem e a fala de Guilherme Boulos? Porque é tudo a mesma coisa. Guilherme Boulos pode falar o que quiser que não será molestado pela justiça. Alexandre de Moraes e os demais ministros não moverão uma palha contra ele, diga o que disser. Mas transformarão em escandalosas quaisquer frases ou atitudes de Jair Bolsonaro, seus filhos ou apoiadores. Porém, se você acredita que fazem isso porque são "mauzões" e que o poder lhes subiu à cabeça, estão enganados. O que lhes subiu à cabeça foi outra coisa, feita de metal e com calibre. Se não diretamente em suas cabeças, certamente em cabeças que lhes são muito caras emocionalmente.

Já passa da hora de assumirmos que o que está em jogo no momento não é a disputa pela presidência da república, mas pelo sistema de governo no Brasil. A esquerda não quer só a presidência, o objetivo é a implantação do socialismo à força, independente do que pensa ou deseja a maioria da população brasileira. Por esse enfoque, Bolsonaro não é apenas um adversário eleitoral, mas um inimigo que precisa ser eliminado custe o que custar, incluindo aí a hipótese de tirar sua vida. Não se trata de retórica ou sensacionalismo barato, mas de fazerem o que Adélio Bispo não foi capaz de fazer. O sistema de governo, entretanto, também não é o ponto principal para quem efetivamente manda, mas a desculpa ideal para que façam do Brasil o que quiserem fazer.

A esquerda escraviza a população, o crime organizado leva sua vida sem ser incomodado e juntos vivem felizes para sempre, e não é exagero dizer para sempre, basta olhar Cuba e Venezuela. A América do Sul finalmente viraria a Pátria Grande que eles tanto sonham com uma população escravizada por um socialismo/comunismo de terceiro mundo que fará da antiga URSS uma Disneylândia perto do que acontecerá aqui.

Lula nem durará vivo muito tempo para usufruir, nem José Dirceu, de modo que, em muito pouco tempo, um líder do crime organizado assumiria a presidência em uma eleição imunda, chancelada por um judiciário mais imundo ainda, e nós, quem sobreviver depois de uma caça às bruxas implacável, amargaremos o remorso de termos ido às ruas apenas aos domingos, uma vez a cada três, seis meses, agitado bandeirinhas vestidos com camisas amarelas e voltado para casa como se tivéssemos feito o maior dos sacrifícios pela pátria. E choraremos ao rever as tantas selfies.

Jair Bolsonaro, de fato, corre diversos riscos, inclusive de morte e por motivo fútil, pois a maioria dos que o odeiam nem sabem porque odeiam, mas tem esse sentimento alimentado diariamente por mensagens como essa de Guilherme Boulos. Eu mesmo conversando com a faxineira do prédio onde moro fiquei sabendo que ela não gosta do Bolsonaro, mas em quase 40 minutos de conversa ela não soube me dar um motivo. O chamou de bandido mas não soube me dizer um crime cometido por ele, assim como não soube me falar porque ele seria racista, homofóbico, preconceituoso. Disse que também não vai votar em Lula, mas soube me falar que ele roubou o Brasil, que disse que Pelotas exporta viado, que roubou a Petrobras, que traía Marisa Letícia.

Já Lula não corre risco nenhum. Nem o mais idiota radical de direita quer matar Lula, porque apesar de todo o aparato de comunicação, mentiras e pesquisas fraudadas, a direita sabe que Lula é um morto vivo politicamente, egoísta, farsante, mentiroso, que só está solto pelos favores que o crime organizado lhe devia, dos tempos em que, em média, aconteciam 70 mil homicídios por ano sem que 8% deles fosse solucionado. Época em que o crime organizado, tráfico de drogas, armas, órgãos humanos, crianças e mulheres, aparelharam instituições como retribuição dos políticos que ajudaram a eleger, como já disseram em entrevistas Marcinho VP e Fernandinho Beira Mar. E essa gente quer Lula de volta no poder. Não vão deixar matá-lo, nem se furtar a tirar do caminho quem for preciso, nem que seja Jair Bolsonaro.

Não foi Bolsonaro que instaurou o discurso de ódio como método de se relacionar com a população. Bolsonaro é, de fato, uma reação adversa do que Lula fez quando passou a dividir a sociedade entre nós e eles, brancos e negros, gays e héteros, mulheres e homens, feminismo e machismo. Bolsonaro só reagiu a isso, mas no mesmo tom, aceitou o enfrentamento com a mesma força, antagonizando Lula com a mesma veemência, e com isso conquistou o brasileiro que já estava farto de ver o Brasil ser roubado e moralmente destruído pela corja que já teria nos transformado em Venezuela se, felizmente, Dilma Rousseff não fosse tão incompetente para governar e totalmente incapaz para estancar a Lava Jato no seu nascedouro. É, difícil de acreditar, mas, devemos isso a ela.

Tenho o sentimento, e espero estar redondamente enganado, que este ano não acabará bem, ao contrário, acabará muito mal. Talvez nossa leniência passada nos custe caro nos próximos meses. No entanto, sairá mais caro ainda se, apesar de tudo o que já vimos, sabemos, vemos e veremos em breve, nos mantivermos acomodados no sofá esperando que Os Vingadores surjam na última hora, salvem o país, o bem vença o mal, os vilões seja exterminados ou punidos e a partir de então passemos a viver uma cópia do Jardim do Éden terreno, sem corrupção, sem divisões de classes, cores, raças, religiões, apenas Adões e Evas e famílias perfeitas sem Cains para atrapalhar a harmonia.

Mas não é assim, né? O STF continua sendo o STF, Alexandre de Moraes vai assumir o comando das eleições, os demais ministros continuam atuando contra o governo, alguns deles estão indo aos Estados Unidos não apenas falar mal do presidente, mas contar mentiras e solicitar ajudas através de atitudes absolutamente apátridas como sanções contra o Brasil, outro participando de evento cujo tem foi algo tipo "Como se livrar de um presidente", no qual chama o presidente do seu país de inimigo, outro vai à capital americana e absolutamente sem fundamento diz que um evento mais grave que a invasão do capitólio pode acontecer no Brasil.

Outros 4 ministros do STF se preparam para participar de um evento em Nova York 15 dias após o fim das eleições no Brasil para falarem sobre o tema "Democracia e Liberdade", ao lado de economistas brasileiros que falarão sobre o tema "A economia do Brasil com o novo governo", que após pegar muito mal foi mudado para "A economia do Brasil no pós-eleição". Mudaram o nome, mas o mal estar permanece e o cheiro de podre continua no ar. Não adianta mudar o nome e manter o evento com as mesmos ministros suspeitos e os mesmos economistas umbilicalmente ligados à esquerda. É como se todos já soubessem o resultado da eleição.

Portanto, caro amigo, cara amiga, se você tem fé em Deus, ponha seu joelho no chão e ore, reze, peça para papai do céu dar uma contribuição bastante significativa, já que, ao que parece, a classe média brasileira vai se manter atenta na arquibancada, mas com muito pouca disposição para entrar no jogo, e se a porrada começar "a comer" em campo, correrá pra casa e se enfiará debaixo da cama, torcendo para Os Vingadores aparecerem vestidos de verde e mais uma vez salvando o dia. E enquanto isso não acontece, continuaremos ver gente como Guilherme Boulos se fazendo de João Sem Braço e soltando ameaças nas redes sociais e nos palanques certos de que nem o judiciário vai incomodá-lo, nem as pessoas que mandam no judiciário. O lema ali é "tamo junto, mano!". E ai de quem discordar.


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