Comício escancarado vira "ato político" para o TSE fingir que não viu
0
0

Comício escancarado vira "ato político" para o TSE fingir que não viu

"Eu não vou pedir voto porque ainda não posso pedir voto a campanha ainda não começou e vão dizer que eu tô fazendo propaganda antecipada! - Luis Inácio da Silva"

HS Naddeo
6 min
0
0
Email image

Que existe direcionamento dos trabalhos da justiça eleitoral para prejudicar a candidatura de Jair Bolsonaro à reeleição é mais do que claro. Mas a preferência e vista grossa que está sendo feita à propaganda eleitoral antecipada que Lula vem fazendo já ultrapassou os limites da razoabilidade. A imagem que ilustra o artigo fala por si. Estão chamando de "ato político". Porém, se o evento na Cinelândia, no Rio de Janeiro, não foi um comício, eu não sei que nome pode se dar. O que é um ato político neste momento da nação senão um comício eleitoral?

"Eu não vou pedir voto porque ainda não posso pedir voto a campanha ainda não começou e vão dizer que eu tô fazendo propaganda antecipada! - Luis Inácio da Silva"

Se não foi exatamente com estas palavras, foi quase, e com esse sentido que Lula discursou na Cinelândia. Ele está fazendo campanha antecipada desde que saiu da cadeia. Ele não pede votos. Insinua pedidos de votos e apoio. Todas as suas declarações são de candidato, das promessas vãs às ameaças reais à liberdade de imprensa, liberdade de expressão, controle das redes sociais. Quem pagou o evento da Cinelândia? Com qual argumentação foi concedido ao "evento" cercar a Cinelândia com tapumes de ferro? Qual foi o propósito do evento se não fazer campanha eleitoral para Lula e Alckmin à presidência, Marcelo Freixo ao governo do estado e André Ceciliano ao Senado.

André Ceciliano, Lula, Marcelo Freixo, Geraldo Alckmin. Os braços erguidos significam o que?<br>
André Ceciliano, Lula, Marcelo Freixo, Geraldo Alckmin. Os braços erguidos significam o que?

Se o evento não foi um comício, porque Lula dominou o espetáculo, discursou atacando o presidente da república, prometendo derrotá-lo e tirá-lo do governo, fazendo promessas e previsões para um futuro governo? Por que todos que discursaram se referiam a Lula como candidato, ainda que a palavra não fosse usada? Por que Janja, mulher de Lula, assumiu o microfone e comandou o jingle de campanha de Lula?

Apesar de tudo isso, e com tudo isso, continuo com minha percepção de que Lula não será candidato e um poste será colocado no seu lugar. Mas até o último minuto ele continuará emprestando sua imagem à farsa na tentativa de ajudar seus correligionários a se elegerem. E mais do que nunca minha convicção de que ele será tirado da campanha em uma jogada espetaculosa, ou através de uma doença ou pelas mãos do TSE ou STF. O perigo, nessa estratégia, porém, é que, penso eu, muito provavelmente ela mira tirar Lula e Bolsonaro em uma canetada só, a fim de passar a sensação de que não foi nada pessoal com um ou outro e sim o cumprimento das regras.

Não acredito mais em fraude nas urnas. Os ministros do TSE/STF deram tanta bandeira na defesa intransigente do sistema eleitoral que eles mesmos invalidaram a possibilidade de aplicar fraude nas eleições. O golpe, então, terá que ser outro, e a melhor maneira de resolver isso é tirando Lula e Bolsonaro da eleição, permitindo que Lula se martirize o suficiente para transferir votos para um poste, o mais provável Fernando Haddad, que ficaria livre de uma provável derrota ao governo de São Paulo. Mas quem seria o substituto de Bolsonaro em uma eventualidade? Tarcísio de Freitas? A disputa por São Paulo seria transferida para o cenário nacional? Bolsonaro seria capaz de transferir sua credibilidade para um outro candidato como Lula faria?

O que vejo é Lula fazendo eventos com cara de campanha eleitoral, com discurso de campanha eleitoral, com recursos de campanha eleitoral, mas o acusado de fazer campanha eleitoral antecipada é Jair Bolsonaro por causa de suas motociatas, organicamente organizadas por seus apoiadores, sem palanques, sem iluminação, sem a presença de artistas ou realização de shows, sem tapumes e sem dizer que não pode pedir votos, mas já pedindo.

Como você definiria este cenário sem ser um palanque eleitoral com o nome dos candidatos ao fundo?<br>
Como você definiria este cenário sem ser um palanque eleitoral com o nome dos candidatos ao fundo?

Caro amigo, cara amiga. Sabíamos que não veríamos eleições limpas este ano. Mas a sujeira está em um nível muito acima do esperado, de modo que podemos esperar de tudo e não apenas contra Bolsonaro, mas contra nós mesmos. Existe uma trama em andamento com a colaboração da imprensa, do judiciário e de uma pequena parte do congresso, e isso é incontestável. O que assusta é pensar qual será o limite ao qual estarão dispostos a chegar para fazer com que essa trama seja bem sucedida. E nesse momento, penso que quem corre real risco de vida, ou melhor, risco de morte, é Jair Bolsonaro. O "acuse-os" do que você faz fica latente na voz do odioso e odiado senador Randolfe Rodrigues quando, levianamente, acusa Bolsonaro de estar tramando a morte de Lula.

Meu consolo é que se, nós, aqui da geral, estamos conseguindo enxergar e entender essas tramoias, é certo que gente muito mais bem preparada, assessorada, informada e com poder de reação também enxergue e já esteja preparada para diversos cenários que nem passam pelas nossas cabeças, monitorando os atos e movimentos de quem quer demolir o Brasil para depois aparecer como salvador da pátria. Triste, porém, é que são muitos os brasileiros que não tem a menor ideia de tudo isso que está acontecendo e que ainda apoie um ex-condenado por corrupção e lavagem de dinheiro na sua tarefa de desestabilizar o país em nome de um ideal comunista que, no fim, se bem sucedido, vai escravizar igualmente a todos, inclusive quem o apoiou.

Não devemos deixar de denunciar e cobrar as autoridades por estes comícios irregulares, pelas ameaças fraudulentas, mesmo sabendo que eles não agirão. Mas é nosso papel como cidadãos elevar nossas vozes contra esta quadrilha que pretende tomar o poder, que é diferente de ganhar eleição. Lula só ganha se for assim. Na urna, na eleição honesta, não haverá nem segundo turno, pouco importa o grau de politização dos fatos, como este agora da morte do petista em Foz do Iguaçu. Se as autoridades estão dispostas a fazer vista grossa, nós não estamos. O nome que se dá ao evento de Lula é comício, showmício se tiver show com artista (outra coisa proibida pela lei eleitoral), o que redunda em escandalosa propaganda eleitoral antecipada. Ponto.


Agora você já encontra na Amazon meu livro “Como vi a Lava Jato começar a morrer”

CLIQUE AQUI E COMPRE JÁ O SEU

Email image

Uma narrativa das ações do STF que levaram a Lava Jato ao seu triste final. Uma coletânea de artigos, todos com base nos fatos, a maioria referenciada por notícias da imprensa sobre as ações do Supremo contra a operação durante a operação Lava Jato.

Uma maneira de entender como as conquistas da Lava Jato foram sendo revertidas, quais foram os principais artífices dessa conquista da sociedade brasileira e como eles foram se revezando nas ações que culminaram com a soltura dos maiores ladrões dos cofres públicos da história do Brasil.


Compartilhe! Ajude este artigo a chegar em mais pessoas!

Inscreva-se nesta coluna!

Twitter – @nopontodofato

GETTR – @nopontofato

Instagram – @nopontodofato

Telegram – t.me/nopontodofato