Comissão de Pedido de Impeachment, falemos corretamente
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Comissão de Pedido de Impeachment, falemos corretamente

O presidente de uma CPI é escolhido pelo presidente do Senado. É indicação direta, escolhida a dedo, com conversa se pé de ouvido.

HS Naddeo
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Já li e ouvi diversas parodias para a sigla CPI, até eu mesmo escrevi umas duas ou três em comentários, mas a mais óbvia eu na li ou ouvi até agora, e nem vou me atrever a "me adonar" dela. Mas nada define melhor essa CPI do que Comissão do Pedido de Impeachment. Tem algo mais cristalino do que isso?

A Dra. Mayra Pinheiro está para a Pandemia tal qual o soldado Mario Kozel estava para guerrilha revolucionária da década de 1960. Estavam no lugar certo na hora errada. Um explodiu tentando salvar uma suposta vítima. A outra, estão tentando explodir porque adota um procedimento que salva vidas. E vidas nunca foram uma preocupação genuína dos movimentos de esquerda. O que importa é o poder.

O presidente de uma CPI é escolhido pelo presidente do Senado. É indicação direta, escolhida a dedo, com conversa se pé de ouvido. Portanto, o senador Rodrigo Pacheco é o responsável direto pela péssima qualidade da composição dessa CPI. Ao entregar a presidência para Omar Aziz ele já sabia que tipo de quadrilha estava reunindo. Foi ato consciente e mais uma prova de que ele é inconfiável. Um representante da OAB dirigindo o Senado Federal assim como outros 10 representantes da OAB e do Ministério Público dirigem o Supremo Tribunal Federal, só Fux é juiz de origem. O resto são todos advogados.

Está CPI foi criada para destruir reputações, não interessa de quem, inclusive as dos próprios componentes. Omar Aziz não se incomoda de estar sentado na cadeira de presidente de uma CPI que, em tese, vai investigar desvios de recursos na saúde, sendo ele mesmo investigado por desvio de 260 milhões de reais. Ele não se incomoda, a mídia não se incomoda, a justiça não se incomoda. Cadê alguma ação do Ministério Público pedindo o afastamento dele?

Renan Calheiros sente-se incomodado ao ocupar a posição de relator sendo investigado em 9 ou 10 inquéritos (nem seus advogados sabem o número direito) com outros 11 desavergonhadamente arquivados pelo STF? A mídia se incomoda? Ministério Público fez alguma coisa?

Até Omar Aziz, corretamente, criticou a citação do Tribunal de Nuremberg feita por Renan Calheiros. Mas Renan não falava dos judeus ou do genocídio que sofreram, fala da CPI como tribunal. Essa fala do relator é a confissão de que não se trata de estabelecer culpas, mas o tamanho dapena. A sentença já está pronta, estão construindo o enredo que leva a ele. Bolsonaro já é culpado, Pazuello já é culpado, Dra. Mayra já é culpada, todos são genocidas e serão indiciados como tal.

E enquanto a Comissão do Pedido de Impeachment ocupa os holofotes, Lula esteve em Brasília uma semana se articulando politicamente, foi inclusive recebido por 4 ou 5 embaixadores, e não foi só dá ralé da política mundial. O que teria Lula de tão importante para dizer a esses embaixadores? O que teriam eles de tão importante para ouvir vindo de um condenado da justiça, considerado o maior corrupto da história brasileira, livrado pelo STF em um ato de afronta humilhante à justiça, à democracia e diretamente ao povo brasileiro?

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Por que as embaixadores e autoridades se propõe à uma exposição pública recebendo um personagem nefasto da república brasileira, adversário direto do Presidente da República? O que eles precisam tanto saber que só Lula pode lhes dizer?

Paralelo a isso, para que não faltem holofotes na Comissão do Impeachment do Presidente, o STF aproveita as sombras e vai liquidando com o pouco da Lava Jato que ainda resta, partindo agora diretamente para cima de Marcelo Bretas e concentrando na justiça federal de Brasília tudo o que é relacionado a Lula, Temer, Moreira Franco e demais protegidos pelos senhores ministros.

Mas ainda não chegamos ao auge do espetáculo. Nem na CPI e nem na situação institucional do país. Muitos cenários precisam ser considerados, sabendo-se que as regras não valem como estão escritas, pelo menos no que diz respeito a eles mesmos. A CPI e o STF estão protagonizandk um espetáculo de trapezistas voadores, daqueles que se lançam no ar com a certeza de que haverá um par de mãos para segurá-los e garantir o espetáculo. Ninguém pode falhar, nem na segurança, nem no tempo preciso do movimento. E é o resultado disso que nos deixa a mercê de, literalmente, qualquer coisa, inclusive do que Lula tenha conversado, em especial, com embaixadores como os da Alemanha e do Reino Unido. Argentina, Moçambique e África do Sul a gente já imagina qual deve tee sido a conversa, provavelmente muito mais franca.

A CPI presidida por Omar Aziz e comandada por Renan Calheiros vai levar o Brasil ao limite. Seu resultado será a senha para movimentos que considero muito importantes e perigosos mesmo. Estamos diante de políticos que aceitaram protagonizar o tudo ou nada em nome de uma radicalização extrema que vai nos levar a uma ruptura. Hostilizar, constranger, intimidar e até mesmo tentar coagir testemunhas, mais se uma vez ameaçar algemar um general do exército, avisá-lo se mentiroso, de genocida, nada disso é por acaso.

São cada vez mais gigantes as manifestações de apoio ao presidente. Mas isso tem que se traduzir em algo mais. As manifestações tem que ser capitalizadas em favor do país, apoiar a nação e não apenas o presidente. O caminho para isso é manifestação no local certo é na hora certa, dias semana, dias de sessões no Congresso Nacional e no STF. Essa insatisfação tem que bater ás duas portas, organizadamente, civilizadamente. São vozes que precisam ser ouvidas a ponto de incomodar.

Se não encontrarmos rapidamente o caminho para esse objetivo, será impossível enxugar o gelo, ele vai derreter muito rápido. Seja qual for o objetivo final dessa associação esquerda/mídia/legislativo/judiciário, só a população pode mudar os rumos. Com esse conluio, por mais apoio popular que o presidente tenha, não será suficiente, porque não se traduz em ação. Mesmo tendo sido gigantescas as manifestações a favor de Bolsonaro, legislativo e judiciário prosseguem no mesmo modus operandis, com o que, na minha avaliação, eles contam com os resultados. Um jogo de perde e ganha, nos qual só eles ganham.

O Brasil está chegando a um ponto que não terá retorno, seja lá qual for o lado para o qual ele vá. Não teremos como voltar atrás por muito tempo. As eleições de 2022, desde que honestas, limpas, auditáveis, definirão o modelo de nação que o Brasil quer ser nas próximas décadas. O retorno da esquerda representará o que vemos em Cuba, Venezuela, Argentina e até mesmk os EUA no aspecto social. Já a reeleição de Bolsonaro é a afirmativa de que não queremos ser um país socialista, porque não dizer também comunista.

A Comissão de Pedido de Impeachment, apelidada de CPI da Covid, ou CPI da Pandemia, dará o veredito sobre os próximos passos. O judiciário andara do lado. Cabe a nós dar um passo a frente, ou continuar andando atrás dos fatos nós contentando com o papel de vítima até sermos obrigados a nos apaixonar por nossos algozes para nos sentirmos seguros.

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