No Ponto do Fato
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Como acreditar em eleições limpas vendo um anúncio como este?
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Como acreditar em eleições limpas vendo um anúncio como este?

Por que 5 ministros do Supremo Tribunal Federal precisam se deslocar num mesmo dia para participar de um evento em defesa da democracia e da liberdade em Nova York?

HS Naddeo
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Um evento em Nova York, nos dias 14 e 15 de novembro próximos, exatos 15 dias depois do segundo turno das eleições presidenciais, organizado pela empresa de João Doria, com a presença de um governador de estado, que poderá estar reeleito, ou não, três economistas com ligações estreitas com a esquerda escancarada e enrustida, um megaempresário dos setores do agronegócio e de combustíveis e cinco ministros do Supremo Tribunal Federal, mediado por um jornalista brasileiro declaradamente anti-Bolsonaro. Isso parece normal para você? Para mim não, mesmo que sejam vozes da minha cabeça entoando uma teoria de conspiração. Mas vamos a ela.

Dia 14/11 - O Brasil e o respeito à liberdade e à democracia - Palestrantes: 5 ministros do Supremo Tribunal Federal

Até o momento em que escrevo este artigo, os únicos atos antidemocráticos e que atentam contra a liberdade no Brasil não partiram do presidente Jair Bolsonaro. A imprensa é 100% livre e em nenhum momento desde 1 de janeiro de 2019 sofreu qualquer tentativa de censura por parte do governo.

O Congresso Nacional funciona com total liberdade, sem mensalões ou petrolões, deputados federais e senadores exercem seus mandatos com a mais ampla tranquilidade, inclusive derrubando vetos do presidente da república mais de uma vez sem que isso tenha alterado a normalidade institucional e constitucional.

O poder judiciário e todos os seus puxadinhos continuam trabalhando normalmente, sem constrangimentos que afetem seu funcionamento ou a liberdade de seus ministros e juízes em todas as instâncias, a ponto do presidente da república, absurdamente, ter sido incluído em inquéritos ilegais e inconstitucionais, sem que isso tenha gerado alguma ação autoritária da presidência contra o poder judiciário.

Por que 5 ministros do Supremo Tribunal Federal precisam se deslocar num mesmo dia para participar de um evento em defesa da democracia e da liberdade em Nova York?

Não soa estranho que o tema das palestras de 5 ministros tenham a ver com a garantia da liberdade e da democracia que eles mesmos vêm suprimindo? Quem censurou a revista Crusoé, prendeu jornalistas e políticos em pleno mandato, desmonetizou canais de cidadãos comuns, perseguiu pessoas, invadiu as competências do executivo e do legislativo, legislou sem ter poder para isso, suspendeu nomeações e decretos presidenciais, não foi Bolsonaro, foram os membros do judiciário, os mesmos que estarão palestrando em nome da liberdade e da democracia.

O que esses ministros terão a falar? Ou estarão lá para justificar uma ação que terá impedido Bolsonaro (o autoritário, golpista, machista, sexista, homofóbico, transfóbico, racista...) de se reeleger e com isso causado uma convulsão social que precisou ser reprimida com censura e leis autoritárias para conter os ânimos do povo inconformado?

15/11 - A economia do Brasil com o Novo Governo - Palestrantes: o governador de São Paulo, três economistas ligados à esquerda e um megaempresário.

Não faz muito tempo, o empresário Jorge Paulo Lemann, dono da AMBEV e franco patrocinador da esquerda brasileira, declarou em outro evento nos Estados Unidos, mais especificamente em Harvard, na presença de outro ministro do STF, Luís Roberto Barroso, que inclusive se referiu ao presidente Bolsonaro como "inimigo", que no próximo ano teremos um novo presidente no Brasil. E isso ficou no ar para quem quisesse entender como quisesse. Mas... Que garantia ele teria para dizer isso?

Vemos agora, novamente nos Estados Unidos, um evento que conta com economistas que já participaram de governos de esquerda, emprestando a eles suas credibilidades na elaboração do Plano Real, no comando do Banco central por 8 anos e no comando do ministério da Economia. Pessoas ligadas a Fernando Henrique Cardoso e a Lula. Estão lá para falar da economia com o Novo Governo.

Que Novo Governo é esse do qual já sabem até qual será a política econômica adotada?

Se fosse para falar da política econômica de Paulo Guedes, não precisariam se dar ao trabalho. O próprio Paulo Guedes faz isso, e com muito mais brilhantismo que estes três juntos, mais o governador de São Paulo cujas chances de ser reeleito não são muito boas, mais o megaempresário Rubens Ometto que doou 500 mil reais para a campanha do improvável Luciano Bivar depois de já ter doado dinheiro para Lula e Bolsonaro. Como alguém poderia ter uma palestra pronta sobre os rumos da economia se a eleição não aconteceu ainda? Ou será que as insistentes pesquisas fraudulentas têm mesmo a função de tentar convencer a população daquilo que ela enxerga diferente com seus olhos e escuta com seus ouvidos?

No dia 18/5/2022 publiquei o artigo "Lula já está eleito presidente e a gente não sabe?", do qual reproduzo abaixo o seguinte trecho:

Reunião na casa de Kátia Abreu - É muito, mas muito suspeito, que uma reunião na casa da senadora Kátia Abreu tenha reunido em volta da mesma mesa Rodrigo Pacheco(PSD-MG), Renan Calheiros(MDB-AL), Randolfe Rodrigues(Rede-AP), Marcelo Castro(MDB-PI), Jaques Wagner(PT-BA), Tasso Jereissati(PSDB-CE) e a própria anfitriã, Kátia Abreu, e também participaram do jantar os ministros do STF Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes e Ricardo Lewandowski e que o tema de fundo, pelo menos o que foi dito publicamente, tenha sido a criação de um grupo no senado para defender o STF. Estranho que dentre os assuntos tratados tenha tido relevância uma reclamação de Rodrigo Pacheco sobre o programa da Jovem Pan Os Pingos Nos Is e que o objetivo da reclamação seria calar os jornalistas. Muito suspeito também é que estavam ali Renan Calheiros, sabotador da candidatura de Simone Tebet pelo MDB e Tasso Jereissati, cujo partido sabota a candidatura de João Dória, além de ser adversário histórico de Ciro Gomes. E não menos estranho ou suspeito, muito pelo contrário, a presença dos três ministros do STF responsáveis diretos pelo combate ao governo Bolsonaro e principais artífices do fim da Lava Jato.

Para ficar ainda mais estranho – Jaques Wagner

Para ficar ainda mais estranho - O petista Jaques Wagner, também presente na casa de Kátia Abreu, segundo declarações de Jair Bolsonaro, teria ligado no dia de ontem para os embaixadores da França e dos Estados Unidos para tratar da transição de governo, de um governo Bolsonaro para um governo Lula. Então, repito a pergunta pela terceira vez e deixo você pensando a respeito:Lula já está eleito presidente e a gente não sabe?

Teria sido sobre isso que Jorge Paulo Lemann falou em Harvard? Terá sido isso que trataram na casa da senadora Kátia Abreu? Terá sido por isso que João Doria renunciou à sua candidatura à presidência?

Lamento se incomodo com meu incômodo, mas sinto um cheiro muito ruim nisso tudo. Parece-me óbvio, também, que se, eu, um mero Zé Ninguém nesse universo de pilantras, identifiquei que há algo estranho nessa história, o presidente Bolsonaro e sua assessoria e serviços de inteligência já perceberam há muito mais tempo.

Portanto, minha teoria de conspiração não é dirigida a ninguém do alto escalão da república, mas a você, para que questione com mais elementos o porquê da recusa no aumento de segurança do processo eleitoral, que questione também os motivos que têm levado Edson Fachin a fazer pronunciamentos preventivos, como o que fez hoje em Washington - coincidentemente também nos Estados Unidos - dizendo que o judiciário não aceitará intervenção dos militares no processo eleitoral e que prevê uma revolta nas ruas se a população não ficar satisfeita com o resultado das eleições.

E que você preste mais atenção às ações e atitudes do ministro Alexandre de Moraes - no STF e no TSE - em "parceria" com a Procuradoria Geral da República, na pessoa da procuradora Lindôra Araujo, e no TCU, onde o petista Lucas Rocha Furtado trabalha contra o governo Bolsonaro desde o primeiro dia.

Como já disse inúmeras vezes, não é na instituição judiciário ou nas urnas eletrônicas que não confiamos. Nós não confiamos nas pessoas que as comandam. Eles até tiram o diabo da cadeia para fazê-lo concorrer às eleições. E agora, ao que parece, estão preparados para garantir que ele ganhe.

Ficaria aqui mais 2 mil linhas falando sobre isso. Mas acredito que dei o recado que precisava.


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