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Quer conhecer um homem, dê poder a ele. Quer conhecer um moleque, dê a ele o trabalho de um homem. | ||
Muitas das vezes que assisto alguma entrevista, discurso na tribuna, ou mesmo algum vídeo no qual Kim Kataguiri é o protagonista, reflito sobre o que eu pensava da vida aos 25 anos. Óbvio que o cenário político era muito diferente, o engajamento social infinitamente mais baixo, e de modo geral, nessa faixa etária, as preocupações de todos eram outras. | ||
Mas, isso não muda o fato de que eu tinha muitos entendimentos, preferências e crenças sobre muitas coisas que mudaram muito, ou completamente, porque eu só tinha 25 anos, e independentemente da minha escolaridade, curiosidade ou conhecimento obtido, a maturidade nem sempre colaborava para as melhores opções ou escolhas. | ||
Política não deveria ser profissão, mas infelizmente é, e não apenas no Brasil. Penso que todo cidadão deve ter o direito, e até o dever de colaborar com sua cidade, estado ou país, mas, já que virou profissão, isso deveria ser regrado de alguma maneira que torne as administrações públicas mais competentes e responsáveis. Um plano de carreira. | ||
Assim, o cidadão deveria começar a carreira no mandato mais inferior, no caso vereador, e ascender na carreira política pelo voto, não podendo ficar no mesmo cargo mais do que 2 mandatos e não podendo mais retroagir a cargos inferiores, ou seja, se a pessoa já foi deputada estadual ela não poderá tentar ser vereadora novamente. | ||
Se uma pessoa conseguir se reeleger para mandatos consecutivos, considerando uma reeleição em cada cargo, ao final de 24 anos ela poderá ter sido duas vezes vereadora, duas vezes deputada estadual e duas vezes prefeita. Se acrescentar dois mandatos de governador já serão 32 anos de carreira. E se conseguir uma vaga no Senado serão 40. | ||
Todo esse lero-lero introdutório me traz, então, ao Kim Kataguiri, o que eu sempre chamei de Lindbergh Farias esperando para acontecer. | ||
Honestamente, eu penso que a pessoa não precisa nem ser muito esperta para perceber quem é esse rapaz. Um pequeno oportunista com vocação a tiranete que, inclusive, demorou muito pouco para mostrar a que veio. Tal qual o Lindbergh original, um patriota de araque que não perdeu uma oportunidade para se dar bem. | ||
Se elegeu combatendo o sistema, as oligarquias, os corruptos, e se aliou a eles tão logo a primeira oportunidade apareceu. Um sujeito sem a humildade que, aos 25 anos, não tem maturidade para ocupar a função que ocupa. Não se trata de inteligência ou conhecimento, mas maturidade, capacidade de lidar com todas as conveniências e inconveniências inerentes à função do cargo que ocupa. | ||
Dou a ele o desconto da idade. Mas não dou a ele o desconto pela falta de maldade, muito menos pelo caráter. Falta de maturidade não é desculpa para falta de caráter, e isso falta ao pequeno deputado de primeira viagem. A opção contínua pelo sensacionalismo, pelo jogo baixo, pela aliança aos perdedores e às causa perdidas, demonstra falta de habilidade, de bom aconselhamento, de bons exemplos e de preocupação com boas práticas e com os interesses do país. | ||
Derrubar Jair Bolsonaro não é um interesse do país. É do interesse exclusivo do agrupamento de parlamentares ao qual pertence o deputado Kim Kataguiri. | ||
O fato é que esperava-se um homem de 25 anos ocupando o importante cargo de deputado federal que lhe foi confiado por 465.310 eleitores. Mas, no afã de levar a cabo a imbecil tarefa de derrubar o presidente Jair Bolsonaro, o que vemos é um festival de molecagens contra os interesses da população e zero contribuição para a estabilidade do país. | ||
Um dia ele terá vergonha de muitas dessas coisas. Quem não tem vergonha de alguma grande bobagem que tenha feito aos 25 anos? A vantagem é que as nossas não serão necessariamente públicas. Já quem está na vida pública pode até não ver seus méritos reconhecidos, mas estará exposto a cada bobagem que faz. E o Kim Kataguiri tá se especializando em dar shows diariamente. | ||
Pois é. O novo Lindbergh Farias aconteceu. Que, ao contrário do outro, ele pense bem onde mete o nariz. |