Você pode não gostar de Jair Bolsonaro ou de Lula. É um direito seu, tão inalienável quanto sua cidadania. Mas, imagino que você goste de você, da sua família, dos seus amigos.
Você pode não gostar de Jair Bolsonaro ou de Lula. É um direito seu, tão inalienável quanto sua cidadania. Mas, imagino que você goste de você, da sua família, dos seus amigos. Então faço duas perguntas: a) você tiraria seu corpo fora se pudesse participar de uma decisão que poderia fazer bem para você, sua família ou seus amigos? b) você tiraria seu corpo fora se pudesse escolher participar de uma decisão que poderia fazer mal para você, sua família ou seus amigos? Imagine que alguém chega para você e pede sua opinião dizendo que pretende pagar os estudos de uma sobrinha até a faculdade. Você teria coragem de se manter neutro e não dar sua opinião? Ou então alguém chega para você e pede sua opinião dizendo que pretende tomar a força um terreno que pertence a um irmão ou um grande amigo seu. Teria coragem de se manter neutro? | ||
A única maneira que uma pessoa tem de não participar do futuro é morrendo. Isso pode acontecer de forma natural ou opcional. Caso contrário, o próximo minuto já será o futuro, e, queira ou não, ela vai participar dele. Entender que o futuro é construído através de escolhas que fazemos a cada minuto não é uma questão filosófica, mas absolutamente prática. Quem sente uma forte dor de barriga, percebendo que o número 2 pode escapar a qualquer momento, tem que correr para o banheiro, ou vai fazer nas calças. Não há abstenção, nulidade ou ausência de escolha que vai mudar a situação. E, no fim das contas, conviver com a sujeira será tão inevitável quanto a dor de barriga mostrava ser quando deu os sinais do que iria acontecer caso a pessoa não tomasse a providência de participar da solução. Talvez você possa ter achado o exemplo muito chulo. Mas foi a melhor mais literal que encontrei para mostrar que ninguém se livra da merda porque resolveu se isentar de tratar dela. | ||
A escolha que temos pela frente não é sobre Jair Bolsonaro ou Lula. É sobre participar da escolha do que será o futuro, seu futuro, da sua família, dos seus amigos. Optar por não participar, não indo votar, votando nulo ou votando em branco, não isenta ninguém de participar do futuro, não impede ninguém de participar dos benefícios ou prejuízos da escolha que os outros fizeram. É como estar em um carro com um grupo de amigos que, do nada, resolveu praticar um assalto. Você não saiu do carro, não participou do assalto, não pegou em arma, estava no banco de trás, mas a polícia chegou e prendeu todos. Queira ou não você foi cúmplice do assalto. E se nesse assalto tiver ocorrido um assassinato, você foi cúmplice do assassinato. Sua pena poderá até ser menor que a dos outros. Mas pagará por ter sido cúmplice, mesmo que por omissão. | ||
Uma das piores consequências da abstenção, do voto nulo ou do voto em branco é que eles diminuem a quantidade de votos válidos, muitas vezes favorecendo a eleição de candidatos que precisariam receber uma quantidade muito maior de votos caso o número de eleitores presentes nas urnas fosse a melhor representação possível do total de eleitores esperados para votar. | ||
Um dos principais fundamentos da democracia é a liberdade de escolha, o que nos permite fazer escolhas certas e escolhas erradas, mas que nos obriga, também, a sermos responsáveis por elas. Entretanto, não escolher não nos isenta das consequências, não nos torna imunes a elas, nem mais limpinhos por termos nos omitido ao nos recusarmos a deixar nossas digitais no processo. Uma pessoa isenta pode até ser agregada aos benefícios de uma escolha coletiva, como também será agregada aos malefícios. Ser isento é contar com a sorte, com a inteligência ou com a burrice dos outros. É aceitar ser passageiro em uma viagem de carro sem saber para onde e sem saber se o motorista sabe ou não dirigir. Depois que está dentro do carro, tanto a viagem pode se mostrar segura e chegar a um destino agradável, quanto pode se transformar em um acidente fatal logo nos primeiro quilômetros. | ||
A insistência nos exemplos e analogias é para que fique claro que deixar de ir votar, anular o voto ou votar em branco não isenta ninguém do destino que será definido pelos outros eleitores. Muito pelo contrário, especialmente neste momento do Brasil no qual a eleição presidencial não vai definir apenas entre Bolsonaro e Lula, nem mesmo apenas os próximos 4 anos de governo. O presidente que sair eleito no dia 30 de outubro de 2022 será o responsável por definir o destino do nosso país pelos próximos 40 anos. | ||
Se Jair Bolsonaro for eleito, o Brasil caminhará para a consolidação da democracia e da garantia da vida e da liberdade, do liberalismo econômico, para a privatização de empresas estatais que sempre deram prejuízo quando o Brasil era governado pela esquerda, e que mesmo dando lucro neste governo, poderão dar mais lucro e contribuir muito mais para o país se forem privatizadas, tal como aconteceu com a Vale do Rio Doce e com o sistema Telebras que livraram o governo de cobrir altos prejuízos todos os anos, geraram milhares de novos empregos, e passaram a dar tanto lucro que os impostos gerados por elas são astronomicamente superiores ao lucro que poderiam dar se ainda pertencessem ao estado. | ||
Já a vitória de Lula, e não pelo que eu acho, mas pelo que ele já fez, pelo que ele fala, pelos governos e amigos que defende, não podem projetar um país melhor. Lula defende ideias que remetem ao comunismo, como a regulamentação da imprensa e o controle da internet (como fez Maduro, como é em Cuba, como é na Nicarágua), promete acabar com privatizações e tomar de volta para o governo as empresas que foram privatizadas (de novo, Venezuela, Cuba, Nicarágua) e propõe o mesmo modelo econômico da Venezuela, que afundou a Argentina em 1 ano e meio, e que já está afundando o Chile e a Colômbia antes mesmo de seus atuais presidentes completarem 1 anos no poder. Lula defende o aborto, a descriminalização das drogas, a descriminalização de pequenos furtos, tráfico de drogas deixará de ser crime, roubo de celular e pequenos roubos deixarão de ser crime; defende o desencarceramento de presos, que, para ser mais claro, significa um libera geral de presos no Brasil inteiro. | ||
Talvez Bolsonaro não tenha tantos amigos pelo mundo como Lula tem. Mas quem são os amigos de Bolsonaro e quem são os amigos de Lula? O que defendem os amigos de Bolsonaro e o que defendem os amigos de Lula? Como estão a situação social e econômica dos países governados por amigos de Bolsonaro e por amigos de Lula? Como está a democracia nos países de amigos de Bolsonaro e de amigos de Lula? | ||
E mesmo citando tantas vezes os nomes de Bolsonaro e de Lula, insisto, não é sobre eles que estamos falando, mas sobre o comparativo das condições atuais do Brasil com as condições de outros países que são de direita, liberais e democráticos com países governados pela esquerda, estatizantes e de claro viés comunista. E na sua comparação não fique apenas em países da América do Sul. Veja a situação da imigração na França, Alemanha, Suécia, cujos governos socialistas instauraram o caos em suas sociedades em nome de agendas que não tem nada a ver com seus países e populações, mas de grupos que seguem a Agenda da ONU que, por orientação da Nova Ordem Mundial (sim, ela existe, tanto quanto o Foro de São Paulo e a URSAL) querem promover um governo único mundial. Veja também como são as coisas na China, onde na economia existe um regime capitalista, do qual o governo é sócio em tudo, em paralelo com um regime comunista, no qual o partido define tudo na vida dos cidadãos. | ||
E aí eu te pergunto: você pretende se isentar de participar da escolha do futuro do Brasil só porque não gosta de Bolsonaro ou não gosta de Lula? Independente deles, você não tem nenhuma simpatia por um tipo de proposta para o país e está disposto a encarar o que vier só para não ter que votar em um deles, gostando ou não? | ||
Escolher entre um homem livre e um homem condenado na justiça 2 vezes em 3 instâncias e que responde ainda a outros processos por corrupção e lavagem de dinheiro enquanto era presidente da república, e que só está solto por uma ilegalidade cometida pela própria justiça, não deveria ser difícil para ninguém, fosse um João e o outro José, ou Alfredo e o outro Antônio. A escolha é entre uma ficha limpa e uma ficha suja. É sobre colocar no comando do país um homem honesto e um homem comprovadamente desonesto. É sobre isso que estamos escolhendo. É deixar a chave de um cofre de 5 trilhões de reais nas mãos de um homem do qual não se tem nenhuma acusação, processo ou condenação por corrupção ou lavagem de dinheiro ou devolver a chave deste cofre a um condenado que, entre outras coisas, deu parte desse dinheiro para outros países promoverem seu desenvolvimento enquanto roubava o cofre e não promovia desenvolvimento para os brasileiros que o elegeram. | ||
Eleição não é um contrato com o presente, mas um contrato com o futuro | ||
Existem dois Brasis possíveis, e ambos precisam da sua participação. Você pode escolher ser parte da solução, escolhendo aquele que achar melhor, ou ser parte do problema ao deixar de comparecer diante das urnas no dia 30 de outubro. E seja qual for a sua decisão, o futuro acontecerá do mesmo jeito, e, a menos que você morra, naturalmente ou por opção, fará parte desde futuro, com liberdade ou escravizado aos poucos por um regime de governo que nunca deu certo em lugar algum e que trouxe caos, miséria, autoritarismo e opressão em todos os lugares onde foi implantado. Sua omissão não vai livrá-lo de um Brasil, ou de outro, não vai livrá-lo de Bolsonaro, ou de Lula. De certa maneira, podemos dizer que o futuro é sempre em branco, mas para ser preenchido, pois ele acontecerá como consequência das escolhas que fizermos ou que deixarmos que façam por nós, podendo ser colorido ou em preto e branco. Mas, ninguém tem a capacidade de se abster ou de anular o futuro. Participar ou não participar é só mesmo uma questão de ser responsável ou irresponsável com o próprio futuro, de sua família ou comunidade. | ||
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