O leão está preso. As hienas continuam soltas.

Hienas são inimigos naturais dos leões. Individualmente muito mais fracas do que esses inimigos, agem sempre em bando, tendo como estratégia o cerco e o revezamento no ataque, quando cada um dos membros do bando vêm numa direção e tenta distrair o leão enquanto as outras tentam mordê-lo. Isso funciona bem quando o leão está sozinho, ou machucado, mas raramente as hienas obtém sucesso quando os leões também estão em bando. E quando conseguem abater um leão é comum que circulem com sua cabeça como um troféu para impor respeito.

O "leão" do PTB foi atacado pelas hienas.  Como não podem matá-lo, o colocaram sob um cerco a fim de mostrá-lo como um troféu que intimide os demais leões que vêm se revelando pelo Brasil. Apesar de atrevidas, hienas têm medo de leões. A prisão de Roberto Jefferson não é uma punição. É um aviso. Um recado à sociedade que se agiganta, e começa a se descobrir como um bando de leões capazes e com vontade de enfrentar de enfrentar seus inimigos.

O que temos visto acontecer no Brasil é um revezamento entre os ministros do STF no ataque às liberdades individuais, às leis e a qualquer um a quem considerem inimigos ou impedimentos aos seus avanços sobre a sociedade. Tal qual a estratégia das hienas, eles fazem o cerco, criam distrações e se protegem. Sim hienas são corporativistas e solidárias. Sozinhas não são nada. Precisam desesperadamente que a alcateia esteja ali, pronta para atacar e defender junta, coesa, cada uma dando o pior de si conta seus inimigos.

Estamos chegando em um momento crucial da história do Brasil. O ponto de ruptura se aproxima, e quando chegar não será possível ficar acovardado dentro de casa. As hienas sentem o cheiro do medo, e são os medrosos que elas atacarão primeiro, tirando suas liberdades de ir e vir, de expressão, tirando seus trabalhos, a paz de suas famílias, demarcando com suas secreções fétidas o território que antes pertencia a cada um de nós.

Roberto Jefferson, por quem, pessoalmente, não tenho muito apreço, tem sido um leão corajoso, incansável no enfrentamento e na exposição do que fazem as hienas. Trancafiá-lo é a única maneira que as hienas tem para conter sua fúria, pois mesmo se revezando nos ataques, mordendo, arranhando, não conseguiram pará-lo, não conseguiram calar o seu rugir que acordou os leões que se encontravam adormecidos, dos quais muitos, por causa dele, decidiram sair de seus esconderijos para mostrar que não só estão vivos, mas prontos para a luta.

É preciso parar as hienas que ocuparam o STF. Não é a instituição que precisa ser fechada. São seus atuais ocupantes que precisam ser tirados de dentro dela. Uma democracia não sobrevive sem uma justiça honesta e justa, e se queremos continuar vivendo em uma democracia de fato e de direito, precisamos reagir, porque um leão sozinho não dará conta da ferocidade das hienas que o atacam. Mas se tiver um bando de leões valentes ao seu lado, não há alcateia de hienas que consiga enfrentá-lo.

Já ultrapassamos os limites da paciência e da tolerância. Já aturamos demais ver jornalistas presos e cerceados, deputados federais ameaçados e presos em pelo gozo de seus direitos políticos e imunidades parlamentares, cidadãos comuns tendo suas vidas devassadas e seus direitos ameaçados, e agora um presidente nacional de um tradicional partido político - para o qual o presidente da república, sem partido, encaminhava sua possível filiação para poder disputar a reeleição em 2022 - preso sem um crime que justificasse essa atitude, atropelando o devido processo legal, à revelia da manifestação contrária do Ministério Público Federal, a quem, de direito, cabe fazer a acusação. Mas o que é o direito no Brasil, hoje, nas mãos de hienas que comem lagostas e bebem vinhos importados com no mínimo quatro premiações internacionais, pagos por nós.

É chegada a hora de decidirmos que fim terá essa história. Ou nos juntamos e nos tornamos caçadores, ou seremos caça para sempre, ou pelo menos por muitos e muitos anos.

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