O GOLPE DO GOLPE, DE NOVO.
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O GOLPE DO GOLPE, DE NOVO.

Senadores e deputados de esquerda apresentam hoje um pedido de impeachment contra Jair Bolsonaro baseados num golpe que não existe, que não foi posto, não foi articulado, não se concretizou e nem vai se concretizar.

HS Naddeo
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Desde que o pedido de impeachment de Dilma Rousseff foi aceito por Eduardo Cunha em 2016, a população brasileira ouve a esquerda avisar que o Brasil está vivendo um golpe, ou "gópi", como tantas vezes disse na tribuna do Senado a então senadora, e hoje governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Jumenta. Ops! É Bezerra.

E se foi mesmo, o tal golpe foi avalizado pelo Senado Federal e presidido pelo então presidente do STF Ricardo Lewandowski, que, junto com Renan Calheiros e Kátia Abreu, acrescentou ao golpe a supressão de uma das penalidades previstas em um processo de impeachment, deixando que Dilma mantivesse seus direitos políticos.

Michel Temer passou pouco mais de 2 anos e meio como presidente e sendo chamado de golpista por ter participado da articulação do impeachment de Dilma. E o país continuou vivendo sua anormal normalidade sem que um militar ou a própria população fosse às ruas clamar pelo retorno de Dilma à presidência.

De lá pra cá, tudo que não esteja de acordo com os interesses da esquerda é golpe. Assim foi a prisão de corruptos do mundo político e empresarial, a prisão de Lula, a Lava Jato, a candidatura de Jair Bolsonaro, a própria tentativa de assassinato de Jair Bolsonaro, a eleição de Jair Bolsonaro, a indicação de Sérgio Moro para o ministério da justiça. A justiça de primeira e segunda instâncias virou golpista, a Receita Federal, a Polícia Federal, o Ministério Público e a imprensa não alinhada a esquerda, todos viraram golpistas.

O golpe estaria concretizado com a posse de Jair Bolsonaro. Assim que ele tomasse posse seria instalada uma ditadura de direita no Brasil, as ruas amanheceriam ocupadas por tanques e militares prontos para retirar as liberdades das pessoas, LGBTs..., negros, feministas e esquerdistas seriam perseguidos e eliminados pelo fascismo que se instalaria no nosso país.

Nada disso tendo acontecido, 2019 foi um ano de caçar pelo em ovo, tanto pela esquerda quanto pela imprensa. O próprio e excelente desempenho da economia, a geração de empregos, o apoio da população ao presidente, um bom dia dado pelo presidente, tudo era sinal de golpe.

Eis que surge um fato novo e inesperado (será mesmo?) vindo da China. Não, ainda não estou falando do coronavirus, trata-se do embaixador chinês. A chegada desse elemento ao Brasil empoderou os acusadores de golpe a que eles mesmos começassem a dar um golpe. O exemplo mais claro disso é João Doria, que, eleito na rabeira da popularidade de Bolsonaro, praticamente no dia seguinte à sua posse, passou a ser um detrator do presidente e de seu governo.

Foi então que o outro fato novo, também vindo da China, agora sim, o coronavirus, fez desmoronar todo o planejamento feito pelo governo federal que se viu obrigado a concentrar recursos à crise sanitária, distribuindo quase 1 trilhão de reais para estados e municípios investirem na saúde, e mesmo assim, e até por isso, sendo chamado de golpista.

Vamos lá. Falemos de golpe.

O STF retirou do governo federal suas prerrogativas constitucionais de liderar o combate à crise sanitária no país. Deu aos prefeitos e governadores o poder de decidir como isso seria feito em seus municípios e estados. Estes então decretaram estado de calamidade pública, que mais significativamente dispensa licitação para compra de qualquer coisa, e torraram os bilhões que a união distribuiu para que preparassem seus aparatos de saúde para evitar um colapso. E o golpista continuou sendo Bolsonaro.

Os mesmos prefeitos e governadores passaram a decretar quarentena, confinamentos e lockdowns, levando ao caos social e econômico, contra a vontade do presidente, mas, mesmo assim o golpista era ele.

Não satisfeitos, muitos desses prefeitos e governadores colocaram as guardas municipais e polícias militares contra a população, impedindo que as pessoas trabalhem, fechando comércios, apreendendo o ganha pão de ambulantes e usando de violência contra os cidadãos. Mas o golpista é Bolsonaro.

No meio desse caos, o STF, em uma canetada monocrática, livrou Lula de suas condenações e liderada por Gilmar Mendes a Segunda Turma, com base em mensagens roubadas por hackers que até hoje ninguém sabe que contratou, tornou réu o juiz que o condenou. Mais do que isso, abriu o precedente para que todos os réus da Lava Jato obtenham o mesmo benefício. E ainda ontem liberou as empreiteiras condenadas na Lava Jato para participarem de licitações. Mas o golpista é Bolsonaro.

No campo penal, em nome do garantismo e de questões humanitárias, esse mesmo STF liberou mais de 35 mil presos de alta periculosidade, pertencentes à facções criminosas como o PCC, incluindo aí seus líderes, para cumprirem prisão domiciliar. Basta citar André do Rap como referência. Sumiu assim que saiu da cadeia. E nesse meio tempo o STF ainda proibiu que a polícia do Rio de Janeiro realizasse qualquer ação nas favelas do estado, incluindo sobrevoos de helicóptero. Mas o golpista é Bolsonaro.

Eu passaria o dia descrevendo fatos como esse, mas ninguém passaria o dia lendo, então vamos ao epílogo.

A troca de ministros realizada por Bolsonaro nessa segunda-feira, incluindo os da defesa e os comandantes das forças armadas, é o novo golpe de Bolsonaro. Uma prerrogativa exclusiva e um direito que qualquer presidente tem.

Senadores e deputados de esquerda apresentam hoje um pedido de impeachment contra Jair Bolsonaro baseados num golpe que não existe, que não foi posto, não foi articulado, não se concretizou e nem vai se concretizar. E entre os crimes atribuídos a ele nesse pedido, curiosamente, consta colocar as forças de segurança contra a população. E o golpista é Bolsonaro.

O único golpe que poderá salvar o Brasil é o golpe da população civil, achincalhada pelas autoridades estaduais e municipais com o aval do STF. Não serão militares que resolverão os problemas do Brasil, visto que hoje podemos dizer que eles são, inclusive, parte dos problemas.

A permanência de Jair Bolsonaro na presidência do Brasil não dependerá de pedidos de impeachment ou acusações de golpe. Sua sustentação no poder não se dará por forças militares ou por conchavos, concessões ou articulações com políticos e juízes bandidos. Só o povo brasileiro, e não será pelo voto, poderá manter Bolsonaro no comando da nação.

Não importa quantos golpes lhe atribuam ou quantos golpes lhe apliquem. Se o povo se colocar à disposição do Brasil, e não apenas do presidente, podem tentar o golpe do golpe quantas vezes quiserem. Porém, se o povo brasileiro der às costas ao presidente, estará dando o golpe em si mesmo, pois Bolsonaro é temporário, o Brasil continuará sendo o principal motivo para que façamos algo além de xingar esses bandidos de colarinho branco e de toga.