No Ponto do Fato
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Péssimos brasileiros
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Péssimos brasileiros

...que defecam lagosta e urina vinho importado com ao menos quatro premiações internacionais em vasos sanitários da primeira classe rumo a Portugal...

HS Naddeo
6 min
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Assistindo a um vídeo ontem, me deparei com essa expressão - que considerei perfeita - e coloquei como título. Nada define melhor essa gente. Talvez o "péssimos" fosse o suficiente, pois já os define como pessoas e como juízes. Mas aí você dirá: pera lá, o Nunes Marques e o André Mendonça também são péssimos? E eu te pergunto: sendo você uma pessoa honesta e honrada, ciente da responsabilidade do cargo e da maneira que as consequências que suas decisões impactam 215 milhões de pessoas, aceitaria trabalhar com péssimas pessoas sabendo o que elas fazem? Será que as benesses, o status e o poder justificam se misturar e ser visto no mesmo nível que essas péssimas pessoas?

Não tem santo ali naquele tribunal. Os que não são vis são omissos ou cúmplices. Quem tem por obrigação única proteger a Constituição Federal e a vê ser desrespeitada por alguém que tem exatamente a mesma função é no mínimo conivente com os acontecimentos, e por conseguinte, tão culpado quanto quem a desrespeita. Justiça não pode se misturar com política, ainda que o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal venha por indicação política, o que já se provou que, em um país com o nível de corrupção e criminalidade que vivemos, não dá certo. Aliás, talvez em nenhum país esse sistema de indicação dê certo, mas, ao menos quando o índice de corrupção é, digamos, em um nível ínfimo ou tolerável, já que a corrupção é uma condição humana, funcione melhor do que aqui.

Um cidadão comum pode ser vítima de um erro da justiça, mas é inconcebível que ele venha a ser vítima da justiça sendo ela usada como instrumento de perseguição, vingança ou revanchismo. Esse não é o papel da justiça. Seu papel está diretamente ligado à lei e à ordem, e tê-la representada por quem avikta a lei e promove a desordem, temos seu conceito básico totalmente subvertido, sua função social desmoralizada, suas prerrogativas constitucionais pervertidas. É a promiscuidade vestindo toga, para dar a si mesma ares de imaculada.

Péssimos brasileiros! Gente que não se importa com a economia, com a saúde, com a educação, com a infaestrutura mas trabalha diuturnamente para proteger bandidos, políticos corruptos, favorecer advogados milionários. Uma corte que deveria ser constitucional transformada em corte penal. Milhares de processos que tratam de doenças, heranças, partilhas, direitos líquidos e certos acumulando poeira por meses, anos, décadas, enquanto processos de bandidos e políticos são passados na frente e tratados com urgência urgentíssima, pois pra esse gente é mais importante defender os seus do que fazer justiça para quem precisa e merece.

Como consertar isso tudo se quem tem essa prerrogativa constitucional também é péssimo no mesmo nível? Senadores e deputados federais péssimos, frutos de uma lei eleitoral péssima e feita sob medida para que esse péssimo sistema se perpetue. Lei feita por eles mesmos, e avaliada pelos péssimos brasileiros que poderiam e deveriam declara-la inconstitucional, ilegal ou no mínimo imoral. Péssimo também o povo que assiste passivamente a isso tudo com mais medo da injustiça do que com vontade de ver a justiça ser feita como deveria, como o significado do seu nome promete.

Se fizermos uma equivalência com a medicina, a atual composição do Supremo Tribunal Federal tem um médico e dez enfermeiros. Se equipararmos à engenharia civil seria um engenheiro e dez mestres de obras. Se a analogia for a igreja teremos um bispo e dez coroinhas. A corte máxima da justiça é tão somente uma banca de advogados ricos de bandidos ricos. Para esses péssimos brasileiros, a serventia da Lei Orgânica da Magistratura Nacional é o mesmo que dizer que o código penal não serve para criminosos, afinal, eles não são juízes de fato. Um falso médico não pode ser processado com base nas normas do CRM, afinal ele não é médico. Praticar a medicina de forma ilegal é crime. E isso serve, ou deveria servir, para qualquer profissão, inclusive para juízes que não são juízes de fato.

Não é preciso ser adivinho para saber que teremos péssimas eleições. As péssimas ações e decisão já antecedem a elas. Baseados nas péssimas intenções apresentadas até aqui, podemos - e devemos - esperar de tudo até o dia 2 de outubro, uma vez que já sabemos que as leis já não valem como estão escritas e como as conhecemos. A jurisprudência virou jurisimprudencia nas mãos sujas que as fazem, seguras que são de sua impunibilidade. Não há ninguém que os confronte, nem mesmo quem os afronta parece ter o poder é a coragem para tanto. E ficamos à mercê das canetas que reescrevem a história do Brasil com o sangue e o suor do povo brasileiro, por gente que defecam lagosta e urina vinho importado com ao menos quatro premiações internacionais em vasos sanitários da primeira classe rumo a Portugal, tudo pago por nós.

Triste Brasil. Péssimos brasileiros, os que fazem, os que são cúmplices, os que fingem não ver, os que acham que não tem nada a ver com isso e os que só reclamam, entendem que já fazem muito e criticam quem pensa que é preciso fazer muito mais.

Não serão eleições que mudarão o Brasil. Do ponto de vista social, a real solução é péssima no primeiro momento, mas talvez a única para resolver o que realmente precisa ser resolvido no nosso país.

Enquanto opinião, paro por aqui. Mas sugiro que leiam abaixo como a justiça brasileira é avaliada mundo afora. É estarrecedor, e justifica 100% o título deste artigo.

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Como a justiça mundial avalia a justiça brasileira. Uma vergonha!
Alerta vermelho. No indicador “justiça criminal” do WJP Rule of Law Index 2021, o Brasil ocupa a 112ª posição mundial (de 139 países avaliados). Entre os medidores avaliados estão a efetividade das investigações, a duração razoável do processo, a capacidade de prevenção criminal, a imparcialidade do sistema de justiça, a ausência de corrupção e o respeito ao devido processo legal.
No medidor “efetividade e razoável duração do processo”, o Brasil está na posição 133 (de 139), à frente apenas de Trindade e Tobago, Peru, Paraguai, Bolívia e Venezuela. Em primeiro lugar, está a Noruega, seguida da Finlândia, Dinamarca, Áustria, Suécia e Alemanha. Os EUA estão na posição 30, enquanto a China, na 69ª posição.
Assustadoramente, o Brasil está em penúltima colocação no medidor “imparcialidade” do sistema de justiça criminal, que analisa práticas discriminatórias e seletividade do sistema, perdendo apenas para a Venezuela.
Tais dados revelam, de forma clara, a completa disfuncionalidade do sistema criminal brasileiro. Ele é tão ruim que consegue reunir, a um só tempo, os piores defeitos possíveis: discriminação e ausência de efetividade.
Fonte: https://worldjusticeproject.org/rule-of-law-index/factors/2021/Brazil/Criminal%20Justice/

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