Quem não se vacinar não poderá votar
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Quem não se vacinar não poderá votar

...impedir que as urnas recebam votos para Jair Bolsonaro relevam desespero e medo por parte da oposição...

HS Naddeo
5 min
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É isso o que pretende o PDT através da proposta do deputado Félix Júnior do PDT da Bahia.

Há quem entenda que na guerra eleitoral vale tudo, inclusive tentar privar eleitores do seu direito ao voto. E é exatamente essa intenção do deputado baiano pelo PDT Félix Júnior. Sem o mínimo de desfaçatez ele protocolou um projeto de lei que objetiva privar eleitores não vacinados de votar nas próximas eleições. Segundo o que ele propõe, quem não apresentar o comprovante de vacinação, chamado de passaporte sanitário, não poderá votar, mesmo sendo esse um direito constitucional de todos os cidadãos que estejam em dia com duas obrigações com a justiça eleitoral.

E o que isso tem a ver com saúde? Absolutamente nada. O buraco é mais embaixo. Isso tem a ver com os eleitores de Jair Bolsonaro, entre os quais há uma grande parcela que optou por não se vacinar, um contingente muito maior do que o encontrado entre os eleitores que se opõe ao atual presidente.

Certamente isso não é ideia própria do deputado, ele é tão somente um "menino de recados" da esquerda que aceitou a tarefa de pagar o mico de apresentar uma proposta indecente como essa. Além disso, o fato de ser baiano e de oposição ao governo, deixa mais do que claro que ele está pouco se lixando com questões sanitárias ou direitos civis. É só estratégia para impedir que o maior número possível de eleitores não reuna condições de votar em 2022, tendo os eleitores bolsonaristas como alvo principal.

Muito provavelmente você nunca ouviu falar do deputado Félix Júnior, como eu mesmo jamais tinha ouvido esse nome antes, tal sua insignificância enquanto personagem da política atual, mesmo estando em seu terceiro mandato consecutivo. Aliás, eventualmente me surpreendo ao ler ou ouvir nomes que ocupam cadeiras nas casas do Congresso Nacional, mas que parece estarem lá só para tomar cafezinho ou emprestar seus nomes para algum servicinho sujo quando necessário.

A proposta de obrigar que eleitores apresentem passaporte sanitário viola ao mesmo tempo dois direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros, o de decidir sobre suas próprias saúde e o direito de participar da escolha de seus representantes através do voto.

Mais inadmissível que isso é que a mesa da Câmara dos Deputados, através de seu presidente, deputado Arthur Lira, venha a aceitar que uma proposta esdrúxula e inconstitucional como essa tramite pelas comissões da casa. Inadmissível também é que os poucos deputados federais que têm um mínimo de lucidez não se oponham publicamente denunciando um projeto que tem a intenção clara de alijar cidadãos do processo eleitoral sob a desculpa sanitária.

A pergunta que devemos nos fazer é: até onde a oposição a Jair Bolsonaro está disposta a chegar para tentar evitar a inevitável ida do atual presidente para o segundo turno em busca da reeleição? Essa talvez seja a questão mais importante, mas não é a única. Estamos cansados de ver ações do STF atacando diretamente o presidente e seus apoiadores, como interferências nas decisões do governo e prisão e desmonetização de canais pessoas escancaradamente bolsonaristas. Todas ações ilegais e inconstitucionais, diga-se de passagem.

Esse tipo de pilantragem só é possível porque Felix Júnior não é o único pilantra com mandato na Câmara dos Deputados. A própria mesa da Câmara tem pilantra ocupando vice-presidência, como é o caso do deputado Marcelo Ramos, office boy, com mandato, do senador Omar Aziz e que não perde uma chance de agir contra o governo federal.

Felix Júnior já foi processado pelo Ministério Público pelo tombamento ilegal da Mansão Wildberger em Salvador, edifício histórico da cidade, em cujo lugar foi construído um edifício de 35 andares. A Mansão Wildberger era um das mais antigas edificações da cidade. Felix Júnior e mais 3 pessoas foram denunciadas por crimes contra o patrimônio e o meio ambiente.

Por ter foro privilegiado como deputado federal, seu processo foi remetido ao STF, cuja relatoria caiu no colo - vejam as coincidências da vida - de Gilmar Mendes, que o absolveu contando também com os votos de mais 6 ministros, sendo contrários apenas Joaquim Barbosa, Celso de Mello e Marco Aurélio Mello. Como isso foi em 2013, fica fácil saber quem acompanhou o voto do relator.

Imoralidades como esse projeto ridículo apresentado por Félix Júnior, no entanto, acabam sendo mais reveladoras do que parecem. Usar desse tipo de expediente para tentar impedir que as urnas recebam votos para Jair Bolsonaro relevam desespero e medo por parte da oposição. Ademais, demonstram que para impedir a força que tem o atual presidente só mesmo através de medidas descabidas e ilegais, mas que infelizmente contam com a anuência de outros tantos pilantras, no legilslativo e no judiciário.

A única coisa que não vale nessa história toda é o eleitor se permitir ser feito de trouxa, o eles acham que os eleitores são, acostumados que estão a mentir, iludir, prometer e receber votos da parcela que realmente não entende o valor e o poder da cidadania e do voto.

E se na guerra eleitoral há quem entenda que vale tudo, há também entre os eleitores quem goste de pilantras e pilantragens. Fazer o que?

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