Tentações e tentativas para enfrentar Bolsonaro
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Tentações e tentativas para enfrentar Bolsonaro

Nenhum oponente de Jair Bolsonaro quer enfrentá-lo no segundo turno. Melhor seria se ele não estivesse nem no primeiro...

HS Naddeo
7 min
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E quem sabe derrubar? Nenhum oponente de Jair Bolsonaro quer enfrentá-lo no segundo turno. Melhor seria se ele não estivesse nem no primeiro turno, uma das maiores tentações dos adversários, dos traidores, dos políticos, dos juízes, e da imprensa, claro. Fundamental para que qualquer idiotice possa ser vendida como verdade.

As tentações não param por aí e não é preciso fazer nenhuma profecia apocalíptica sobre os riscos que a vida de Bolsonaro corre. O cara foi esfaqueado na campanha passada quando os mandantes acharam que estariam removendo um obstáculo e acabaram criando uma barragem que se torna mais resistentes a cada tentativa de derrubá-la.

Adélio Bispo foi a maior cagada que a esquerda produziu contra si mesma. Primeiro porque não conseguiu matar o então candidato Jair Bolsonaro. Segundo porque ficou vivo. Com 100% de certeza os planejadores e financiadores de Adélio acreditavam que ele seria executado pela segurança. Ao contrário, foi protegido para que a população não o matasse.

Depois que foi preso, sua eliminação iria envolver mais pessoas, suspeitas e investigações, o que poderia mesmo era trazer mais problemas. Mas ele também não poderia ir para uma cadeia comum porque acabaria contando vantagem e entregando tudo. Já em um sanatório judiciário, diagnosticado como insano, em tese, ele pode dizer o que quiser, porque a justiça já o declarou louco e louco fala o que quer.

O registro da entrada de Adélio Bispo na Câmara dos Deputados no exato momento em que ele esfaqueava Bolsonaro em Juiz de Fora teria servido para o improvável caso dele conseguir fugir. Não há dúvida de que houve precipitação e deram a entrada dele sem saber se tinha escapado ou se teria sido preso ou morto. Acontece que esse é um assunto que sumiu do radar. Deixaram de dar importância ao álibi mais mal planejado da história e que leva diretamente a alguém que sem medo de errar está ligado ao que Adélio foi fazer em Juiz de Fora.

A maioria de nós é capaz de arriscar um palpite quase certeiro, que resultou na renúncia de um deputado federal da esquerda que tão repentina quanto sua renúncia foi sua saída do país, encenação de ex-BBB dizendo que corria risco de vida quando fazia parte ele da trama para que outra vida corresse risco. E esse assunto tem que voltar à pauta. É preciso que se torne público o nome do deputado federal que autorizou a entrada de Adélio Bispo no prédio da Câmara dos Deputados no momento que ele tentava matar Bolsonaro. E o responsável pela omissão, e possivelmente até da destruição dos desse registro no sistema de segurança da Câmara foi Rodrigo Maia, que sabe e acoberta, o que faz dele cúmplice.

Existe ainda a forte tentação do judiciário, usando o STF e, principalmente, o TSE de tornar Jair Bolsonaro inelegível e para tanto eles já vem criando jurisprudências, mas não só isso, eles criam leis para punir crimes que não existem no ordenamento jurídico brasileiro e em nenhuma democracia que possa ser chamada assim no resto do mundo. As tentações do judiciário são as mais imprevisíveis em todo esse processo. E podem ser fatais para as intenções dos candidatos que forem atingidos por elas.

No Congresso Nacional as tentações continuam mirando um pedido de impeachment para o qual o presidente da Câmara, Arthur Lira, pode vir a ser obrigado a apreciar, também com a mão do judiciário no meio, mas com o mesmo modus operandi que utilizaram para derrubar o voto impresso auditável. A imposição direta do STF obrigando Arthur Lira a apreciar um pedido de impeachment de Bolsonaro cairia muito mal quando diversos ministros do STF têm pedidos de impeachment protocolados e aguardando a boa vontade de um presidente do Senado.

Tentativas de derrubar veremos muitas, e espero que não vejamos todas. Mas CPIs, escândalos fabricados, distorção da realidade, ameaças e constrangimentos às campanhas de conservadores, ação direta de derrubada de contas nas redes sociais, banimento de redes sociais como o Telegram, até mesmo a ideia de exigir comprovante de vacinação para eleitores sabendo que a maior concentração de não vacinados está na direita conservadora, mais explicitamente no eleitorado de Jair Bolsonaro.

Em um dado momento da história recente da Venezuela, mais fortemente na era Maduro, o judiciário passou a interferir e definir o andamento do legilslativo daquele país. Houve eleições nas quais a oposição foi impedida de participar, quando participou e ganhou teve seus poderes retirados pela suprema corte, e desde então virou de vez a ditadura que conhecemos.

Os maiores ataques, no entanto, serão dirigidos a nós, através dos reflexos gerados por cada ação miserável que o establishment está disposto a fazer para derrubar o presidente e deixá-lo inelegível. Será a nossa capacidade de interpretar os fatos que poderá até impedir que eles aconteçam ou que, no mínimo, resulte em uma reação proporcional ao tamanho do  absurdo. O silêncio não é mais uma opção. Nesse caso a imparcialidade já não isenção, passa a ser conivência.

Eu não gostaria que Jair Bolsonaro fosse a única opção de candidato que atendesse às expectativas que tenho para o Brasil de agora e do futuro. Mas não digo isso por ele, muito pelo contrário. Penso que é triste uma nação chegar ao ponto de não conseguir oferecer à sua população outros candidatos que também representem o que ele representa. Nossa realidade nos impõe Bolsonaro de um lado e todo tipo de representatividade da esquerda do lado oposto, incluindo Sérgio Moro.

Faltam novas lideranças ao Brasil. Falta darmos um salto de qualidade na política e renovarmos profundamente Câmara dos Deputados e Senado Federal, principalmente o Senado. Uma ampliação na quantidade de senadores conservadores agora em 2022 é a chave para a recuperação do equilíbrio de forças dentro do Congresso Nacional e em relação ao judiciário. O que se espera com isso é que senadores sem pendências com a justiça e sem pendências com juízes façam frente aos absurdos projetos que vem da Câmara dos Deputados e aos devaneios do STF.

Ao mesmo tempo temos que entender que essa mudança tem que acontecer também, necessariamente, começando pelas Câmaras Municipais e Assembléias Legislativas. Na maioria dos casos é através dessas casas que os políticos ascendem em suas carreiras, e a maioria do nosso povo não dá a menor importância para quem são eles e o que eles fazem. Só saberão quando o político for eleito para o congresso e seus podres e relações pessoais comecem a ser jogados na imprensa e nas redes sociais. E aí já é tarde.

Não podemos mais continuar caindo na tentação do conforto, da omissão, na ideia ingênua de que ao eleger um presidente ele vai resolver sozinho todos os problemas do país, o que fica ainda pior quando se trata de um país que produz uma dúzia de problemas novos por dia. Toda vez que um cidadão é passivo com relação aos seus interesses, suas convicções, seu valores, sua liberdade, há alguém atento se beneficiando dessa negligência.

Não nos deixemos cair em tentações. Mas se quiser mesmo se livrar do mal, tem que participar.

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