Todos contra o candidato que não ganha de ninguém
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Todos contra o candidato que não ganha de ninguém

Reza a lenda que uma mentira contada 1000 vezes vira verdade, e essa é a única aposta que justifica todo esse engodo. Mas não vai rolar.

HS Naddeo
5 min
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Segundo as pesquisas e os comentários dos adversários, Jair Bolsonaro perde para qualquer um já no primeiro turno. Hoje mesmo recebi pelo Twitter a recomendação de andar anonimamente pelas redes sociais para atestar isso. Obviamente bloqueei, não tenho mais paciência para esse tipo de energúmeno. Se navegar pelas bolhas de esquerda certamente será essa a impressão. Mas e as ruas?

Rio Grande do Norte - 10/2/2022
Rio Grande do Norte - 10/2/2022

A imagem acima tem 6 dias, e essa cena se repete em qualquer lugar que Bolsonaro vá. Encheria esse artigo só com imagens iguais a essa vindas de todo canto do país.

Não parece estranho que mesmo com tanta certeza de uma derrota do presidente já no primeiro turno alguns partidos como MDB, PSL e PSDB estejam dispostos a se unir e abrir mão de pré-candidaturas próprias para enfrentar um inimigo "tão combalido" eleitoralmente?

Se as pesquisas garantem que ele não ganha, porque é necessário que a imprensa, analistas políticos e os próprios membros do judiciário no STF e no TSE trabalhem tão arduamente para derrotá-lo? Por que essa gente toda tem tanto medo e dedica tanto esforço para derrotar o candidato que eles já consideram derrotado há 8 meses da eleição?

A realidade paralela imposta pela imprensa e pelas pesquisas dizem que João Doria ganharia de Bolsonaro, quando sabemos que não conseguiria se reeleger governador de São Paulo se tentasse. Simone Tebet não se reelegeria ao Senado no Mato Grosso do Sul se tentasse, mas também venceria Bolsonaro. Sérgio Moro não atingiu 2 dígitos na pesquisa, mas também ganha do presidente. Lula não pode sair nas ruas, mas seria o franco favorito. Ciro Gomes não tem nem a esquerda a seu lado, mas também derrotaria fácil o presidente. Qual é a mágica afinal? Quem seria o candidato que consolidaria a derrota de Bolsonaro já no primeiro turno?

Reza a lenda que uma mentira contada 1000 vezes vira verdade, e essa é a única aposta que justifica todo esse engodo. Mas não vai rolar.

Partidos e pré-candidatos tem em mãos as pesquisas que realmente valem, e elas mostram um resultado bem diferente do que mostram as pesquisas divulgadas pela imprensa. Não fosse assim figuras como João Doria e Sérgio Moro insistiriam em suas candidaturas até o final. Defendo já há um bom tempo que Lula nem sairá candidato, não tem condições morais e operacionais para insistir no que poderia ser o último vexame da sua vida política e pessoal. Simone Tebet nunca teve a menor chance. O único nome que talvez consiga forçar um segundo turno contra Bolsonaro seria Ciro Gomes, desde que consiga reunir todos esses nomes e partidos em torno de sua candidatura, o que não é uma tarefa fácil, mas lógica se pensarmos principalmente num eventual segundo turno.

A única chance que me parece possível de impedir que Jair Bolsonaro vença novamente é a impugnação de sua candidatura, e parece que é com isso que os adversários contam. A única coisa com a qual essas possíveis alianças não se importam é tirar Bolsonaro do governo, não importa a maracutaia necessária para que isso aconteça. E mesmo com o presidente fora da disputa, se fosse o caso, não creio que Lula manteria sua candidatura, pois nem saúde ele tem mais para isso. Nesse caso, e só nesse caso, esse candidato único pretendido pelo PSL, MDB e PSDB provavelmente enfrentaria Ciro Gomes em um segundo turno, o que de um jeito ou de outro levaria o Brasil ao caos do socialismo.

A chance de impugnação da candidatura de Bolsonaro depende muito mais de coragem do que de motivos, que vêm sendo fabricados um atrás do outro por ministros do STF e do TSE que abriram mão do papel que lhes cabe para fazer política, o que é absolutamente proibido pela lei da magistratura. Contudo, o esforço tem sido inglório até então, o que lhes obrigaria a radicalização do descumprimento das leis e da Constituição Federal, o que, penso eu, estariam dispostos a fazer em último caso.

Acontece, porém, que, caso tentem, terão que enfrentar a reação de um povo que acordou e não admitirá mais ser ludibriado por expedientes ilegais e inconstitucionais, nem por urnas eletrônicas nas quais não confiam. Esse tempo já passou, e quem contar com a leniência dos eleitores para praticar esse trambique vai se deparar com uma reação sem precedentes na história do Brasil.

Não se iluda com pesquisas, alianças e falas de políticos, jornalistas e juízes. Se Bolsonaro fosse uma derrota esperando para acontecer, as ambições dos partidos e pré-candidatos que se opõe a ele não seriam deixadas de lado em troca da concentração de forças para derrotá-lo.

O fato é que até hoje tentam ignorar o fenômeno que é Jair Bolsonaro, escondendo os feitos de seu governo, a recuperação da lucratividade e desempenho das estatais, judicializando todas as iniciativas de reformas estruturais, deixando medidas provisórias caducar, envolvendo e agredindo sua família no que deveria ser apenas política, e distorcendo o bom momento econômico que o país vive apesar de todas essas obstruções, ataques, e, sobretudo, dos efeitos da pandemia agravados pelas ações nefastas de governadores e prefeitos com o aval do STF.

Será preciso muito mais que alianças sórdidas para derrotar Jair Bolsonaro. Ou arrumam muita coragem para mais uma vez passarem a perna nos eleitores ou arrumam muitos eleitores dispostos a cair em um novo estelionato eleitoral.

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