Os políticos precisam de palanques, a imprensa precisa deles e lhes garante esses palanques, não interessa se sejam montados em cima dos caixões de milhares de vítimas, que para eles são só estatísticas.
Vivo, se não for famoso, você não vale uma manchete de jornal. Morto, dependendo da causa e do interesse em torno dela, você se torna uma celebridade. Lembremos o caso da professora Heley de Abreu Silva Batista, que morreu salvando alunos do incêndio na creche. Uma heroína de fato, que tratou com seriedade o conceito de "salvar vidas", dando a sua para isso. Mas quantos outros heróis em idêntica situação salvaram vidas, ficaram vivos e nunca soubemos quem são? | ||
Para a imprensa que comenta política e cotidiano social, pessoas comuns vivas servem para gerar notícias que causem comoção. Por mais evoluídas que as sociedades sejam, a miséria humana ainda desperta o mesmo interesse de centenas de anos atrás. Programas de TV como o apresentado por José Luís Datena, que deste patamar de atividade se acha qualificado para disputar a presidência da república, explora diariamente a desgraça humana, promovendo a criminalidade enquanto bravateia sob os olhares de amendrontados espectadores empáticos às vítimas desse panfleto televisivo. A imprensa vive da desgraça porque o povo gosta dela. | ||
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Há, no entanto, um outro ponto de vista que pode ser ainda mais perverso, que não torna um morto uma celebridade, mas um fato inclusive aguardado. Quando se trata de gestão governamental e comercial, até às pessoas famosas não são nada além de números. Somos números, que nascem, morrem, compram, vendem, se associam, trabalham, pagam impostos e são observados e analisados estatisticamente, friamente, como inclusive deve ser mesmo. Ninguém olha para umdado estatistico sobre crianças de 4 anos e diz "que lindinhas!". É apenas uma sequência numérica que aumenta ou diminui em função de um sem número de fatores. Não gera empatia. Ninguém chora quando pega um relatório que aponta que a violência gera 64 mortes por dia. | ||
A sessão da CPI de ontem, 18 de outubro de 2021, foi um festival fúnebre com o objetivo de inverter o processo. Expôr a dor individual das famílias foi uma tentativa de transformar a estatística e coisa pessoal. É como se a CPI tivesse dado voz à alguns dos números das plaquinhas/lápides que deciravam as mesas de alguns senadores com a contabilidade dos mortos pela Covid. A tristeza alheia fazendo a alegria dos senadores. | ||
Você, e eu também, precisa morrer para que a injustiça social continue gerando notícias e riqueza, lícitas ou não. Pessoas precisam continuar sendo assaltadas, estupradas e assassinadas para que os Datenas da vida possam existir, pois não passam de apresentadores de circo de horrores. Nós precisamos morrer para que políticos possam continuar enriquecendo do desvio do dinheiro do pagador de impostos que deveria ter ido para a educação, para a saúde, para evitar que as pessoas continuem sendo assaltadas, estupradas e assassinadas. | ||
Nós precisamos morrer porque meia dúzia de lunáticos poderosos no mundo resolveram que a população mundial precisa ser reduzida, e para eles tanto faz se for uma pessoa comum ou famosa; somos apenas unidades dentro de uma sequência numerica que eles entendem que precisa diminuir, mesmo que para isso uma providencial pandemia e uma série de providenciais vacinas experimentais sejam necessárias, um genocídio à prestação com juros altíssimos que através de mortes e passaportes sanitários nos forçam a pagar. A melhor analogia para isso é o embarque dos judeus nos trens sem saber para onde estavam indo. Hoje nós sabemos. | ||
Os políticos precisam de palanques, a imprensa precisa deles e lhes garante esses palanques, não interessa se sejam montados em cima dos caixões de milhares de vítimas, que para eles são só estatísticas. Números. Político não sente dor pela morte de ninguém. Nem nós sentimos. Quem chorou cada uma das 600 mil mortes? Quem chorou a morte dos desconhecidos? Eu vivenciei de longe, e com bom atraso, a morte do filho de uma ex-colega de faculdade, criança de 4 anos, vítima da Covid. Me comoveu obviamente. Mas quantos milhões de brasileiros mais viveram a dor dela? Qual senador dessa CPI teve a nobreza de endereçar a ela uma carta de condolências? Nenhum, claro. O filho da minha amiga é só um número em uma sequência de milhares de números. A dor da minha amiga é só um dado percentual para eles. | ||
Nunca foi tão difícil ficar vivo. | ||
É fato que haverá um determinado momento do mundo em que sua capacidade de abrigar pessoas terá um limite. Muitas culturas ainda tem muitos filhos, e lá na frente o planeta terá que ser capaz de alimentar uma população gigantesca, sendo que isso já é um problema enorme nesse momento. Mas não é aceitável que esse equilíbrio seja buscado pela mortandade através de guerras biológicas, econômicas ou armadas. Não é aceitável que um mísero vírus tenha colocado o mundo de joelhos, a menos que essa fosse a exata intenção. | ||
Temos que permanecer vivos, e ativos. Porém é inaceitável e inegociável que nossos direitos fundamentais sejam suprimidos a troco de pagar essa conta. A liberdade é inquestionável, de ir e vir, de livre manifestação e pensamento. Esse é o único jeito de continuar vivo. | ||
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