A polpa é um tecido conjuntivo, portanto, de origem mesenquimal. Contudo, apresenta características bastante peculiares: está contida entre paredes inextensíveis representadas pela dentina; e possui em sua periferia, em contato direto com a d...
A polpa é um tecido conjuntivo, portanto, de origem mesenquimal. Contudo, apresenta características bastante peculiares: está contida entre paredes inextensíveis representadas pela dentina; e possui em sua periferia, em contato direto com a dentina, células especializadas representadas pelos odontoblastos. | ||
A íntima relação entre dentina e polpa seja pelo contato ou pela origem embriológica procede à denominação de complexo dentino-pulpar. | ||
ORIGEM EMBRIOLÓGICA | ||
A polpa é um tecido conjuntivo frouxo, que reage de forma similar a outros tecidos de mesma constituição encontrados em outras regiões do organismo em situações fisiológicas ou patológicas. Contudo, em função da localização do tecido pulpar em uma cavidade formada por paredes de dentina, exceto pelo forame apical e canais acessórios, uma condição excepcional é conferida à polpa, principalmente quando acometida por um processo inflamatório. | ||
A formação do dente inicia-se durante a sexta semana de vida embrionária. A partir da proliferação do ectoderma relativo aos processos mandibular e maxilar originam-se as lâminas dentais. | ||
O desenvolvimento embrionário é promovido pela interação entre células e entre células e matriz extracelular. Interações dessa natureza regem a diferenciação de ameloblastos e odontoblastos. | ||
A regulação se dá por expressão de moléculas na superfície da membrana celular, tais como as integrinas, que são moléculas de adesão da superfície celular. Fatores de crescimento produzidos pelas células iniciam o processo de proliferação, migração e diferenciação celular. | ||
De uma forma geral os processos biológicos envolvidos com odesenvolvimento fisiológico e patológico são contínuos e cadenciados por diversos fenômenos, os quais, mesmo no ápice do desenvolvimento científico, estarão longe de serem explicados em sua essência. O processo de formação dental não é contínuo, mas por motivo didático, pode-se dividi-lo em três estágios: botão, capuz e campânula. A fase do botão é o primórdio do órgão do esmalte, derivado do epitélio oral. Apresenta células periféricas pequenas, colunares e justapostas, enquanto as células centrais são poligonais. A extremidade do órgão do esmalte é envolvida por células mesenquimais que se condensam para dar origem à papila dentária e ao saco dentário. | ||
O estágio do capuz se identifica quando as células da lâmina dentária se proliferam dando origem a uma concavidade. Neste estágio já é possível observar as células do epitélio interno e externo do esmalte separadas por células poligonais, as quais irão constituir o retículo estrelado à medida que os espaços intercelulares sejam preenchidos por substância intercelular. No centro do órgão do esmalte é possível notar a papila dentária. | ||
O estágio de sino ou campânula se dá pelo crescimento do capuz dentário e invaginação da margem cervical do órgão do esmalte, dando origem a uma estrutura em forma de sino. Nesta fase as células do retículo estrelado se tornam bem afastadas entre si pelo acúmulo de substância intercelular com grande quantidade de glicosaminoglicanas. O retículo estrelado se separa do epitélio interno do esmalte por uma camada de células denominadas estrato intermédio, que parece seressencial para formação do esmalte, pois está relacionada à ameloblastos secretores. | ||
O ectomesênquima, que já se apresenta condensado e envolvendo o órgão do esmalte e a papila dental, forma o folículo dentário e posteriormente dará origem ao ligamento periodontal. | ||
Antes da formação de dentina, os odontoblastos distanciam-se da camada basal criando uma zona acelular que contem apenas prolongamentos citoplasmáticos e fibrilas. O primeiro sinal de dentinogênese dá-se pela condensação de substância fundamental amorfa em torno das fibrilas da camada acelular. Após a formação dessa camada de pré-dentina, a membrana basal desaparece junto ao inicio do processo de mineralização. Ocorre uma interação entre os prolongamentos dos odontoblastos e as células do epitélio interno para que se diferenciem em ameloblastos para sintetizarem matriz de esmalte. | ||
Formação Radicular | ||
O desenvolvimento radicular inicia-se um pouco após a formação coronária. Os epitélios, interno e externo, do órgão do esmalte formam a bainha epitelial de Hertwig na alça cervical, a qual se prolifera continuamente crescendo em direção apical para formação da raiz. | ||
É importante salientar que existe uma porção radicular a qual é denominada de limite CDC, ou seja, limite entre o canal dentinário e o cementário. |