EXAME FÍSICO
EXAME FÍSICO |
O exame físico é a etapa do exame clínico a partir da qual serão coletados os dados objetivos (sinais) relacionados à doença, que envolvem desde o aspecto geral de saúde do paciente até o exame específico de fora e de dentro da boca. O exame físico geral envolve avaliação de todas as partes possíveis do corpo,exceto a cabeça. Isso muitas vezes se refere à pele, pois uma série de doenças têm manifestação simultânea na pele e na boca. Como exemplos, podemos citar doenças infecciosas e doenças imunologicamente mediadas (doenças autoimunes). |
O exame físico locorregional corresponde a exame extra-bucal, ou seja,das características de face e cabeça, e também no exame intra-bucal. Nesse momento, nossa atenção deve estar voltada principalmente para a pele do rosto e os olhos, pois muitas doenças podem se manifestar na boca e na pele. |
ETAPAS EXTRABUCAL |
O exame físico extrabucal vai começar pela avaliação dos linfonodos. Estes órgãos fazem parte do sistema imune e estão espalhados por todo corpo.Três cadeias principais vão ter importância para a odontologia: a cadeia cervical superficial, que acompanha o músculo esternocleidomastoideo, os da região submandibular, e os submentonianos. |
Para avaliar os submandibulares devemos nos posicionar atrás do paciente, inclinar sua cabeça para o lado e usar a ponta dos dedos para movimentar os tecidos moles em direção à mandíbula, que vai servir como um anteparo para percebermos esses linfonodos. |
Para os submentonianos, deve-se inclinar a cabeça para frente e ir jogando o tecido mole contra a mandíbula, e assim percebendo se há algum linfonodo palpável na região. |
Quanto aos cervicais, se apalpa desde o processo mastóide próximo ao pavilhão auditivo até a região junto à clavícula. A partir da palpação, será possível a identificação de linfonodos palpáveis, o que pode representar doenças inflamatórias (ativas ou não) ou neoplásicas. Essa distinção é possível com base na análise das |
características dos linfonodos quando esses são percebidos por estas manobras de palpação. |
EXISTEM 3 POSSIBILIDADES DE RESULTADO PARA O PROCEDIMENTO DE PALPAÇÃO: |
1. Processo Inflamatório Ativo |
Como aparecem: linfonodos palpáveis, móveis, superfície lisa, consistência fibroelástica e dolorosos. |
Significado: isso não quer dizer que esse processo inflamatório seja necessariamente no dente,pode estar no ouvido, no trato respiratório e regiões próximas; |
2. Processo Inflamatório Anterior |
Como aparecem: linfonodos palpáveis, móveis, de consistência lisa e fibroelástica, porém indolores. |
Significado: linfonodos residuais, indicando que em outro momento houve um processo inflamatório ativo que, após debelado, deixou linfonodos com fibrose sem que haja inflamação ativa. |
3. Linfonodos metastáticos |
Como aparecem: linfonodos fixos, rugosos, endurecidos e indolores. |
Significado: presença de um tumor maligno na região próxima, seja na boca ou não, que está se disseminando para os linfonodos que atuam como “sentinelas” da região. |
No que diz respeito ao exame da face, podemos identificar lesões na pele do rosto que podem ou não estar relacionadas à alterações que estejam ocorrendo dentro da boca, como um dente com inflamação ou necrose pulpar. Quando for percebida alguma alteração limitada à pele, o paciente poderá ser alertado para a necessidade de consultar um médico-dermatologista. |
EXAME FÍSICO INTRABUCAL |
• Transmitir segurança; |
• Conhecimento das condições anatômicas e suas variações; |
• Boas condições de visualização; |
• Iluminação adequada; |
• Secar as áreas que serão examinadas; |
• Examinar toda a boca sem pressa; |
• Afastar estruturas. |
Sequência sugerida |
1. Lábio e vestíbulo bucal. ( Coloração, Simetria, Textura e Tamanho). |
2. Mucosa jugal bilateral. ( Coloração e Presença de nodulo). |
3. Fundo de sulco inferior. |
4. Fundo de sulco superior. |
5. Palato duro. |
6. Palato mole. |
7. Orofaringe. |
8. Assoalho bucal. |
9. Língua ( pode apresentar dobras de mucosa chamadas pregas fimbriadas). |
O cirurgião-dentista irá utilizar seus próprios sentidos para a exploração dos sinais presentes. As principais manobras são a inspeção, a palpação, a percussão, a auscultação e, eventualmente,a olfação. |
A avaliação dos sinais vitais faz parte do exame físico, sendo imprescindível durante a consulta odontológica inicial. Os dados relativos ao pulso carotídeo ou radial, a frequência respiratória, a pressão arterial sanguínea e a temperatura devem constar no prontuário clínico. |
Pulso arterial |
Na avaliação do pulso arterial, três indicadores devem ser considerados: qualidade, ritmo e frequência (número de pulsações por minuto). |
Idade bpm |
Bebês 100-170 |
Crianças de 2-10 anos 70-120 |
Crianças > 10 anos e adultos 60-100 |
Frequência respiratória |
Idade FR/min |
Bebês 30-40 |
1-2 anos 25-30 |
2-8 anos 20-25 |
8-12 anos 18-20 |
Adultos 14-18 |
A frequência respiratória anormalmente baixa é denominada bradipneia. Ao contrário, quando é anormalmente alta, denomina-se taquipneia. O termo dispneia é empregado quando se tem dificuldade respiratória, culminando com apneia para a parada respiratória. |
Nas gestantes, em razão do aumento do vol me uterino e das mudanças metabólicas, é comum observar-se alterações na fisiologia da respiração, como dispneia (“falta de ar”) e taquipneia (aumento da FR). |
A taquipneia também pode ser observada na síndrome de hiperventilação, como consequência do quadro de ansiedade aguda, acompanhada de aumento da profundidade da respiração, formigamento das extremidades (mãos, pés e lábios) e, eventualmente, dor no peito. |
Pressão arterial sanguínea |
A pressão arterial (PA) é a força exercida pelo sangue contra as paredes arteriais, determinada pela quantidade de sangue bombeado pelo coração (pressão arterial sistólica ou máxima) e pela resistência ao fluxo sanguíneo (pressão arterial diastólica ou mínima). |
Categoria Pressão arterial sistólica(mmHg) Pressão arterial diastólica |
(mmHg) |
Normal < 120 e < 80 |
Pré-hipertensão 120-139 ou 80-89 |
Hipertensão (estágio 1) 140-159 ou 90-99 |
Hipertensão (estágio 2) ≥ 160 ou ≥100 |