PATOLOGIA - EXAME FÍSICO
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PATOLOGIA - EXAME FÍSICO

EXAME FÍSICO

JAMES ALLEN
5 min
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EXAME FÍSICO

O exame físico é a etapa do exame clínico a partir da qual serão coletados os dados objetivos (sinais) relacionados à doença, que envolvem desde o aspecto geral de saúde do paciente até o exame específico de fora e de dentro da boca. O exame físico geral envolve avaliação de todas as partes possíveis do corpo,exceto a cabeça. Isso muitas vezes se refere à pele, pois uma série de doenças têm manifestação simultânea na pele e na boca. Como exemplos, podemos citar doenças infecciosas e doenças imunologicamente mediadas (doenças autoimunes).

O exame físico locorregional corresponde a exame extra-bucal, ou seja,das características de face e cabeça, e também no exame intra-bucal. Nesse momento, nossa atenção deve estar voltada principalmente para a pele do rosto e os olhos, pois muitas doenças podem se manifestar na boca e na pele.

ETAPAS EXTRABUCAL

O exame físico extrabucal vai começar pela avaliação dos linfonodos. Estes órgãos fazem parte do sistema imune e estão espalhados por todo corpo.Três cadeias principais vão ter importância para a odontologia: a cadeia cervical superficial, que acompanha o músculo esternocleidomastoideo, os da região submandibular, e os submentonianos.

Para avaliar os submandibulares devemos nos posicionar atrás do paciente, inclinar sua cabeça para o lado e usar a ponta dos dedos para movimentar os tecidos moles em direção à mandíbula, que vai servir como um anteparo para percebermos esses linfonodos.

Para os submentonianos, deve-se inclinar a cabeça para frente e ir jogando o tecido mole contra a mandíbula, e assim percebendo se há algum linfonodo palpável na região.

Quanto aos cervicais, se apalpa desde o processo mastóide próximo ao pavilhão auditivo até a região junto à clavícula. A partir da palpação, será possível a identificação de linfonodos palpáveis, o que pode representar doenças inflamatórias (ativas ou não) ou neoplásicas. Essa distinção é possível com base na análise das

características dos linfonodos quando esses são percebidos por estas manobras de palpação.

EXISTEM 3 POSSIBILIDADES DE RESULTADO PARA O PROCEDIMENTO DE PALPAÇÃO:

1. Processo Inflamatório Ativo

Como aparecem: linfonodos palpáveis, móveis, superfície lisa, consistência fibroelástica e dolorosos.

Significado: isso não quer dizer que esse processo inflamatório seja necessariamente no dente,pode estar no ouvido, no trato respiratório e regiões próximas;

2. Processo Inflamatório Anterior

Como aparecem: linfonodos palpáveis, móveis, de consistência lisa e fibroelástica, porém indolores.

Significado: linfonodos residuais, indicando que em outro momento houve um processo inflamatório ativo que, após debelado, deixou linfonodos com fibrose sem que haja inflamação ativa.

3. Linfonodos metastáticos

Como aparecem: linfonodos fixos, rugosos, endurecidos e indolores.

Significado: presença de um tumor maligno na região próxima, seja na boca ou não, que está se disseminando para os linfonodos que atuam como “sentinelas” da região.

No que diz respeito ao exame da face, podemos identificar lesões na pele do rosto que podem ou não estar relacionadas à alterações que estejam ocorrendo dentro da boca, como um dente com inflamação ou necrose pulpar. Quando for percebida alguma alteração limitada à pele, o paciente poderá ser alertado para a necessidade de consultar um médico-dermatologista.

EXAME FÍSICO INTRABUCAL

• Transmitir segurança;

• Conhecimento das condições anatômicas e suas variações;

• Boas condições de visualização;

• Iluminação adequada;

• Secar as áreas que serão examinadas;

• Examinar toda a boca sem pressa;

• Afastar estruturas.

Sequência sugerida

1. Lábio e vestíbulo bucal. ( Coloração,  Simetria, Textura e Tamanho).

2. Mucosa jugal bilateral. ( Coloração e Presença de nodulo).

3. Fundo de sulco inferior.

4. Fundo de sulco superior.

5. Palato duro.

6. Palato mole.

7. Orofaringe.

8. Assoalho bucal.

9. Língua ( pode apresentar dobras de mucosa chamadas pregas fimbriadas).

O cirurgião-dentista irá utilizar seus próprios sentidos para a exploração dos sinais presentes. As principais manobras são a inspeção, a palpação, a percussão, a auscultação e, eventualmente,a olfação.

A avaliação dos sinais vitais faz parte do exame físico, sendo imprescindível durante a consulta odontológica inicial. Os dados relativos ao pulso carotídeo ou radial, a frequência respiratória, a pressão arterial sanguínea e a temperatura devem constar no prontuário clínico.

Pulso arterial

Na avaliação do pulso arterial, três indicadores devem ser considerados: qualidade, ritmo e frequência (número de pulsações por minuto).

Idade                                              bpm

Bebês                                             100-170

Crianças de 2-10 anos                    70-120

Crianças > 10 anos e adultos          60-100

Frequência respiratória

Idade                                    FR/min

Bebês                                   30-40

1-2 anos                               25-30

2-8 anos                               20-25

8-12 anos                             18-20

Adultos                                 14-18

A frequência respiratória anormalmente baixa é denominada bradipneia. Ao contrário, quando é anormalmente alta, denomina-se taquipneia. O termo dispneia é empregado quando se tem dificuldade respiratória, culminando com apneia para a parada respiratória.

Nas gestantes, em razão do aumento do vol me uterino e das mudanças metabólicas, é comum observar-se alterações na fisiologia da respiração, como dispneia (“falta de ar”) e taquipneia (aumento da FR).

A taquipneia também pode ser observada na síndrome de hiperventilação, como consequência do quadro de ansiedade aguda, acompanhada de aumento da profundidade da respiração, formigamento das extremidades (mãos, pés e lábios) e, eventualmente, dor no peito.

Pressão arterial sanguínea

 A pressão arterial (PA) é a força exercida pelo sangue contra as paredes arteriais, determinada pela quantidade de sangue bombeado pelo coração (pressão arterial sistólica ou máxima) e pela resistência ao fluxo sanguíneo (pressão arterial diastólica ou mínima).

Categoria        Pressão arterial sistólica(mmHg)        Pressão arterial diastólica

(mmHg)

Normal                              < 120                                e                   < 80

Pré-hipertensão                120-139                           ou                   80-89

Hipertensão (estágio 1)     140-159                          ou                    90-99

Hipertensão (estágio 2)     ≥ 160                              ou                     ≥100