EXAME COMPLEMENTARES
EXAME COMPLEMENTARES |
● EXAME DE IMAGENS |
- RADIOGRAFIAS INTRABUCAIS |
Radiografias obtidas com o filme radiográfico posicionado dentro da cavidade bucal. |
Indicações: relativas a diagnóstico de lesões dentárias e estruturas vizinhas. Permite visualizar detalhes nítidos, porém limitados a uma pequena área. |
Tipos: Periapical, interproximal e oclusal. |
Radiografia periapical: 14 radiografias periapicais são necessárias para buscar uma boa avaliação bucal completa. Contudo, na maioria dos casos, são solicitadas separadamente para avaliar situações específicas. |
Utiliza filmes de 31 x 41 mm, o que permite a avaliação de alguns dentes. Contudo, apresenta a vantagem de oferecer uma imagem com maior detalhe se comparada a uma radiografia panorâmica. |
Indicações: Relação coroa-raiz, anatomia da coroa e da raiz, lesões de cárie, lesões apicais, lesões periodontais, anquilose, dilacerações, hipercementose, fraturas radiculares, dentes retidos, infecções,acompanhamento de reparo tecidual no pós-operatório. |
Radiografa Oclusal: Pode ser total ou parcial, de mandíbula ou maxila. Posiciona-se o filme horizontalmente sobre o arco dentário, pedindo-se para o paciente ocluir (morder) para fixar o filme entre a face oclusal dos dentes. |
Filmes maiores (50x70mm). |
Indicada para uma visão mais ampliada do arco,principalmente em pacientes edêntulos, para verificar presença e posição de corpos estranhos, sialolitos,visualização de áreas patológicas e fendas palatinas. |
As radiografias oclusais totais permitem maior nitidez do palato, e em mandíbula facilitam verificar a integridade do rebordo vestibular e lingual ósseo. A oclusal parcial desloca o filme para o lado direito ou esquerdo, conforme a região de interesse. |
Oclusal total de maxila é indicada para casos de dentes supranumerários, odontomas e demais processos patológicos na região anterior da maxila. Oclusal de mandíbula é muito indicada em quadros de lesões intra ósseas de crescimento expansivo. |
Radiografias interproximais: verificar faces mesiais e distais dos dentes posteriores, cálculos pulpares, presença de cálculos, altura de cristas ósseas. |
- RADIOGRAFIAS EXTRABUCAIS |
Radiografia Panorâmica: Trata-se de uma técnica chamada extra bucal, visto que o filme fica fora da boca. Há completa reprodução dos dentes e maxilares com inclusão da ATM e seio maxilar, porém com detalhes e nitidez menores,se comparada às intrabucais. Técnica barata, de fácil execução, único filme, baixa radiação, confortável. |
Em Estomatologia é muito indicada em suspeita de lesões intra ósseas. Pode também ser indicada para casos em que o paciente não consegue abrir a boca. |
- TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA |
Exame radiográfico que utiliza o feixe de raio-x, porém ao invés de sensibilizar o filme, ele gera fótons que atravessam a estrutura do paciente, sendo lidos e quantificados num computador. Requer um maior tempo para execução, e tem um custo mais elevado. |
Permite excelente visualização das lesões e estruturas anatômicas, reconstrução tridimensional da imagem, sendo fundamental para o diagnóstico e para o planejamento cirúrgico conclusivo, avaliando melhor os limites e extensão da lesão. Além disso, possibilita a determinação da quantidade e qualidade óssea com precisão. |
O exame pode apresentar diferentes planos de corte (coronal,axial e sagital). |
Permite a visualização de tecidos moles, porém requer equipamento de alto custo. É uma técnica que apresenta longo tempo de execução e que pode causar incômodo ao paciente, que deve ficar no interior de uma câmara. Não é invasiva, pois não usa radiação ionizante, e sim campo eletromagnético. |
- ULTRASSONOGRAFIA |
Exame que utiliza ondas ultrassônicas, servindo para diferenciar lesões sólidas de líquidas e verificar tipos de conteúdo. Não emite radiação ionizante. |
● BIÓPSIA E EXAME HISTOPATOLÓGICO |
A biópsia deve ser realizada após o minucioso exame clínico em casos onde: |
1. a avaliação clínica não dá apoio para diagnóstico definitivo; |
2. há suspeita de neoplasia maligna (câncer); |
3. o curso clínico é incoerente com diagnóstico inicial; |
4. lesões persistentes por mais de 2 semanas (lesões ulceradas), lesões inflamatórias que não regridem após 10-14 dias posteriores à remoção da causa; |
5. lesões que interferem na função local; |
6. lesões ósseas ou intra ósseas. |
CONTRA INDICAÇÕES |
1. Quando o diagnóstico definitivo pode ser obtido apenas com o exame clínico (ex: herpes, afta,candidíase). Na afta, em particular, o exame microscópico vai mostrar um processo inflamatório que em nada difere do que seria visto em um caso de úlcera traumática, sendo observado apenas um processo inflamatório crônico sem nenhuma característica que permita a distinção entre essas situações, ou seja, processo inflamatório inespecífico. |
2. Em pacientes sem oportunidade ou condições de se submeter a procedimentos cirúrgicos. |
3. Lesões vasculares (hemangioma). Frente a suspeita de lesão vascular deve ser avaliada a extensão da lesão e, caso seja realmente necessária a realização da biópsia, o profissional deve lembrar que esses casos requerem maior cuidado devido ao risco de sangramento descontrolado. |
4. Quando o diagnóstico definitivo depende de exames hematológicos. Um exemplo para esta situação é a sífilis, cujo diagnóstico é estabelecido a partir de exames de sangue como o VDRL e FTA-ABS. |
TIPOS DE BIÓPSIA |
● INCISIONAL/PARCIAL |
Caracteriza-se pela remoção de um fragmento da lesão, o qual será submetido ao exame histopatológico (avaliação microscópica). Indicada em lesões múltiplas,lesões extensas e lesões com suspeita de neoplasia maligna. Neste último exemplo,a opção por este tipo de procedimento se justifica pelo fato de o paciente precisar de um tratamento subsequente, que será realizado por algum profissional da área médica, sendo importante uma avaliação da lesão por esse profissional. |
Sugere-se que a área de eleição da região a ser biopsiada e a extensão (quantidade de tecido removido) envolvam tecido sadio da margem da lesão, permitindo a visualização da relação da lesão com os tecidos vizinhos e evitando áreas de necrose. Em casos de lesões friáveis (lesões em que o tecido se rompe com facilidade), deve-se tomar cuidado para não lesar o espécime e lançar-se mão de sutura na borda de tecido normal, facilitando o controle de sangramento local e melhor fechamento da área. |
Fragmento de tecido indesejável: incisão rasa, remoção muito superficial da lesão sem poder verificar a relação com tecido vizinho sadio (neoplasias malignas invadem tecido vizinho, neoplasias benignas não invadem). |
Fragmento de tecido desejável: incisão estreita e profunda, removendo uma margem de tecido sadio. |
● BIÓPSIA EXCISIONAL |
Exame complementar com finalidade de obtenção do diagnóstico onde se retira |
toda a lesão para exame histopatológico. Cabe ressaltar que o objetivo é |
estabelecer o diagnóstico, mas acaba-se tratando a lesão concomitantemente, |
pois ela é removida.Indicada para lesões isoladas, pequenas, sem suspeita de |
malignidade (neoplasias benignas e lesões inflamatórias). |
Para lesões reacionais (causadas por agente irritativo como trauma) deve-se |
remover o agente causal evitando a recidiva da lesão. |
Biópsia indesejável: bordas laterais e/ou profundas comprometidas, deixando lesão residual. |
Biópsia desejável: remoção total da lesão, bordas laterais e profundidade adequada. Incisões elípticas, profundidade suficiente removendo a lesão como um todo. |
● PUNÇÃO ASPIRATIVA POR AGULHA FINA (PAAF) |
A PAAF é também conhecida por biópsia aspirativa e representa a obtenção de material através de uma punção, com agulha e seringa, para aspirar o conteúdo. Método simples, rápido e seguro,que permite a retirada de células de nódulos ou lesões em diversos órgãos e tecidos superficiais ou profundos, através de uma agulha fina, não sendo necessária anestesia ou qualquer preparo prévio na maioria dos casos. |
Em Estomatologia, é mais indicada em lesões sólidas em glândulas salivares e em linfonodos aumentados com características neoplásicas. O material obtido pode ser líquido caso o nódulo tenha componente cístico, ou tecido proveniente da lesão, caso o nódulo seja totalmente sólido. A coleta do material se dá através da introdução de uma agulha fina diretamente no nódulo ou tumor a ser examinado. |
O desconforto gerado é semelhante ao da introdução de uma agulha anestésica. |
Nos casos de nódulos profundos, a ultrassonografia pode guiar a localização exata da lesão. |
Resultados: muitas vezes norteia a conduta clínica e as decisões terapêuticas, como descartar ou confirmar a presença de malignidade. |
Indicação: lesões submucosas, subcutâneas e profundas em que o procedimento de biópsia, muitas vezes, representa uma grande cirurgia sem diagnóstico definitivo e consequentemente sem subsídios, além das informações clínicas e dos exames de imagem. |
Embora não permita a avaliação morfológica dos tecidos, pode ser a responsável |
por definições e decisões terapêuticas decisivas no prognóstico dos pacientes. Não é muito utilizada na rotina de Estomatologia, tendo indicação bem específica. |
Definições |
● Enucleação ou Cistectomia Curetagem |
A enucleação consiste em um processo pelo qual a lesão cística é inteiramente removida |
● Marsupialização |
Trata-se da criação de uma janela cirúrgica, na parede do cisto de forma a promover esvaziamento do seu conteúdo e manutenção da continuidade entre a lesão e a cavidade oral, seio maxilar ou cavidade nasal. |
Este processo diminui a pressão intracística e promove a regressão da lesão e neoformação óssea. Está indicada em situações em que há riscos de lesão às estruturas nobres (vasos, nervos, entre outras) e aos dentes vizinhos, bem como quando há possibilidade de fragilização de estruturas ósseas. |
● Técnica de Caldwell-Luc |
A técnica de Caldwell-Luc é usada constantemente para se ter acesso ao seio maxilar, tendo como vantagens ser um procedimento confortável para o paciente, por ser realizado sob anestesia local e permitir boa visualização do campo operatório |
● MÉTODOS ASSOCIADOS COM A BIÓPSIA |
- Bisturi com lâmina 15 (“bisturi a frio”): é o instrumento convencional. |
- Eletrocirurgia (bisturi elétrico): favorece a remoção e é útil para se obter hemostasia. Geralmente utilizado em lesões de palato,onde a sutura é dificultada, deixando uma margem cruenta e consequentemente uma cicatrização por segunda intenção. |
- Punch: dispositivo com ponta ativa com lâmina circular que possibilita a remoção de um fragmento da lesão com formato cilíndrico. |
- Curetagem, para lesões intra ósseas. |
- Saca bocado, utilizado para palato mole e região posterior da boca com difícil acesso. |
- Biópsia aspirativa por agulha fina. |
* Cuidados com o espécime: deve ser fixado em solução de formalina 10% tamponada. O volume de líquido deve ser 20 vezes o tamanho da peça, que deve ficar totalmente imersa. A boca do frasco deve ser duas vezes o maior diâmetro da peça, pois após contato com formol a peça se torna borrachoide, tornando difícil a retirada em um frasco de boca estreita. Frasco deve ser identificado para ser enviado ao laboratório juntamente com a ficha de solicitação de exame anatomopatológico. |
* Cuidado com o manuseio da peça. Pinçamento excessivo pode causar modificações morfológicas na peça e dificultar o exame histopatológico. Cuidado: o formol é tóxico, inflamável e nocivo. Extremamente volátil provocando irritação dos olhos e vias respiratórias. Manipule sempre com luvas e máscaras (EPI). |
● EXAME HISTOPATOLÓGICO |
O exame histopatológico consiste em se examinar macroscopicamente e ao microscópio um fragmento de tecido, de um órgão qualquer do paciente, removido cirurgicamente, com a finalidade de se firmar, confirmar ou afastar uma ou mais hipóteses diagnósticas. |