As redes não sociais
0
2

As redes não sociais

Quando as redes sociais surgiram, a idéia era que fosse um local onde as pessoas pudessem trocar experiências, descontrair, e principalmente aproximar gente que, sem este tipo de ferramenta no mundo real nunca se encontraria de verdade. entre...

Edilson
5 min
0
2

Quando as redes sociais surgiram, a idéia era que fosse um local onde as pessoas pudessem trocar experiências, descontrair, e principalmente aproximar gente que, sem este tipo de ferramenta no mundo real nunca se encontraria de verdade. entretanto com o passar das décadas, as redes se tornaram um poço de falsidade, hipocrisia e acima de tudo muita propagação de ódio gratuito, e isso é perceptível de forma muito bem escalada, na sociedade cada vez mais doente em que vivemos. 

O Orkut foi uma das primeiras redes sociais que fizeram sucesso aqui no Brasil, e que também foi a única que cumpriu seu papel de socializar pessoas. lugar onde as brincadeiras, depoimentos e o clima mais leve, faziam dessa rede um local onde todos queriam estar. o substituto do Orkut foi o facebook, e a partir deste ponto começou um dos fenômenos que mais causam brigas na internet, a política. pessoas que nunca se viram na vida começaram a brigar entre si para defenderem seus bandidos de estimação como se fossem os maiores "santos" do mundo, utilizando termos baixos e grosseiros, mostrando a pior face do ser humano. de certa forma, os políticos conseguiram o que sempre queriam, levar a briga política para o povo comum, os fazendo brigarem entre si enquanto eles mesmos apertam as mãos por de trás das cortinas. 

As redes sociais não são o único palco onde a bestialidade humana se faz presente, em sites onde se é permitido comentar, a grande maioria dos comentários tecidos a qualquer matéria, tem cunho extremamente maligno, sendo poucos que realmente contribui com o tema abordado, principalmente, quando alguém conhecido na grande mídia falece. recentemente a morte da cantora Gal Costa foi um dos últimos exemplos da maldade humana em ação, em matérias na internet ou em vídeos do youtube, podemos ver nas abas destinadas a comentários, pessoas comemorando sua morte devido a suas opiniões políticas, mostrando como a sociedade está doente e não aceita a opinião do outro. mas se ilude quem acha que isso, é apenas um comportamento do espectro de direita, essas ações bizarras também acontecem no lado oposto, como quando o autor conservador Olavo de Carvalho faleceu em janeiro deste ano. o Escritor foi vítima de vários comentários comemorando a sua morte, inclusive em "trending topics" no twiiter com a "frase grande dia! "em alusão a data de seu falecimento. A Cantora Marília Mendonça, que sempre defendeu as mulheres, fez inúmeras doações a instituições de caridade com suas lives durante a pandemia e foi um dos maiores nomes da música nacional popular recente, também sofreu com pessoas comemorando a sua morte, a chamando de transfóbica no twitter, além de fazerem inúmeras piadas na cobertura de seu velório em portais que faziam a cobertura. poderíamos ficar o dia todo aqui enumerando a monstruosidade que existe na cabeça das pessoas, que acham que a internet é uma terra sem lei, que enquanto estão sob um "nickname" e uma foto de perfil falsa, acham que pode soltar todo o tipo de dejeto que está dentro de suas mentes doentes e deturpadas, pessoas assim deveriam estar numa clínica psiquiátrica buscando tratamento.  

Uma das redes onde se é perceptível o quanto o tratamento psicológico se faz necessário é o twitter, a rede social vem sendo a anos o palco de brigas políticas e ideológicas, incluindo o assassinato de reputação e linchamento virtual, de qualquer pessoa que tenha uma opinião contrária, lembrando muito os palcos da era medieval, onde mulheres eram queimadas vivas, pessoas sendo guilhotinadas e enforcadas pelos motivos mais torpes. existem pessoas bem-intencionadas que são capazes de produzir mais maldade, que o próprio diabo. 

Mas então o que faz as pessoas agirem dessa forma?... bem, a falta de empatia é algo que vem crescendo muito com os anos, mostra que as pessoas estão cada vez mais doentes psicologicamente falando, o excesso de informações misturadas de uma vez, somadas com os problemas do dia a dia, são capazes de transformar qualquer pessoa normal em num mar de fúria na procurando de um alvo on-line, para destilar todo o seu ódio reprimido. uma vez no seu livro "nunca desista dos seus sonhos "o psicólogo Augusto Cury disse que num futuro não muito distante, as pessoas iriam cada vez mais precisar de seus serviços, e que também iria faltar profissionais da área para atender tanta gente doente. 

O grande resultado dessa década, mostra um grande aumento no número de suicídios, 25% só no ano de 2022 no Brasil segundo o ministério da saúde, numa média de vítimas de 15 a 29 anos. por ano mais de setecentas mil pessoas tiram as suas vidas no mundo, o que obrigou a criação da campanha chamada "setembro amarelo" para alertar sobre o risco do suicídio e suas causas, o que vem crescendo principalmente nas últimas décadas, devido uso massivo da internet. 

Os cuidados com a mente devem ser os mesmos que são empregados ao corpo, e muitas pessoas esquecem dos danos que o uso exagerado das redes sociais e da internet provocam. nossos cérebros não foram acostumados a lidar com tanta informação, os padrões de comportamento e costumes que são criados, muitas vezes são gatilhos para a depressão e outras doenças da mente que causam dor e sofrimento a quem as tem e quem convive. pais devem se fazer mais presentes na vida dos filhos, assim como o estado deve se fazer presente na vida dos cidadãos, pois estamos criando pessoas cheias de ódio e ressentimento e o panorama para o futuro não é nada animador.

As plataformas não são culpadas, elas apenas são ferramentas, a educação deve partir de quem as usa, sendo que a criação de conscientização dos riscos da internet deve se fazer presente cada vez mais, principalmente das mídias tradicionais, que também ajudam a propagar este estímulo, enfiando na cabeça das pessoas que existem inimigos a serem combatidos a todo o instante.