Nabucodonosor era um grande estrategista e administrador, e também passou a ser conhecido como um homem que marcou seu governo pelas grandes construções que desenvolveu, como uma rua suspensa para que por ela passasse uma procissão ao deus Ma...
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Nabucodonosor era um grande estrategista e administrador, e também passou a ser conhecido como um homem que marcou seu governo pelas grandes construções que desenvolveu, como uma rua suspensa para que por ela passasse uma procissão ao deus Marduque. Também é atribuída a ele a construção dos jardins suspensos da Babilônia, uma das sete maravilhas do mundo antigo. Por todo esse histórico, esse rei é lembrado como um destaque por Daniel (Dn 2.37). | ||
Daniel registra que, passados 12 meses desde que o rei teve o sonho da árvore (4.29), aconteceu o que havia sido sonhado. O rei estava caminhando sobre seu palácio, quando se exautou (Dn 4.30). | ||
A glória da Babilônia nos dias de Nabucodonosor era memorável. Ela havia sido estabelecida como um império com a permissão de Deus, e o rei, além de ter tornado um império poderoso, tinha vencido batalhas e recebido o devido mérito por seus feitos. A nação crescia a olhos vistos, e as construções eram monumentais. Por que não reconhecer que um pouco daquelas realizações deveria ser atribuída a um homem? Por que não trazer para si um pouco daquela glória? | ||
"É surpreendente a lista de obras públicas que o rei empreendeu para melhoria da Babilônia. Elas compreendiam mais de 20 templos, com fortificações reforçadas, a escavação de canais, grandes diques junto ao rio e os célebres jardins suspensos. Outra inscrição em dois cilindros em forma de barril no Museu Britânico fornece um relato bastante similar das obras arquitetônicas com que esse grande monarca enriqueceu sua metrópole e seu reino. A descoberta, em toda a Babilônia, de tijolos gravados com o nome de Nabucodonosor confirma assim seus empreendimentos, como sua opulência e seu bom gosto." (BAXTER, 1985, p.68). | ||
"A cidade foi planejada de forma simétrica, com as vias principais ligando os portões, correndo paralelas ou perpendiculares umas às outras. Cada rua tinha um nome expressivo; a mais importante delas era o "Caminho da Procissão" ("o inimigo não prevalecerá"), que começava no Portão Istar e corria a leste da cidadela sul por mais de 900 m antes de virar para oeste, na direção da área sagrada de Esagila, Templo de Marduque, para a ponte das sete colunas, que atravessava o rio e em direção à Cidade Nova. Essa rua tinha cerca de 12 a 15m de largura e era pavimentada com pedras, algumas com a inscrição: "Eu sou Nabuconosor, rei da Babilônia... Pavimentei a estrada da Babilônia com pedras da montanha para a procissão do poderoso senhor Marduque. Que Marduque, meu senhor, me conceda vida eterna!" Tais inscrições são típicas na Babilônia, na época de Nabuconosor, comprovando o orgulho que demonstrou em Daniel 4.30. (TENNEY, 2008, p. 659) | ||
Nabucodonosor não ouviu as orientações divinas e entendeu, a duras penas, que a glória dos homens é insignificante diante da glória de Deus. O rei teve que aprender que o futuro do cenário mundial não dependia do que ele faria, e sim do que Deus havia ordenado em sua soberania. E mesmo as grandes obras que ele havia feito na Babilônia era méritos seus como administrador, mas a glória era somente para Deus. O Senhor exerce sua glória e seu poder mesmo em uma nação que não o conhece, como foi o caso. Ele levanta e derruba reinos no seu tempo determinado, "E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre" (1 Jo 2.17). | ||
Foi notório para todos que Nabucodonosor foi punido pela sua arrogância e após seu castigo entendeu que Deus "pode humilhar aos que andam na soberba" (Dn 4.37). | ||
Nada mais nos é dito sobre a forma como Nabucodonosor e Deus se relacionaram. O certo é que o aviso dado por Deus vale até os nossos dias. Nenhum homem consegue construir qualquer coisa sem a permissão de Deus. E nada do que venhamos a receber, administrar ou construir pode ser considerado como glória nossa. Se viermos a receber um elogio, esse deve ser um indicativo de que podemos estar no caminho certo, mas a glória sempre pertence a Deus. | ||
Quando olhamos para as coisas que temos à nossa volta, podemos ser tentados, de alguma forma, a imaginar que nossos méritos, talentos e esforços foram suficientes para nos proporcionar tais conquistas. Entretanto, Nabucodonosor nos mostra que esse é um pensamento injusto e perigoso, pois tudo o que temos vem de Deus. Também vimos que nada escapa do controle de Deus, e por mais que alguém acredite que é autossuficiente, somente de Deus vem a realização da nossa vocação. | ||
Abs. |