QUEM É O CRISTÃO E A MISSÃO REVELADA EM JESUS NO CONTEXTO DE JOÃO 11?
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QUEM É O CRISTÃO E A MISSÃO REVELADA EM JESUS NO CONTEXTO DE JOÃO 11?

 A missão redentora de Jesus consistiu na revelação do eterno plano divino da salvação, "vindo a plenitude dos tempos" (Gl 4.4,5). Para tanto, foi preparado um cenário completo, com um contexto histórico, político, cultural e geográfico esp...

Tarcísio Gregory
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A missão redentora de Jesus consistiu na revelação do eterno plano divino da salvação, "vindo a plenitude dos tempos" (Gl 4.4,5). Para tanto, foi preparado um cenário completo, com um contexto histórico, político, cultural e geográfico específico, assim como personagens reais que viveram experiências reais dentro do processo revelacional, que tinha como tema central a manifestação da deidade de Cristo, para compreensão do sacrifício redentivo.

As narrativas contidas nos Evangelhos não apresentam detalhes da estreita amizade entre Jesus e Lázaro. Há, contudo, a conhecida narrativa de Lucas 10.38-42, que apresenta Maria aos pés de Jesus, enquanto Marta, distraída, envolve-se com os afazeres da casa. Aparentemente, Marta estaria correta, como anfitriã que era. Ocorre que aquEle hóspede não era comum, mas o Filho de Deus, cuja presença não poderia ser trocada por nada. Por isso Jesus disse a Marta que sua irmã Maria tinha escolhido, dentre muitas coisas, a que realmente era necessária, a boa parte, que não lhe seria tirada. O que o texto nos ensina é que qualquer atividade que nos prive da presença de Deus deve ser evitada, mesmo as que tenham natureza religiosa. Afinal, o ativismo religioso costuma enganar muita gente.

Assim como Marta, vivemos em um mundo de grandes agitações e não é incomum que muitos de nós se envolvam desproporcionalmente com as coisas seculares, negligenciando a presença de Deus. Isso produz ansiedade e frustração, porque jamais alguém consegue se satisfazer plenamente com coisa alguma dessa vida. Salomão experimentou  de tudo quanto quis e chegou a essa conclusão: "tudo é vaidade e aflição de espírito" (Ec 2.17). Jesus ensinou que não devemos andar ansiosos quanto à nossa vida (Mt 6.25). A grande questão hoje, com o crescente secularismo e a psicologização do cristianismo, é que muitos não creem ser possível viver isento de ansiedades. Na verdade, há quem considere que ser ansioso é uma condição pessoal impossível de ser superada.

 Diante disso, socorre-se dos medicamentos, especialmente os ansiolíticos, criando um ciclo de dependência. Em que pese existirem casos que justifiquem o uso de terapias medicamentosas para esses e outros males da alma, mais presentes do que nunca na vida humana, é certo ser possível, sim, viver livre da ansiedade sem recorrer a qualquer tipo de fármaco. Quando Jesus diz "não andeis inquietos" é porque é possível, pela fé, viver livre de toda inquietude (Mt 6.30-31). Ele não diria isso se fosse algo impossível, inatingível. O segredo, contudo, é viver de acordo com a Palavra de Deus: "[...] buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas" (Mt 6.33).

 É claro que existem diversos fatores que se correlacionam nos processos de agitação e angústia da vida, e, para tanto, diversas atitudes racionais precisam ser adotadas. Paulo ensinou a principal delas, a oração, um extraordinário recurso para vencer a ansiedade: "Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças" (Fp 4.6). Quando oramos, Deus nos concede sabedoria e graça, inclusive para as demais atitudes que precisamos adotar em nosso viver. Pedro utiliza o mesmo recurso, ao dizer "[...] lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós" (1 Pe 5.7).

Precisamos discernir as causas e naturezas das circunstâncias que vivemos: quando decorrem de nossos erros, que precisam ser reconhecidos e corrigidos, e quando refletem um propósito específico de Deus, que pode não estar relacionado a um estado de pecado e culpa. Não entender as circunstâncias que nos cercam, inclusive quando são decorrentes da ação divina, pode nos levar a quadros de frustração. Como resolver isso? Buscando a Deus de maneira correta, ou seja, de acordo com Sua Palavra. Como acentua o Pastor Silas Daniel:

"A Bíblia diz que, para encontrar a Deus, não basta ser sincero na busca. Esse é o principal requisito, mas ainda falta outro essencial: Deus deve ser buscado corretamente. Jesus disse que "os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade" e que o Pai procura aqueles que "assim o adorem" (Jo 4.23). Perceba: a adoração que Deus quer não é apenas em espírito, mas também em verdade. Ora, a verdade é a Palavra (Jo 17.17). Logo, a fé que leva a Deus é a que vem pelo ouvir a Palavra de Deus (Rm 10.17). Só quem é levado ao conhecimento de Deus pelas Sagradas Escrituras pode encontrá-lo verdadeiramente. Não será confundido."

O que ocorre, por vezes, é que não queremos dedicar tempo para buscar a Deus e Sua Palavra, ou seja, pelos meios que ela nos indica, dentre os quais se destaca a oração. Preferimos nos enganar com falsos discursos, com promessas de soluções fáceis, que não exigem de nós atitudes concretas, que demandam arrependimento e obediência perseverante (Jo 8.30-32). Para nós todos e para essa geração do drive thru (geração que quer soluções espirituais rápidas e fáceis, que não exijam compromisso) escreve Tiago: "Pelo que, rejeitando toda imundícia e acúmulo de malícia, recebei com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar a alma. E sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos." (Tg 1.21-22). 

Abs.