Há muitos anos o futebol é palco de manifestações preconceituosas. A xenofobia contra vascaínos, o etarismo contra botafoguenses, a homofobia contra tricolores e o racismo contra flamenguistas, por exemplo, são práticas comuns.
Há muitos anos o futebol é palco de manifestações preconceituosas. A xenofobia contra vascaínos, o etarismo contra botafoguenses, a homofobia contra tricolores e o racismo contra flamenguistas, por exemplo, ainda persistem entre alguns torcedores. | ||
Sempre fui do time dos que pensam que a melhor forma de se combater um problema é educando, não punindo, porque em poucos casos pode ser que preconceitos existam devido à má índole de determinado grupo de torcedores mas, creio eu, que a grande maioria das pessoas se comporta de forma preconceituosa pela simples falta de uma educação correta. | ||
Infelizmente, no Brasil, quase ninguém concorda com esta tese. Desde os tempos do império, passando pela ditadura militar e a militância chata dos dias de hoje, a regra parece ser uma só: PUNIR, PUNIR PUNIR! | ||
Neste novo século a galera mimizenta do "politicamente correto" apontou suas armas para o torcedor e disparou sem dó. E como se só isso bastasse, exigiu a criação de leis malucas e punições estúpidas ao clubes, como se eles fossem culpados pela má educação do torcedor. Nunca deu certo! | ||
Nenhum gremista, por exemplo, deixou de se comportar como racista porque seu clube foi punido depois daquela vergonha no caso do goleiro Aranha. Eles apenas passaram a fazer de forma velada, longe das arquibancadas. | ||
STJD exclui Grêmio da Copa do Brasil por ofensas racistas a Aranha | ||
Leis foram criadas, regras foram estipuladas, punições foram aplicadas. A mais nova delas, que acaba de ser sancionada pelo presidente, diz que "piadas interpretadas como racismo oculto" devem gerar punições aos autores. Até prisões! (https://tinyurl.com/2humjq3y). | ||
Isso mesmo, você leu certo, piadas. P-I-A-D-A-S. | ||
Sinceramente, você acha que alguém vai deixar de ser preconceituoso porque a lei mandou? CLARO QUE NÃO! só não vão mais fazer nada abertamente, o preconceito continuará pelas nossas costas, velado, oculto, para fugir da punição. | ||
No caso citado acima, da torcida do Grêmio, ela não mudou seu comportamento do dia pra noite por causa de uma lei, regra ou punição, ela mudou drasticamente por causa da EDUCAÇÃO. | ||
Em 2019 o clube se mobilizou para elucidar seus torcedores sobre os motivos que fazem do termo "macaco" algo racista. Após uma exaustiva campanha as coisas começaram a melhorar. A educação venceu. | ||
Grêmio se mobiliza para abolir o termo “macaco” dos cânticos de sua torcida | ||
E isso não é novidade. A Ponte Preta, por exemplo, desde a sua fundação sofreu com o racismo dos rivais que usavam o termo “macacada” para se referir aos pontepretanos. Ao invés de pedir punição e/ou criar leis e regras, como a turma do "mimimi" faz hoje em dia, a Ponte resolveu o problema da melhor forma possível: EDUCANDO. | ||
A Macaca foi escolhida e assumida como mascote do clube não apenas por ser diferente dos mascotes de outras equipes esportivas do Brasil, mas por simbolizar a luta pela igualdade no futebol nacional. Já naquela época a educação vencia. | ||
A mesma educação foi usada pelo Flamengo. Torcedores rubro-negros sempre foram chamados de "favelados" e "urubus", termos pejorativos para pobres e negros de baixa renda. Nunca reclamaram. Jamais pediram punições. Nenhuma lei foi criada. Ao invés disso, sua torcida preferiu cantar "festa na favela" durante os jogos. O torcedor assumiu que o Flamengo era um time "do asfalto, do morro, de Deus e do povo e do coração" e o clube adotou oficialmente o urubu como símbolo. A educação venceu mais uma vez. | ||
Ambos os casos, da Ponte e Flamengo, são apenas pequenos exemplos de como se deve derrotar o preconceito adversário com educação, mas existem muitos outros casos de sucesso. Um deles ocorreu ontem na vitória do Flamengo sobre a Portuguesa no Maracanã, graças ao maravilhoso Galinho, Zico. | ||
Ocorre que a torcida do Flamengo vinha cantando desde 2014 uma música preconceituosa contra Pelé e Maradona, mas exaltando Zico. Tal música chamava Pelé de maconheiro e Maradona de "cheirador". Zico sempre se posicionou contra, quando perguntado, mas o caso ganhou mais notoriedade com a morte recente do Rei Pelé. | ||
No 1º jogo no Maraca após a morte do Rei, houve um minuto de silêncio em sua homenagem, porém, a torcida repetiu o que sempre fez: xingou Pelé e exaltou Zico. Ele odiou tal atitude! Prontamente gravou e postou nas redes sociais um video pedindo à torcida que não cantasse mais aquilo pois, apesar de seus problemas pessoais, tanto Maradona quanto Pelé eram grandes amigos do galinho. | ||
Antes de falar sobre o que aconteceu, precisamos refletir: será que todos no estádio eram racistas? será que a torcida inteira do Flamengo é xenófoba? creio que não. | ||
Talvez haja uma pequena parcela de idiotas e imbecis que inventam tais músicas, outros tantos que a cantam com maldade, mas certamente a maioria a cantava por pura falta de educação! E é isso que a militância chata de hoje em dia não consegue entender. | ||
Será que precisamos punir fria e cegamente clube e torcida? Precisamos criar leis estúpidas e botar todos atrás das grades? Zico provou que não! bastava um empurrãozinho para educar... | ||
Repare que ninguém precisou criar leis para aceitarmos camisas rosas pelas mulheres, coloridas pela comunidade LGBT ou totalmente negras anti-racismo em nossos clubes. A maioria deles criou suas camisas espontaneamente com o aval do torcedor. | ||
Ninguém precisou criar leis para que nossas torcidas parassem, aos poucos, de xingar de "veado" um tricolor ou de "mulambo" um Flamenguista. Desde a década de 2010 o movimento foi perdendo força por que tais xingamentos não fazem mais sentido. | ||
Assim como ontem, a torcida do Flamengo não precisou de lei alguma, de punição alguma, para mudar sua música mal educada. Bastou nosso rei Zico fazer o que todo militante chato do "politicamente correto" deveria fazer: FOCAR NA EDUCAÇÃO! | ||
Zico, Zico, Zico, Zico, Zico... Gabigol é artilheiro, Adriano é Imperador! | ||
E tenho dito. | ||
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