Enquanto você lamentava a eliminação da seleção na Copa do Mundo outra derrota do Brasil ocorria no campo político. E uma derrota muito pior do que aquela nos pênaltis para a Croácia.
Enquanto você lamentava a eliminação da seleção na Copa do Mundo outra derrota do Brasil ocorria no campo político. E uma derrota muito pior do que aquela nos pênaltis para a Croácia. | ||
Estou falando da escolha de Fernando Haddad para o ministério da fazenda. | ||
Como ser humano não posso tecer comentários ruins a Haddad. Todas as vezes que o vi (em podcasts e entrevistas, claro) notei uma pessoa muito gentil e educada. | ||
Sobre sua ética também prefiro me abster. Apesar dos (inúmeros) processos por improbidade que li, nunca o vi condenado como, por exemplo, Genoino, Palocci ou Lula. Portanto qualquer um em sua condição é inocente até que se prove o contrário. Podemos desconfiar. Condenar, não. | ||
Mas quanto a sua capacidade técnica em economia (ou a ausência dela) podemos criticar sim. Muito. | ||
Haddad é formado em direito. É doutor em filosofia. Leciona. É muito bem avaliado como professor pelos seus alunos. Mas na questão econômica é bastante inexperiente. Fez mestrado de economia na USP na década de 90 (o titulo de sua dissertação foi, acredite, "O Caráter Sócio Econômico do Sistema Soviético") e depois disso nada de mais. | ||
No ramo econômico Haddad não se especializou em nada relevante o suficiente. Não trabalhou em nada relevante o suficiente. Não contribuiu com nada relevante para o mercado econômico. Preferiu dedicar-se ao direito e à educação (onde, além de professor, foi ministro). | ||
Haddad poderia até ser um bom ministro da justiça. Não sei. Talvez fosse um ministro da educação razoável (comparado à tragédia do governo Bolsonaro). Não sei. Mas certamente ele não é nem um pouco adequado para o ministério da fazenda! | ||
O cara passou a vida toda se especializando em direito, lendo e ensinando filosofia e ciência política. Em que momento ele lia, se atualizava ou ganhava experiência em economia? Entre uma descarga e outra após a digestão? | ||
Ainda que muitos possam argumentar que ele foi prefeito de SP e ocupou secretarias administrativas da Marta e cargos secundários na gestão do PT, tudo isso é relacionado a gestão, não necessariamente a economia. E mesmo que fosse, isso é muito pouco para um cargo tão importante. MUITO POUCO. | ||
A única experiência na área econômica que eu encontrei fuçando o CV do Haddad foi um trabalho como "analista de investimentos". | ||
Sim, ele era aquele cara que indicava onde os ricos colocam seu dinheiro pra se tornarem mais ricos ainda (se você era daqueles que se opõe ao mercado financeiro e aos ricos, saiba que você era contra o Haddad, que ajudava os ricos, e você nem sabia! Durma com essa!) | ||
Mas consultor até eu sou. Pergunte-me quais os melhores produtos financeiros do mercado que lhe direi em minutos como enriquecer, entretanto, isso não me qualifica ao ministério da fazenda. | ||
A escolha de Haddad é uma derrota dura para um país que precisa se reerguer. Que precisa de alguém com EXPERIÊNCIA. VIVÊNCIA na área econômica. Não na área filosófica (pra essa já existem ministérios sociais). | ||
Meirelles tem formação em Harvard. Já atuou por anos no BankBoston. Foi ministro da Fazenda. | ||
Ciro (o Gomes, não o Nogueira) pode não ter o mesmo currículo de Meirelles mas tem a mesma experiência que ele. E também já "passou" por Harvard. | ||
Esquerdistas experientes como eles existem por aí, assim como outros economistas mais moderados de centro, já que o preconceito da esquerda parece repudiar liberais. | ||
Opção é o que não falta. Haddad é a pior delas. O Brasil não perdeu só no Catar. Perdeu também em Brasília. E perdeu mais feio ainda. | ||
E tenho dito. | ||
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