O que se prega na Globo não está de acordo com o que se vê
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O que se prega na Globo não está de acordo com o que se vê

Na última quinta-feira, 1º de julho, a Rede Globo foi alvo de mais uma polêmica a respeito de possíveis assédios cometidos dentro da emissora. Desta vez, o envolvido foi o jornalista esportivo Carlos Cereto, que deixou a empresa, após 20 anos...

Paulo Mathias
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Na última quinta-feira, 1º de julho, a Rede Globo foi alvo de mais uma polêmica a respeito de possíveis assédios cometidos dentro da emissora. Desta vez, o envolvido foi o jornalista esportivo Carlos Cereto, que deixou a empresa, após 20 anos de contrato, acusado de ter assediado moral e sexualmente funcionárias da empresa, o que gerou uma condenação judicial à Globo, embora Carlos negue as acusações. Não bastasse esse episódio, no final do ano passado, outro escândalo de assédio contra Dani Calabresa envolveu o ex-diretor do núcleo humorístico da TV Globo, Marcius Melhem, que também se disse inocente e ainda entrou com processo contra companheiros de profissão que o atacaram nas redes sociais. Diante desses fatos que têm se repetido com frequência na emissora, qual a postura da organização perante o desrespeito às mulheres que trabalham na instituição? Penso, com isso, que não basta demitir. No caso, a emissora precisa tomar uma posição mais clara perante o público, que aguarda justiça, embora defenda claramente o combate a ações como essas. Porém, internamente não é o que sucede, uma vez que os assédios se repetem na emissora com certa frequência, e parece que tudo permanece por debaixo do tapete. 

Carlos Cereto
Carlos Cereto

Em 2019, a Globo foi condenada na Justiça do Trabalho a indenizar uma de suas funcionárias por assédio moral,  entre 2013 e 2015, quando Cereto comandava a equipe de reportagem do Sport Tv, em que sete pessoas que trabalharam com Carlos nos últimos anos confirmaram essas acusações, além de tentativas de denúncias por parte das mulheres envolvidas. Cereto, na época, procurado pela imprensa, negou as acusações e disse não ter nunca ter sido notificado pela emissora a esse respeito. Por outro lado, a Globo, mantém um departamento de compliance, a fim de resolver casos como esse, embora pareça não cumprir com seu real propósito, o de reprimir tais atos, tornando inaceitáveis comportamentos contrários aos ditos preceitos morais da emissora. O que se prega não está de acordo com o que se vê. A Globo, com retratação dos fatos, busca sempre “entrar em acordo” com os denunciados para que tudo “termine bem” entre as partes, se eximindo de culpa, ao preferir o silêncio diante de fatos polêmicos. De acordo com Cereto, em relação à ultima acusação de assédio, se pronunciou, dizendo: “Honestamente, não procede. Terei que me defender de alguma maneira. Isso não aconteceria sem que a Globo tomasse uma decisão”. 

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