O ASASSINO QUE JOHN LENNON DEFENDEU.
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O ASASSINO QUE JOHN LENNON DEFENDEU.

James Hanratty foi enforcado em 4 de abril de 1962, acusado de assassinato e responsável por um dos julgamentos mais longos da história da Inglaterra, Hanratty foi um dos últimos homens a receber uma sentença de morte na Inglaterra, antes des...

Paulo
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James Hanratty foi enforcado em 4 de abril de 1962, acusado de assassinato e responsável por um dos julgamentos mais longos da história da Inglaterra, Hanratty foi um dos últimos homens a receber uma sentença de morte na Inglaterra, antes dessa pena ser abolida da legislação. O caso Hanratty se tornou celebre quando uma horda de militantes se uniu à luta da família para reverter o veredito, inclusive John Lennon e Yoko Uno

Por aqui Paulo Henrique escritor e pesquisador criminal e se você se interessa por crimes reais desaparecimentos e mistérios não solucionados te convido a se inscrever no canal para que entenda que o perigo está sempre à espreita, todos os dias lidamos com o animal mais cruel de todos o único que inflige dor pelo prazer de fazê-lo.

 INTRO

BATIDA NO VIDRO

Na noite de 22 de agosto de 1961 o cientista Michael Gregsten, de 36 anos, e a técnica de laboratório Valerie Storie de 22 anos viveram a pior noite de suas vidas, eles eram colegas deem um laboratório em Slough e também amantes. Isso mesmo Gregsten era casado e tinha dois filhos pequenos e, apesar de sua esposa saber do caso, ele e Storie tinha que ser discretos se quisessem usufruir seus momentos de intimidade.

O casal estava planejando a rota para um rali de carro dos funcionários do laboratório. Depois de ir em pub em Taplow, decidiram que gostariam de ficar mais a vontade, então foram até um desvio em um campo de milho perto de Maidenhed, infelizmente eles não ficariam sozinhos por muito tempo, a relação amorosa foi interrompida por uma batida no vidro do automóvel morris minor de Gregsten.

Ele abaixou o vidro e se viu sob a mira de uma arma. O homem que estava com a arma disse que aquilo era um assalto e que estava fugindo das autoridades. Estava com a parte inferior do rosto coberto com um lenço, mas o retirou quando se sentou no banco traseiro e exigiu que Gregsten dirigisse.

Começava aí uma viagem em giros de duas horas, que incluiu uma parada para abastecer, com uma arma em suas costas, gregsten não pode alertar ninguém no posto de gasolina. Mas tentou chamar atenção piscando luzes traseiras, mais tarde, alguns motoristas se lembrariam de ver o pisca-pisca irregular, mas na hora ninguém associou aquele comportamento a um pedido de socorro.

ASSASSINATO SEGUIDO DE ESTUPRO.

A viagem terminou a cerca de 96 km em uma parte da rodovia A6 perto de luton chamada Deadma’s Hill. O atirador exigiu que Gregsten entrasse no desvio. Ele disse que estava com fome pois não comia há algum tempo, mas parecia que dormir era sua prioridade no momento.

Ele disse que amarraria os dois enquanto descansava e prendeu as mãos de storie a maçaneta da porta, mas de forma tão amadora que ela disse que logo conseguiu se soltar. Enquanto isso Gregsten infelizmente fez um movimento que assust0u o atirador que subitamente disparou duas vezes contra Gregsten, os tiros acertaram a cabeça de Gregsten que certamente morreu na hora.

Storie foi estuprada. Depois do abuso ela implorou que o homem levasse o carro e a deixasse com Gregsten. Ele pareceu concordar e pediu a ela que o ajudasse a tirar o corpo do carro. Ele também pediu que ela abrisse o porta-luvas do carro e levou uma pequena quantia em dinheiro. Ela viu o criminoso apenas de relance quando seu rosto foi iluminado pelos faróis de um carro que passava, mas ele resolveu não correr riscos. Disparou várias vezes, acertando Storie com cincos tiros. Presumindo ter liquidado ambas as testemunhas. Saiu rumo a Luton.

ENCONTRADA A ARMA DO CRIME.

Não foi difícil para Storie fingir-se de morta, pois os ferimentos em sua coluna a levariam a ficar paralisada da cintura para baixo. Ela estava bem viva, mas não tinha a menor ideia se sobreviveria a noite. Mas tarde Storie diria que pensou em usar pedras para escrever “olhos azuis, cabelo castanho” para ajudar a identificar o criminoso caso ela não sobrevivesse, mas não encontrou nenhuma ao seu alcance. Foi preciso esperar até as 6h45 da manhã seguinte para, quando um trabalhador rural veio salvá-la.

Naquele mesmo dia o automóvel morris minor foi encontrado em Ilford, cerca de 64 km de onde aconteceu o assassinato e estupro. Em pouco tempo a polícia também estava com a arma do crime em mãos. O Revolver calibre 38 Enfield que matou Michael Gregsten e mutilou Valerie Storie foi encontrado debaixo do banco de um ônibus em Londres. Junto com 60 cartuchos de munição. Um retrato falado do homem procurado foi feito com base no pouco que Storie havia visto. Fora isto do criminoso havia muito pouco em que se basear. Ele havia parecido do nada e desaparecido na noite, executando um ataque aparentemente aleatório.

FICA QUIETA ESTOU PENSANDO!

Em 11 de setembro houve progresso na investigação, quando se descobriu dois cartuchos, usados que vieram da arma do crime em um porão no hotel Vienna, em Maida Vale. O último ocupante do quarto havia sido um tal de Rim Ryan que deu o endereço de Kingsbury. A polícia logo ficou sabendo que Jim Ryan era um pseudônimo usado por james hanratty; outro nome em vista era Peter Alphon que também tinha estad0 no motel usando nome falso. Hanratty e Alphon eram dois pequenos criminosos bem conhecidos da polícia. Embora o segundo parecesse se enquadrar melhor com o retrato falado. Alphon se entregou após ser citado pela polícia em uma coletiva de imprensa em 22 de setembro, mas foi excluído quando Storie não o reconheceu em uma identificação feita dois dias depois. Restou então Hanratty como único suspeito, apesar do fato de Storie ter dito que quem a atacou era aproximadamente de sua altura um pouco mais de 1,6m hanratty tinha 1,76.

A caçada a James Hanrraty havia finalmente começado. Mas ele havia sumido de forma suspeita, percebendo que estava sendo procurado pelo assassinato na A6, Hanratty ligou para o superintendente Basil Acott em 6 de outubro, alegando sua inocência. Rastrearam seu paradeiro até blackpool, onde foi preso de depois de cinco dias. Valerie Storie havia sido transferida para o hospital Stoke Mandeville, onde se organizou uma outra fila de identificação, novamente ela titubeou e não escolheu Hanratty. Uma segunda fila de identificação, onde os homens foram instruídos a falar, resultou em uma identificação positiva, Storie se lembrou da pronuncia pobre do criminoso, principalmente quando ele ordenou; “fique quieta, estou pensando” essas foram as palavras pronunciadas quando ele atirou em Gregsten e storie perguntou se poderia leva-lo a um médico. Agora aquelas palavras estavam sendo usadas para indiciá-lo. Hanratty se destacou na identificação de 13 homens por não conseguir pronunciar o TH corretamente.

CONTROVÉRSIAS

O julgamento teve início em Bedford em 22 de janeiro de 1962 Hanratty declarou-se inocente quanto ao assassinato de Michael Gregsten, detalhe; único crime a qual foi acusado, parece que o estupro foi e a tentativa de assassinato de Storie fora completamente ignorado.

O promotor Graham Swanwick tinha outras testemunhas que para corroborar a identificação do réu por Storie. John Skilett estava a caminho do trabalho na manhã seguinte do crime quando avistou um Morris Minor sendo guiado de forma errática. O carro derrapou e quase bateu nele e quando ele alcançou o carro em uma rotatória, quis chamar a atenção do motorista. Skilett disse que viu bem o ocupante, a quem identificou como sendo Hanratty. Um pedestre chamado James Trower também viu o mesmo incidente e também identificou Hanratty, apesar de um passageiro no carro de Skilett ter escolhido outro homem em duas identificações realizadas pela polícia. Para complicar mais o quadro Hanratty era um motorista experiente e, dessa forma, era pouco provável que ele dirigir erraticamente ou ainda ter precisado de instruções de Storie sobre os controles. Peter Alphon, o homem eliminado das investigações policiais, não havia passado em seu exame de motorista. Essa era apenas uma das controvérsias, que levaria a acusações de a polícia ter costurado provas para se adequar a sua investigação.

Outra surgiu quando o superintende Acott testemunhou. Disse que durante o telefonema que recebeu de Hanratty em 7 de outubro de 1961, ele teria dito que estava em Liverpool quando ocorreu o crime da A6. Mas não poderia dar os nomes de pessoas pois faziam parte de uma organização criminosa e não queria a polícia batendo a sua porta. Acott disse que insistiu para que Hanratty fornecesse os nomes dos 3 homens, mas que este teria se recusado, dizendo que tentaria se livrar da situação sem fornecer essas informações. O advogado de defesa, Michael Sherrard se agarrou a este fato, dizendo que Hanratty falou somente de alguns amigos que poderiam corrobora sua história. Não houve menção do número de homens que poderiam lhe servir de álibi. Sherrard usou isso para desferir um duro golpe duro ataque contra os registros mantidos pela polícia. Ele acusou Acott de ser seletivo com as provas.

MUDANÇA NO ÁLIBI

Para azar de Hanratty as inconsistências do arquivo policial se tornaram uma atração secundária, quando o réu resolver mudar completamente o álibi, depois que acusação encerrou o seu caro, Sherrard previu confiante “as provas que vamos apresentar vão arrancar o último suspiro de suspeição. Agora restava convencer o júri, que já tinha acabado de ouvir que o primeiro álibi apresentado pelo réu era totalmente fabricado. Hanratty foi chamado a testemunhar para explicar a dramática meia volta quanto a seu paradeiro no momento crítico. Ele testemunhou que estava em uma hospedagem em Rhyl a época do assassinato, mas não se lembrava do local exato da pousada nem de alguém de lá que pudesse confirmar sua versão. Era a fragilidade deste álibi que o convenceu a inventar a história contada para a polícia. Hanratty disse que passou a noite de 21 de agosto no hotel Vienna, indo para Liverpool de trem no dia seguinte, a finalidade a viagem seria vender os produtos de roubos recentes, cometidos por ele. Ele lembrou de ter conversado com uma mulher em uma doceria, pedindo informações, fato que foi corroborado pelo testemunho da Sra. Olive Dinwoodie. Alegou ter tomado um ônibus naquela noite até Rhyl, na esperança de encontrar um amigo chamado Terry Evans. Voltou para Liverpool na quinta-feira, dia 24 de agosto e estava de volta a capital na manhã do dia seguinte.

UM VERDADEIRO CAVALHEIRO

Foi dada a largada para encontrar a pousada em Rhy. A lembrança de Hanratty de que havia um banheiro verde no sótão levou a polícia até Ingledene, um estabelecimento na Kinmel Street. A proprietária Grace Jones disse que Hanratty havia se hospedado ali durante a semana de 19 a 26 de agosto. Durante o interrogatório o promotor por parte da acusação o promotor arrancou de Grace a confissão de que não mantinha registros de hospedes que ficavam apenas por uma ou duas noites e, portanto, não havia poderia ter certeza de quando Hanratty se hospedou em Ingledene. O promotor disse não só que não se podia confiar no testemunho de Grace Jones, mas sugeriu ainda que ela estava tentando melhorar seus negócios usando o julgamento como forma sombria de publicidade.

JOHN LENNON E YOKO UNO E COMITÊ DE DEFESA A6

O 'Comitê de Defesa A6' era um grupo autodesignado de militantes e ativistas, que incluía o jornalista Paul Foot e os políticos trabalhistas Fenner Brockway e Joan Lestor, os antigos e atuais parlamentares do eleitorado de Eton & Slough, onde Valerie Storie vivia.  O Comitê foi parcialmente financiado por John Lennon e Yoko Ono, que se reuniram publicamente com a família Hanratty.  O Comitê tentou ajudar Hanratty em sua defesa, e mais tarde tentou refutar sua convicção.

O Comitê A6 fez uma lista de alegações que, segundo eles, indicavam que Alphon era o assassino:

  • Alphon se parecia mais com as fotos do Identikit do que Hanratty;
  • Alphon nunca apresentou um álibi convincente;
  • Ele forneceu um motivo mais confiável do que Hanratty poderia;
  • Ele era um motorista ruim, pois testemunhas tinham visto o Morris Minor sendo conduzido de forma irregular em direção à Redbridge Station;
  • Paul Foot obteve uma cópia de sua conta bancária, mostrando que Alphon recebeu pagamentos em dinheiro totalizando £ 7.569 entre outubro de 1961 e junho de 1962.

Paul Foot advertiu "contra tirar conclusões precipitadas, em particular sobre Peter Alphon ... ele realmente não sabia tanto quanto fingia. Ele certamente não sabia o que alegava - que a Sra. Gregsten foi a principal responsável pelo comissionamento do assassinato." 

LUDOVIC KENNEDY

O jornalista e ativista Ludovic Kennedy escreveu muitos artigos afirmando a inocência de Hanratty. No entanto, em uma nova edição de seu livro, 36 Murders and Two Immoral Earnings , impressa imediatamente após a publicação da evidência de DNA de Hanratty, ele retratou inteiramente essa história de Hanratty.

SENTENÇA DE MORTE

O júri ficou reunido por quase 10 horas antes de retornar com um veredito de culpado. O Juiz Gormam deu a sentença de morte, que o tribunal de recursos não encontrou motivos para reverter ou alterar. O secretário de estado Rob Butler adotou a mesma linha, não encontrando fundamentos para conceder indulto. James Hanratty foi enforcado na prisão de Bedford em 4 de abril de 196. Estava com 25 anos.

A luta para limpar o nome de Hanratty começou quase que imediatamente. Quase uma dúzia de testemunhas acabaram aparecendo para situar Hanratty no Noroeste a época do crime. A família Hanratty argumentou que a polícia não foi nem um pouco diligente na verificação do segundo álibi e tentou processar lorde Butler por descumprimento de dever em 1970.

O processo não foi acolhido; 3 anos antes, em maio de 1967, Peter Alphon deu uma entrevista coletiva em paris e confessou publicamente ser o assassino da A6. Sugeriu que tinha recebido dinheiro de familiares da mulher traída. A esposa de Gregsten para dar um susto no casal. Era um motivo factível, algo que faltou ao caso contra Hanratty e um depósito não explicado de 5.000 libras na conta bancara de Alphon pesava a favor dessa teoria de capataz contratado. Posteriormente retificou sua declaração, mas pode ter sido pelo medo de ser processado criminalmente.

Durante os quarentas anões seguintes, os secretários de governo de ambas correntes políticas, foram pressionados a reexaminar o caso que culminou com James Hanratty sendo enviado para forca. Parecia que os cientistas haviam chegado a uma resposta definitiva em 2002 quando efetuaram a análise de DNA em provas essenciais do caso, contudo, a possibilidade da contaminação das amostras fez com que muitos permanecem firmes em sua convicção de que o julgamento de 21 dias a época o julgamento por assassinato mais longo da história britânica produziu uma condenação insegura.

Esse foi um dos casos e julgamentos mais emblemáticos da história britânica, deixa aí nos comentários o que achou desse caso, se inscreva em nosso canal, compartilha esse vídeo e lembre-se o perigo está sempre à espreita.