Newsletter de Abertura
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Newsletter de Abertura

Nossa relação com o tempo mudou muito nos últimos anos. A tecnologia acelerou boa parte do que fazemos no dia a dia e mesmo aquilo que não mudou, ainda assim parece ser mais rápido. Um dos motivos que vejo para isso não é, necessariamente, qu...

Pedro Fornaza
3 min
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Um texto que eu escrevi

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Em defesa do tédio

Aproveitando o fim do ano, eu comecei a pensar sobre como foi 2022. E percebi 2 coisas: eu não vi o ano passar e a minha sensação era de que eu estava sempre com pressa. Alguns dos meus objetivos esse ano é me desconectar um pouco mais, prestar mais atenção ao presente, aprovetar mais o silêncio e evitar distrações.

Nossa relação com o tempo mudou muito nos últimos anos. A tecnologia acelerou boa parte do que fazemos no dia a dia e mesmo aquilo que não mudou, ainda assim parece ser mais rápido. Um dos motivos que vejo para isso não é, necessariamente, que as coisas levam menos tempo, mas só que a gente percebe menos o tempo passar.

Quantas vezes você lavou a louça sem ouvir música, foi treinar sem fone ou esperou na fila sem olhar o WhatsApp e Instagram? Esses recursos que a gente usa cobrem o “buraco” no tempo e a nossa percepção é de que não demorou tanto assim.

A primeira consequência disso é que cada vez menos sentimos tédio. O que muitas pessoas julgam como bom mas eu vejo como uma coisa negativa. Nosso cérebro organiza informações de uma maneira específica, e se não damos tempo para que ele faça esse processamento, o resultado vai ser impreciso, falta de criatividade, lapsos de memória e estresse. O que acontece quando você não para de comer e não da tempo para o seu estômago digerir?

Esse estimulo constante do cérebro vem minando nossa capacidade de pensar. Cada vez mais agimos e reagimos, sem muito raciocínio profundo. Você já se perguntou, algumas horas depois por que tomou determinada ação? Aquilo foi uma reação imediata, sem pensar (ênfase em “sem pensar”).

Hoje a gente sente um tédio diferente, é mais próximo de um desanimo. O que você esta vendo / fazendo não te anima muito, mas ainda assim te distrai e te mantém fazendo. Para ficar entediado é preciso estar 100% presente.

Ficar em silêncio, inativo, sem distrações e estímulos vai desenvolver habilidades importantes, te permitindo um pensamento mais profundo e que dificilmente se desenvolvem de outra maneira: atenção e paciência.

Ficar entediado é não ter estímulos e distrações e a nossa distração vai passar a ser o pensamento profundo, a reflexão.

PS: Muita gente tem dificuldade para dormir e diz que quando deita, a cabeça não para de pensar e normalmente prefere dormir vendo TV. Pois é. Se você não der espaço e permitir que o cérebro processe as informações quando é conveniente, provavelmente ele vai fazer quando você não quer.


Um livro que eu encontrei

O título é pretensioso e parece mágica ou engação mas o conteúdo é realmente muito bom. O autor aborda principalmente a linguagem não verbal, a motivação e a construção da comunicação. Ou seja, não é só o que você fala, mas seu tom, sua postura, sua atitude e como você fala.

Como convencer alguém em 90 segundos de Nicholas Boothman.
Como convencer alguém em 90 segundos de Nicholas Boothman.

Uma citação que eu li

"Parece-me que o homem não nasceu para ser tão facilmente feliz! A felicidade é como esses palácios das ilhas encantadas que têm as portas guardadas por dragões. É necessário lutar para conquistá-la."

Essa foi a nossa newsletter de abertura. Por aqui vou escrever um pouco sobre o que leio, penso e estudo. Provavelmente vamos ter um pouco de tudo que é interessante.

O que você achou? Me conta a sua opinião.

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