Quando me perguntavam sobre Pequi, tipo... "tem gosto de quê?", eu tentava não dar a única resposta possível: tem gosto de pequi.
Quando me perguntavam sobre Pequi, tipo... "tem gosto de quê?", eu tentava não dar a única resposta possível: tem gosto de pequi. | ||
Igual Belle and Sebastian. Quando as pessoas me perguntavam com o que Belle and Sebastian se parecia, eu não sabia responder. Mas sei que muitas coisas parecem com Belle and Sebastian. | ||
Pequi, por exemplo. | ||
Não o gosto, mas... enfim. | ||
Conheço gente que não gosta de café. Mas na improvável hipótese de alguém que não conhece, fazer a mesma pergunta sobre café... hoje, depois do café que eu tomei na prensa francesa, eu diria: "Café tem gosto de mãe". | ||
Porque chegou uma caixa pelo correio, com as coisas que a minha mãe me mandou. Um cobertor, presentes pras crianças, algumas outras coisas e esse meu presente: uma prensa francesa. | ||
Tá esfriando... um café e um cobertor cabem bem. | ||
Pequi, café, mãe... peculiares como a música do Belle and Sebastian. | ||
A minha mãe? Ah, esse café com gosto de mãe é muito bom. | ||
Porque cada um tem um tipo de mãe e a minha foi um monte de coisas ao longo dos meus 48 anos. Inclusive, tem um período da vida em que a gente não quer saber de mãe. De certa forma, é confortável "não ter mãe". | ||
Foi mais ou menos isso. | ||
E de repente, numa hora em que eu mais precisei, ela reapareceu. | ||
Eu acho o mó barato a gente perscrutar e analisar e elucubrar um monte de coisas e tentar se resolver com o passado: terapia, regressão, constelação, o que quer que seja. | ||
Mas um "Let it go" e um "Carry on" sem muita elaboração também, fazem um bem danado. | ||
Tá esfriando... o inverno traz esse gosto peculiar pra quem passa muito tempo sozinho. | ||
Um café na prensa francesa, um cobertor e um gosto de mãe, ajuda a regular a temperatura. |