Sobrevivendo aos sobreviventes - Beijo, Caio Fernando!
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Sobrevivendo aos sobreviventes - Beijo, Caio Fernando!

Existem uns escritores que foram fundamentais na minha vida.

Randall Neto
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Existem uns escritores que foram fundamentais na minha vida.

Outros, na minha "cof, cof", carreira de escritor.

Um que atua nas duas vertentes é o Caio Fernando Abreu. Penso se o adjetivo mais adequado sobre o que ele representa na minha "formação" seja ESSENCIAL, NECESSÁRIO ou algo do tipo.

Trombei com um trecho de "Os Sobreviventes" num texto da Revista Bula e já sabendo que meus Morangos Mofados não sobreviveram à grande enchente, torci para que esse conto esteja na minha coletânea.

Tá lá!

E tá lá também a minha memória e como tudo aquilo se mistura ao que eu consumi do Alfredinho e do Agenor, em suas bandas e suas músicas e na minha cabeça, olhando pra trás, suas tentativas de fazer na música o que o Caio Fernando fazia nos textos.

Mas eu fico imaginando, hoje, quando faz sentido pensar em sobrevivência, como aquilo tudo podia fazer sentido pra mim, aos 14 ou 15, talvez 16... sobrevivência? Sobreviver não era o drive, nem viver direito eu acho que sabia como!

E aquele ritmo, aquela velocidade, a ausência de parágrafos e tanta coisa! E hoje, não basta reler uma vez... dá vontade de saber de cor! Tudo... são só 7 páginas e um tratado!

E um final que merece virar uma carta de intenções:

"...te desejo uma fé enorme, em qualquer coisa, não importa o quê, como aquela fé que a gente teve um dia, me deseja também uma coisa bem bonita, uma coisa maravilhosa, que me faça acreditar em tudo de novo, que nos faça acreditar em tudo outra vez, que leve pra longe da minha boca este gosto podre de fracasso, esse travo de derrota sem nobreza, não tem jeito, companheiro, nos perdemos no meio da estrada e nunca tivemos mapa algum, ninguém dá mais carona e a noite já vem chegando".

Sri Lanka é logo ali... axé, axé, axé, Odara!