Saúde mental, como estamos?
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Saúde mental, como estamos?

Enquanto pensava sobre estas linhas me lembrei de vários amigos, pessoas queridas cheias de vida e realizações maravilhosas que neste exato momento estão passando por problemas de depressão, pessoas guerreiras que enfrentam um inimigo poderos...

Rapha passarinho
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Enquanto pensava sobre estas linhas me lembrei de vários amigos, pessoas queridas cheias de vida e realizações maravilhosas que neste momento estão passando por problemas de depressão, pessoas guerreiras que enfrentam um inimigo poderoso, invisível e que se materializa de diversas formas. A vocês e todos os outros guerreiros que me inspiram a escrever sobre este assunto tão importante, meu muito obrigado.

Hoje no mundo de acordo com a OMS, a depressão atinge 300 milhões de pessoas (4,4% da população mundial), é considerada a doença do século 21 e nesse cenário o Brasil ocupa a 3 posição em números absolutos de casos de depressão ( 11,5 milhões) e ansiedade (18,6 milhões), perdendo apenas para os países mais populosos, Índia e China. 

Milhões de pessoas doentes, milhões de pais, filhos e esposas. Famílias de todas as classes sociais e econômicas  sem distinções acometidas pela doença. São números assustadores não acham?

A grande questão é; estamos dando a devida atenção ao problema? Como saúde pública e individual ?? Temos o devido apoio e cuidado sobre algo que atinge grande parte dos brasileiros? Infelizmente meus caros a resposta é não. 

Uma das questões que tornam a doença tão perigosa é o fato de ser ainda considerada por muitos como tabu e muito pelo desconhecimento, falta de orientação, desinformação e principalmente preconceito. Digo isso pois infelizmente a grande maioria das pessoas não procuram ajuda por medo de julgamento social, ou ser estigmatizadas como loucas, refletindo em uma sociedade cada vez mais doente. Na esteira da pandemia que restringiu a circulação de pessoas e parou literalmente o seguimento de suas vidas, os problemas atingiram níveis dramáticos refletidos em nosso dia a dia e escancaram a falta de uma cultura voltada para saúde mental. Não vemos debates como temos sobre o Covid, não vemos os governos, falarem sobre o assunto e não vemos as escolas prestarem apoio ou ensinando as crianças sobre estes problemas. A pandemia irá passar, o mundo irá vencer essa batalha, mas como milhões de pessoas doentes ficarão? Quem irá ajudá-los?

Pensando nisso seria de extrema urgência, um plano de cuidado e saúde mental da mesma forma que temos acesso a outros tratamentos de combate a doenças, é extremamente necessário que os formadores de opinião e a grande mídia debatam e joguem luz em um problema tão sério. Milhões de famílias e suas vidas estão sendo destruídas por uma doença que possuí tratamento mas é negligenciada. As escolas cabem desenvolver aulas e orientações para que as crianças aprendam a entender e identificar mudanças de comportamento. Ao setor público e privado, campanhas para que seus funcionários tenham ajuda psicológica e acompanhamento de problemas já detectados.

O legado desta pandemia, não será apenas a quantidade de vidas ceifadas pelo vírus, mas também a quantidade de pessoas que estão doentes mentalmente. Devemos incentivar cada vez mais nossos amigos, familiares e qualquer um que esteja passando por um momento difícil a procurar ajuda especializada, podemos fazer nossa parte e incentivar cada vez mais o cuidado com a saúde mental, tanto coletiva quanto individual. Ao primeiro sinal de mudança súbita de humor ou comportamento, não interprete apenas como uma "fase", procure ajuda, pois o quanto antes você se cuidar mais cedo sairá dessa dura e difícil batalha.