A Ascensão Skywalker quebrou a Profecia do Escolhido?

Quando o primeiro trailer de Star Wars Episódio IX: A Ascensão Skywalker foi divulgado em 12 de abril de 2019, chamou a atenção a risada ouvida no final. Em um primeiro momento, até achei que fosse um novo vilão ou algo do tipo, porém, e em seguida foi confirmado, que era a risada do Imperador Palpatine. Apesar de soar muito estranho, certamente imaginar que íamos ver o icônico vilão de novo (de alguma forma) deu um ar maior de empolgação, embora com um pé atrás.

Na época, saíram entrevistas com os produtores de que a volta do então Imperador estava sendo planejada desde o Episódio VII: O Despertar da Força, ou seja, no início da trilogia. Imaginava que a única forma de ele aparecer novamente seria por um flashback ou como espírito da Força, reforçado pela aparição dos destroços da Segunda Estrela da Morte, já que os fantasmas dos Sith ficam presos no lugar onde eles morreram.

Até que o filme estreou no final daquele mesmo ano. Muitos perceberam logo de cara que, sim, Palpatine estava realmente vivo em carne e osso (embora faltando alguns pedaços). Eu ainda fui um pouco mais otimista imaginando ser só um fantasma, embora, como disse, os fantasmas Sith ficam presos no local onde morrem, e não era o caso de Exegol, já que ele foi derrotado em Endor na Segunda Estrela da Morte. Em meio a uma bagunça no meio do processo, como Palpatine estava vivo, isso dava uma impressão de que o sacrifício de Anakin Skywalker tinha sido em vão. Mas, tudo bem, eles vão ajeitar isso até o final, imaginei, embora já estivesse bem desconfiado.

Muitos dizem que “a Profecia não foi quebrada, porque o equilíbrio não é eterno”. Eu até concordaria com esse argumento se não fosse o Palpatine o Sith vivo. Não bastasse o retorno de um Sith, ainda era o cara que simbolizava a derrota dos Sith e a volta do equilíbrio no Episódio VI. Além disso, o próprio George Lucas já disse que Anakin Skywalker é O Escolhido, ou seja, é algo que transcende a própria saga. Outros dizem que “Rey foi ajudada por Anakin e outros Jedi”. É, ela foi. Mas e se não fosse isso? De qualquer forma, Palpatine estava de volta, por si só, é algo que quebra a redenção de Anakin em O Retorno de Jedi e, consequentemente, a Profecia.

A impressão que fica é que com a morte de Snoke no episódio anterior (Os Últimos Jedi), o Episódio IX teria que ter um vilão, aí tinham que trazer o Palpatine de volta. Tá, mas e o Kylo Ren? Todo mundo estava ansioso pra ver finalmente o Kylo como o vilão máximo da trilogia. Esqueceram do vilão da própria trilogia? Pouco depois, até admitiram que não, Palpatine não estava nos planos desde o Episódio VII. Isso até mancha a credibilidade dos produtores, porque qualquer coisa que disserem a partir de então, o público vai acreditar? Sempre vai ter um pé atrás.

Concluindo, por mais que o pessoal da Lucasfilm diga que a Profecia não foi quebrada, na prática, não é o que se ver no Episódio IX, sem contar que jogaram no lixo um potencial de o Kylo ser o grande vilão da trilogia e a própria Rey de ter um embate derradeiro com ele, além do duelo deles nos destroços da Estrela da Morte. Além disso, o roteiro poderia focar na batalha contra a Primeira Ordem e a própria Ordem Final em Exegol, jogando o Kylo pra enfrentar a Rey no Star Destroyer com a antena principal que dava sustentação à Frota Sith. São sugestões.

O Universo Expandido pode dá algum jeito de explicar e consertar toda essa desordem? Pode. Não sei como, mas vai que. O livro do Episódio IX, que era pra ser algo para expandir o filme, acabou ficando com a parte de tentar explicar o que houve nele, o que por si só já fica estranho, pois o filme deveria amarrar as pontas, e o livro, como disse, servir só como expansão, visto que nem todos vão comprar para ler.

É esperar para ver. E fica a torcida para que essa tal explicação, se forem realmente tentar explicar, não atrapalhem as futuras produções, como os livros, HQ’s e as próprias séries de Star Wars.

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