Leia Organa em Obi-Wan Kenobi: uma boa surpresa

Quando aparece um personagem clássico de Star Wars em uma nova produção, não só um plot twist, mas é o momento em que lembramos a que ponto Star Wars chegou. Não é só a aparição de um simples personagem, são os clássicos. Evidentemente nem sempre só a simples presença de um, não vai por si só salvar a produção, ela precisa ser minimamente boa e coerente. Já tivemos isso com Darth Vader, Luke Skywalker, só para citar os mais marcantes. Leia Organa também já teve seu momento em Rogue One, de uma maneira bem simbólica. Na série Obi-Wan Kenobi, ela apareceu novamente com uma participação bem maior.

Não deve ser fácil incorporar personagens já consagrados, mesmo que seja em um outro momento e em outra idade. Após uma passagem em Tatooine, quando cortou para um outro local e foi mostrado algumas torres bem características e marcantes pelo local, imediatamente na hora veio aquele “É o que eu estou pensando?” E sim, era Alderaan. E aí primeiro veio uma “sósia” se passando por ela, lembrando até a mãe quando era Rainha de Naboo e depois ela deu as caras, bem banguelinha. A Princesa Leia também já foi uma simples criança, como seu pai e seu irmão gêmeo mostrado bem brevemente.

“Desce agora”, disse sua mãe. Se até a Princesa de Alderaan tomou uma bronca, não é mesmo? Existem coisas que quando você assiste algo, percebe-se na cara que aquilo está ali só para passar o tempo. Tem outras que não precisavam também, mas é tão rica e simbólica que você nunca imaginaria que poderia acontecer. Foi o caso da conversa do Bail Organa com Leia. Aquilo é tão maravilhoso de ver e ouvir, porque sabemos o que eles foram e o que serão, como pai e filha.

Mas nem tudo são flores. Ao contrário dos diálogos, que carregaram a série, a direção e as cenas de ação, alguma delas, foram de doer. A cena dos Caçadores de Recompensas perseguindo a Leia é algo que chama atenção negativamente logo de cara. Não dá nem para chamar de Caçadores de Recompensas, isso é para um Boba Fett. Parece desenho animado em que se corre e não sai do lugar e até lá tem mais sentido. Mas, enfim, esse foi um um dos pontos negativos envolvendo a Leia, e perceba que não tem nada a ver com a personagem em si, mas de quem pensou essa cena.

“Quem está escondendo alguma coisa, Princesa?”

“Não precisa me chamar assim. Sou apenas Leia”.

Até pouco tempo nem imaginaria que a Leia poderia aparecer em Obi-Wan Kenobi. E quando ela foi ficando além do terceiro do episódio, e sendo a pessoa a ser resgatada mais ainda no episódio 4, ela ficaria no mínimo até o final da série. E foi o que aconteceu. Nos textos sobre os episódios na nossa página na Pingback falei que já que ela está aqui e parece que está caminhando bem, vamos aproveitar, sendo uma oportunidade única de ver Obi-Wan e ela, algo até inimaginável.

Esse é um dos momentos em que se quebra aquela falácia que adoram espalhar de que “Se não for o que você espera, automaticamente vai ser ruim”. Depende. Existem boas e más surpresas. Neste caso foi boa. Para quem esperava que se passaria só em Tatooine, com um ou dois episódios fora (pelo o que os trailers mostravam), foi uma excelente surpresa. Ver o Obi-Wan gritando “Leia! Leia! Não!”, eu acho que até agora não caiu a ficha do tão bom que foi vê-los juntos. A gente já viu Luke, Han Solo, chamando por ela ou outros oficiais e subordinados. Agora o Obi-Wan? Isso foi uma agradável vinda para ser contada, dele cuidando dela, mesmo que bem brevemente.

E nem preciso falar da última cena entre eles. Ô fan service do bom. Mais uma vez, assim como as surpresas, existe o fan service bom e o ruim. O ruim é aquele que tá ali como algo feito por fazer. O bom é aquele que pode até ser desnecessário, mas é bastante simbólico e pode ser emocionante, como foi neste caso. Crescemos com Anakin e Padmé, seja nas Prequels ou em The Clone Wars. O Obi-Wan está ali para representar muito do que nós até falaríamos para ela, afinal, praticamente servimos com Skywalker no Grande Exército da República e com Amidala no Senado e na Realeza.

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