POR QUE TANTA AVERSÃO À VELHA GUARDA?

Star Wars conquista pessoas de todas as idades, não à toa ultrapassa gerações durante seus mais de 40 anos. Durante todos esses anos e produções sendo lançadas é normal que ocorra conflito de gerações, assim como a vida, entretanto o problema é como ocorre. Quando a Trilogia Prequel foi lançada ocorreu essa divergência, embora já na época tenha sido questionada e com razão e, posteriormente, nas Sequels.

Alguns já até disseram: “as pessoas começam a gostar da trilogia atual, quando a próxima for lançada”. Não é bem assim, até porque antes mesmo do lançamento do Episódio IX: A Ascenção Skywalker, os episódios VII: O Despertar da Força e VIII: Os Últimos Jedi eram bem aceitos por grande parte da fanbase, apesar dos defeitos e da divisão de opiniões, tanto é que depois do Episódio IX, muitos que não gostavam do Episódio VIII, começaram a gostar. Ou seja, não precisou chegar uma nova trilogia para que as Sequels fossem bem vistas, A Ascenção Skywalker conseguiu, da pior forma possível, fazer muitos virem boas coisas nos dois episódios anteriores, sem contar que o mesmo Ascenção Skywalker não conversa nem com os dois longas anteriores da própria trilogia.

Isso é uma forma de demonstrar que divergências ocorrem até mesmo com os que conheceram a saga por uma determinada trilogia, neste caso sobre as Sequels, e é um exemplo bem recente, não tendo completado nem dois anos. Então, por que existem tantos querendo taxar a velha guarda como “saudosistas que não aceitam coisas novas e que não querem dividir seus mundos com eles.”?

Primeiro que se o mundo é de determinada pessoa ela não é obrigada a compartilhar com você, já começa aí, visto que na própria saga, cada um tem seu determinado cânon, fato que até os que trabalham no departamento de história da Lucasfilm já disseram isso. Claro, isso não impede que se tenha um norte para o que deva ser cânon, como por exemplo, a Trilogia Original, a Profecia do Escolhido, etc., e quando um desses pilares nesse sentido for quebrado, obviamente haverá uma reação negativa.

Imagine você está jogando basquete e no meio da partida o juiz decida que agora o jogo é futebol, você está com a mão na bola e ele marca pênalti. Imagine tudo aquilo que você cresceu sabendo, admirando e aprendendo, da noite para o dia ser deixado de lado e ser imposto uma nova maneira de ser cânon. Não adianta querer trocar o pneu do carro com ele em movimento, fica escancarado que algo está errado.

Alguns até ridicularizam o fato do pessoal da velha guarda reclamar que o Luke não é mais o mesmo, de terem estragado Luke Skywalker. De novo, imagina você conhecer o Luke de uma forma e depois ver ele de uma forma totalmente diferente. Ponha-se no lugar da outra pessoa, não são os mesmos que falam pra ter empatia? Até porque, daqui a algum tempo, quando fizerem um filme ou uma série sobre o Ben Solo e não for o que você espera, você vai dizer a mesma coisa “estragaram o meu Ben Solo, esse não é o Kylo Ren que eu conheci”. Ah é, já falaram isso quando assistiram A Ascenção Skywalker, até mesmo quem queria Reylo não gostou da forma como foi feito no Episódio IX.

Sobre não aceitar “coisas novas”, mais uma vez, como você explica Rebels, The Mandalorian ou Rogue One que são aclamados pelos fãs?

Por que Rogue One é o sucesso que é? Ele pega todo um legado deixado por A Vingança dos Sith, The Clone Wars, Rebels (série que ainda estava nas suas temporadas iniciais), e ainda se preocupa com o que vem depois dele, no caso o Episódio IV: Uma Nova Esperança. Rogue One parte do seguinte pensamento: “Eu tenho todo um repertório para me inspirar de histórias que se passam antes de mim e preciso criar uma história que entregue as bases para o que será a história depois de mim. Posso usar X, Y, e Z para chegar no ponto final. E lá em Uma Nova Esperança, quando eles forem assistir, eles dirão: ‘Ah tá! Foi por isso que aquilo está ali!’ ou ‘O grupo Rogue One lutou tanto e se sacrificaram para que isso ocorresse’, como a destruição da Estrela da Morte, por exemplo”.

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