REY NINGUÉM, REY PALPATINE OU REY SKYWALKER? O RETRATO DE UMA BAGUNÇA DE ROTEIRO.

No último trailer de O Despertar da Força lançado pouco tempo antes da estreia do filme em 2015, Maz Kanata pergunta: “Quem é você?”. Em seguida, é possível ouvir a voz da Rey respondendo: “Ninguém”. Quase sempre que surge um personagem novo na saga, uma das possíveis perguntas que podem surgir na mente é: “Esse personagem é filho de quem?”. Isso é um reflexo da própria saga, pois um dos pilares fundamentais das histórias é a família, impulsionado depois da grande revelação vista em O Império Contra-Ataca com o “Eu sou o seu Pai”.

Com a Rey não foi diferente, principalmente depois de O Despertar da Força. Na expectativa para Os Últimos Jedi, muitos se perguntavam de quem ela era filha. Do Luke? De Han e Leia? De Kenobi (por incrível que pareça, pois os números não batem), enfim, as teorias eram várias. Porém, eu esperava que ela fosse filha de “ninguém” como ficou famoso depois da fala de Kylo Ren para ela, e realmente aconteceu no filme. Ou seja, ela poderia criar a sua própria história, ela poderia ser o início da sua própria família, claro, isso não impediria que os Skywalkers pudessem ajudar, ou mesmo Han Solo em O Despertar da Força. Ela não seria uma ingrata que desprezaria os Skywalkers, afinal, eles a ajudaram, bem como era tratada quase como da família.

Estava indo tudo bem, até chegar A Ascensão Skywalker com sua necessidade forçada em querer fazer um plot twist de ela ser uma Palpatine, depois uma Skywalker. Uma das justificativas para terem colocado um parentesco nela, foi porque “alguns fãs queriam que ela fosse filha ou parente de uma dessas famílias”. Tá, vamos lá. Eu gostaria de perguntar a excelentíssima Kathleen Kennedy ou J.J. Abrams que grupo de debate, fórum ou discord vocês estavam frequentando? Porque não tinha ninguém pedindo isso. Os Últimos Jedi até poderia ter rachado a fanbase, mas a explicação de os pais dela serem “ninguém” era algo que todos concordavam. Com todos os seus defeitos e divergência de opiniões, esse era um ponto pacífico. Era uma zona de paz praticamente. Por que os senhores quiseram inventar uma dessa no último filme?

Isso mostra a bagunça na produção, fato que a própria interprete da Rey, Daisy Ridley, já disse em entrevistas. Uma hora ela era parente deste, outra hora daquele, e assim ia. Como disse, Os Últimos Jedi pode ter seus defeitos, houve uma divisão de opiniões, o que até aí seria natural e aceitável. Inventar uma linha de parentesco sem pé nem cabeça assim do nada, sem nenhuma explicação plausível? Por quê?

E aí hoje ficamos nessa dúvida, alguns preferem Rey Ninguém, outros Rey Palpatine ou Rey Skywalker. Uma verdadeira bagunça, sendo que era algo que já estava muito bem explicado em Os Últimos Jedi. Quem não acompanha a saga de perto pode achar que quem prefira Rey Ninguém, prefira por ser algo ruim, mas não é. É justamente o contrário. Repito, seria o início de uma nova família na saga, iniciada pela Rey, assim como a Shmi com a Skywalker, o Han com a Solo, Galen e Lyra com a Erso e, além disso, ser praticamente uma Skywalker pela proximidade, sem precisar do sobrenome, assim como foi Ahsoka Tano, Qui-Gon Jinn e Obi-Wan Kenobi, que não são da família, mas são tão próximos que são quase considerados como parte dela. Verdadeiros amigos.

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