O desejo ilusório da massa bolsonarista
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O desejo ilusório da massa bolsonarista

  O ano de 2022 se encerrou de maneira frustrante para um grande (e até surpreendente) grupo de pessoas. Grupo este que, após o resultado das eleições presidenciais de outubro, colocaram todas as suas esperanças nas forças armadas brasileiras...

Pedro Henrique
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  O ano de 2022 se encerrou de maneira frustrante para um grande (e até surpreendente) grupo de pessoas. Grupo este que, após o resultado das eleições presidenciais de outubro, colocaram todas as suas esperanças nas forças armadas brasileiras, acreditando que estas seriam a solução para impedir o avanço do comunismo no Brasil. Foram iludidos! E esta ilusão se deu por dois motivos, basicamente:

  1. Acreditaram que o exército brasileiro poderia atender as "preces" dos patriotas que estavam em frente aos quartéis e ser, assim, a solução para o problema político da Nação 
  2. Ignoraram a guerra cultural, questão que deveria ser o verdadeiro foco daqueles que se dizem "defensores da Direita brasileira"

  Os patriotas falharam por colocarem sua fé em quem já havia errado miseravelmente na história do Brasil. Acreditaram naqueles que iniciaram o período de maior instabilidade da Nação: a era da República. 

  Para exemplificar o que estou querendo dizer, recordo que a tão “adorada” república presidencialista do Brasil não surgiu de maneira democrática. Ela nasceu de um golpe ocorrido lá em 1889, cujo "impulsionador" foi o exército positivista brasileiro. Estes, contra a vontade do povo que desejava a permanência do imperador, destituíram a grande figura de D. Pedro II, dando assim o pontapé inicial para a enorme instabilidade política do séc XX. 

  As mudanças de constituição em um curto período de tempo, o golpe de Getúlio e a ditadura militar (novamente eles aparecem na história de maneira infeliz) foram todos frutos que vieram da maldita intervenção dos militares, que sob caricatura de "boazinha", comemoramos no dia 15 de novembro como feriado nacional.

  Colocar as esperanças naqueles que quando se envolveram em política fizeram tanto estrago, é no mínimo imprudência (para não dizer burrice). Não nego que haja boa intenção por parte dos manifestantes que não querem o Lula de volta à cena do crime. Mas eles estão buscando a solução no lugar errado. O exército brasileiro já se mostrou, por seus antecedentes, incapaz de dirigir uma mudança política em território nacional.

  Na realidade, o que muitos ignoram é que mesmo Bolsonaro estando no "poder" nesses últimos 4 anos, o sistema não estava com ele. A máquina estatal não era Bolsonaro, não era de Direita. A cultura já estava dominada pelo “lado vermelho da força”, e não seria um presidente (que sozinho não faz porr** nenhuma) que mudaria as coisas. Enquanto Bolsonaro estava lá "governando", os jovens continuavam sendo doutrinados nas universidades por professores cujo desejo é formar novos marxistas ou ainda estavam pensando com qual gênero se identificam.

  O que estou querendo dizer é que ter alguém de "Direita" no poder não faz com que tudo o que esteja dentro do âmbito cultural da sociedade seja de Direita. Enquanto o aclamado "capitão do povo" estava sentado na cadeira presidencial, as manifestações culturais, tais como a música, o cinema e o teatro, continuaram sendo dominadas pelo pensamento marxista, e são essas coisas que se fazem presentes diariamente na vida de milhões de pessoas. O fenômeno Anitta, símbolo da depravação sexual, continuou fazendo parte do dia a dia dos adolescentes e jovens; aquele professor de Direito da USP ou da UFRJ, continuou ensinando seus alunos a serem relativistas; seu filho de 5 anos, que você larga com o celular na mão, permaneceu assistindo aquele desenho que apresenta o casamento gay como sendo "normal". Ter um representante no poder, mas não "dominar" a cultura, não se fazer presente nela, de pouco adianta.


  O Bolsonaro estar no cargo de presidente foi um avanço importante para o movimento anti-marxista brasileiro, mas não representa nem 5% do trabalho que precisa ser feito caso os chamados "conservadores" desejam conquistar a hegemonia do pensamento cultural nacional. Enquanto a esquerda dominar os jornais, as músicas, as escolas e o cinema, as ideias de Marx, Lênin e Gramsci permanecerão, mesmo que de maneira inconsciente, no imaginário do povo brasileiro.

  Sendo assim, afirmo que as forças armadas não são a solução para o problema político brasileiro. Na verdade, acredito que elas seriam até um empecilho para o movimento anti-revolucionário. Estar em frente dos quartéis foi importante para mostrar oposição ao novo governo, porém mais do que ficar gritando "intervenção federal", buscar formar a si próprio e aos outros ao seu redor, construindo assim uma elite intelectualmente formada, e estar presente nos meios de comunicação, já infectado pelo vírus do marxismo, devem ser o real empreendimento desses que lutam contra o terror do comunismo em nossa nação.

“Será que finalmente o nosso povo vai entender que eleger um presidente da República não é um meio eficiente de defender o país contra a dominação dos larápios comunoglobalistas” - Olavo de Carvalho