Euromaidan, 2013
Euromaidan, 2013 | ||
Tudo começou em 1º de novembro de 2013, quando milhares de ucranianos lotaram a Praça da Independência, que fica em Kiev, para realizar protestos, posteriormente conhecidos como Euromaidan. | ||
A população reivindicava pela entrada do país na União Europeia, por um distanciamento de Moscou e por menos influência russa no governo do presidente da época, Víktor Yanukóvytch. | ||
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No entanto, o mesmo presidente, que era apoiado por Putin, reprimiu as manifestações com violência policial e permitiu que a Berkut (espécie de tropa de choque ucraniana) abrisse fogo contra os envolvidos no ato. O resultado foi um longo protesto que durou 91 dias, com 125 civis mortos e outros 1890 feridos. Ao fim, Yanukóvytch precisou fugir da Ucrânia e deixou a presidência do país. | ||
*Recomendo uma série da Netflix chamada Winter on Fire para entender melhor | ||
Invasão da Crimeia e Donbas; Acordos de Minsk, 2014 e 2015 | ||
Em 2014, como resposta à queda do presidente ucraniano pró-russo, o Kremlin invadiu e anexou ao seu domínio a região da Crimeia (que pertence à Ucrânia e sempre foi vista por Moscou como área estratégica, já que é a única saída russa para o mar através de águas quentes e que não congelam durante um extenso período do ano). | ||
A partir daí, o governo moscovita passou também a apoiar separatistas do leste ucraniano na região de Donbas (Donetsk e Lugansk), onde vivem muitos russos, para que esses iniciassem uma ofensiva contra Kiev, em busca de independência. | ||
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Desde então, o território presenciou um conflito entre os separatistas russos e as forças militares ucranianas. Mais de 10 mill pessoas morreram e acordos de cessar-fogo precisaram ser assinados. O primeiro em 2014, conhecido como Protocolo de Minsk, o segundo em 2015, o Minsk 2. Os ataques nunca acabaram de fato, mas diminuíram consideravelmente. | ||
100 mil soldados russos na Fronteira com a Ucrânia, 2021 | ||
No fim do ano passado, a Rússia posicionou mais de 100.000 soldados na fronteira com a Ucrânia e a tensão reacendeu. Os líderes de Moscou alegaram que estavam agrupando suas tropas naquela região apenas para realização rotineira de exercícios militares, mas que poderiam retirá-las dali caso os EUA garantissem que a Ucrânia nunca, em hipótese alguma, faria parte da OTAN (aliança militar liderada pelos norte-americanos e que engloba uma série de países europeus) e se os Ianques também afirmassem, formalmente, que não aumentariam sua presença bélica nos países do leste europeu. | ||
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Com a recusa de Washington em atender aos pedidos do Kremlin, um longo esforço diplomático se estendeu ao decorrer dos últimos meses e os russos chegaram a até dizer, na semana passada, que estavam retirando seus soldados da fronteira. Porém, na segunda-feira (21), em um logo discurso, Putin reconheceu os Oblasts (nome que se dá aos distritos ucranianos) de Donestks e Lugansk como estados independentes da Ucrânia, disse que os ucranianos foram uma criação russa, contestou a existência do país e ordenou que suas tropas invadissem a região para “restaurar a paz”. | ||
A invasão russa da Ucrânia em larga escala, 2022 | ||
Hoje (24), o presidente russo determinou uma “operação militar especial”, que oficialmente aconteceria na região de Donbas, mas, como o governo ucraniano informou mais tarde, se tratava de um ataque em larga escala em todo o país. | ||
A Rússia atacou diversas regiões, incluindo a capital, Kiev. | ||
Autoridades ucranianas dizem que, pelo menos, 50 russos foram mortos e seis aviões teriam sido abatidos no leste do país; depois, foi divulgado que 40 soldados ucranianos também morreram. Não há número oficial de mortes divulgado até o momento. | ||
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Holodomor, Chernobyl e Russificação | ||
Rússia e Ucrânia tem um histórico bastante desgastado ao longo da história. Mais de 6 milhões de ucranianos morreram de fome no Holodomor, conhecido como genocídio pela fome, praticado pela União Soviética em 1932-33. | ||
Durante o Império Russo, tradições ucranianas e a língua ucraniana foram proibidas, processo chamado de russificação. | ||
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O desastre de Chernobyl, em 1986, também foi uma tragédia que aconteceu durante o regime de Moscou e matou várias pessoas no país. | ||
Todas essas histórias, até hoje, são presentes na memória desses povos e explica um pouco do que acontece agora. | ||
Portanto, não precisa defender os EUA, nem a Rússia ou escolher um lado político. Apenas reconhecer que a Ucrânia é vítima disso tudo e merece ser defendida. |