Acho que chegou a hora de você planejar seu podcast.

E isso nem é só por conta do fenômeno mais recente, o podcast jornalístico A Mulher da Casa Abandonada, feito por Chico Felitti para a Folha de S. Paulo. A série em áudio virou uma verdadeira tsunami na internet, gerando conteúdos paralelos, discussões de fãs e até encontros presenciais. Tudo isso para fazer parte da investigação de um formato de conteúdo que o povo adora: o true crime.

Os dados são dos Estados Unidos, mas refletem uma tendência global. Os podcasts sobre crimes são o 3º gênero mais ouvido, logo atrás de notícias e humor.

Mas isso não quer dizer que você ou sua empresa precisam virar investigadores para criar um podcast. O que a Mulher da Casa Abandonada revela é o potencial ainda crescente do formato para engajar a audiência.

Segundo os dados mais recentes do IAB Brasil, 76% dos entrevistados criaram hábitos e rotinas para consumir conteúdos em áudio em 2021, em comparação a 40% em 2019. Não é difícil de perceber isso quando fenômenos como o Podpah alcançam mais de 50 milhões de espectadores, ou quando o programa Mano a Mano, do Mano Brown, se torna o mais ouvido no Spotify Brasil. Ou quando os dois se encontram e alcançam 292 mil pessoas ao vivo!

Mais acessível

Além disso, as ferramentas para criação de podcasts estão ficando cada vez mais acessíveis. Hoje, a Apple domina o formato, com mais de 43 milhões de downloads. Spotify vem logo atrás, com 28 milhões. E justamente para atravessar essa distância, a empresa anunciou duas novidades:

Primeiro, vai liberar a opção de podcasts em vídeo para os criadores brasileiros — isso abre uma grande porta para quem curte ir além do áudio e não quer ficar refém do que o YouTube pode ou não oferecer.

A plataforma anunciou também que vai liberar a opção de criar podcasts direto no app do Spotify. Hoje já é possível fazer isso por uma plataforma parceira, Anchor, mas tudo passará a ficar integrado em um só lugar. Isso deve potencializar — e muito — a produção de novos programas.

Chegou a hora

Então vou deixar aqui as dicas para você começar a explorar o universo da criação de conteúdos em áudio:

1. Crie uma periodicidade sustentável. Semanal é o ideal, mas mensal já é bom.
2. Pense em um formato. Nem tudo precisa ser bate papo. Uma narrativa pode funcionar bem, assim como uma leitura de novidades. O que importa é engajar.
3. Tenha duração entre 20 e 40 minutos. É a ideal, segundo o público.
4. Pense por temporadas. Ter em mente os temas de pelo menos 5 episódios antes de começar a gravar o primeiro é o jeito certo.
5. Invista em equipamentos. Microfone bom, sala com isolamento de som, tudo importa quando você vai precisar só de áudio para atrair o público.
6. Contrate uma edição dedicada. E garanta que isso vai deixar o programa com personalidade própria.
7. Acompanhe os números. Que trechos engajam mais, quais episódios tiveram mais audiência. E depois, use isso para construir novos episódios. Mantenha a conversa ativa para criar uma audiência engajada!

QUE DIA É HOJE?

Eu não sei se você notou, mas a edição desta semana da RECHEIO chegou com 24 horas de atraso. Foi problema interno aqui da produção (= eu). Agradecemos a paciência e semana que vem voltaremos ao horário normal da programação: quartas-feiras, às 7h08, na sua caixa de entrada.

RECHEADA DE INFORMAÇÃO

Um gráfico pra você pensar…

TÁ QUENTINHO

As principais novidades e tendências do mundo do conteúdo.

Instagram vai ter live fora do mobile

Boas notícias para quem faz live para dar aquele up no engajamento. O Instagram está (finalmente) testando um recurso para que seja possível fazer transmissões ao vivo através de softwares externos, como OBS, Streamyard e Wirecast. Isso vai permitir maior controle sobre a transmissão, além de uso de pacotes gráficos e cortes de câmera. Mais importante: vai dar para transmitir simultaneamente para mais de um canal. Quem espera sempre alcança (mais gente).

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Twitter, me tira dessa conversa (e me coloca em outra)

Agora você pode tirar o seu @ de uma conversa em que tenha sido marcada no Twitter. A função “Unmetioning” aparece no menu do post onde seu perfil tenha sido marcado e, assim, você para de receber notificações sobre a conversa. É uma forma da rede social reduzir o assédio direcionado. OUTRA COISA: a rede do passarinho também está testando uma nova opção de co-autoria de tweets (Cotweets), mais ou menos como os posts colab do Instagram, onde um conteúdo sai com mais de 1 autoria. Prevejo uma adoção imediata nas ações de marca com influencers…

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Spotify compra joginho para engajar

Fazer companhia também é parte de criar conteúdo. Eu falei disso lá atrás quando o New York Times comprou o game Wordle e estou repetindo agora que o Spotify comprou um clone dele chamado Heardle. Nele, você tenta adivinhar qual é a música em até seis tentativas. Quando a resposta aparecer, será em um link direto para a plataforma musical. O valor do negócio não foi divulgado.

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As 12 regras infalíveis pra bombar no Insta

Você sabe que eu odeio fórmulas mágicas, mas essa lista copilada pela Hootsuite para crescer no Instagram tem ótimos insights. Basicamente:

1. Use o Instagram Reels
2. Mas não apenas o Instagram Reels… por enquanto
3. Poste regularmente
4. Foque em contas de alto valor do seu segmento
5. Engaje com sua audiência
6. Escolha as hashtags certas
7. Crie ótimas legendas
8. Crie uma bio completa e efetiva
9. Colabore com creators
10. Poste quando sua audiência estiver online
11. Seja original - e verdadeiro com sua marca
12. Teste o Instagram Ads

Os detalhes de cada dica você encontra no site do Hootsuite.

É CASE QUE VOCÊ QUER, @?

Então se inspire aqui nesse exemplão de conteúdo.

Toda marca quer falar da própria marca na sua área de conteúdo de… marca. Mas que tal fazer de um jeito interessante? Inspire-se na Microsoft, que tem uma seção chamada Stories, onde compartilha casos reais e humanos em que a tecnologia da empresa impactou positivamente. Na prática, muito pouco é falado sobre a empresa e o maior espaço é dedicado às pessoas e causas afetadas pelas soluções da Microsoft. É o tal do conteúdo com consciência que a gente tanto defende.

BOCADITOS

Links rápidos para leituras demoradas.

• As 50 melhores capas de livros de 2021.

• Como as marcas estão explorando o interesse da Geração Z pela nostalgia.

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Por Alberto Cataldi, head estrategista de conteúdo e jornalista. Me segue lá no Linkedinho que também compartilho coisas deste universo (e memes).

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