Errar no Flamengo pesa o triplo
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Errar no Flamengo pesa o triplo

Que o Flamengo tem a maior torcida do Brasil é fato. Que seu poder midiático é fora de controle, idem. E o seu poder de criar ídolos e destruir outros também é conhecido.

Rica Perrone
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Que o Flamengo tem a maior torcida do Brasil é fato. Que seu poder midiático é fora de controle, idem. E o seu poder de criar ídolos e destruir outros também é conhecido.

Mas tem alguns casos recentes, especialmente com treinadores, que indicam um caminho complicado e um tanto quanto injusto. 

A análise do torcedor do Flamengo é legítima. Mas o eco não pode ser. 

Luxemburgo passou pelo Flamengo, não deu muito certo, caiu 3 degraus no conceito que tinha. 

Muricy desde que foi demitido nunca mais trabalhou. Porque quis, mas saiu de lá menos Muricy do que entrou.

Temos casos semelhantes como Cuca, que chegou gênio, saiu burro. E meses depois salvou o Flu de um rebaixamento impossível.

Renato, por 4 anos aclamado no Grêmio e nome quase unanime entre os tops do país. Fez resultados, mas não os que o Flamengo queria. Virou um treinador de segunda linha em 4 meses. 

Abel comandou o Flamengo e não fez funcionar. O já galático time que teve seus reforços junto da chegada do Jesus passou a voar. E Abel, por conta de uma frase justa mas que o torcedor não entende, virou um "merda".

Ser treinador do Flamengo na era digital é um risco maior do que uma oportunidade. Se você não lhes der o que eles esperam, não há meio termo. A mídia replica pra falar a lingua do torcedor e joga profissionais com 40 anos de futebol na vala como se não soubessem nada. 

Abel teve quase o gostinho de ser campeão em cima do Flamengo em 2020. Faltou 10 cm da perna do Edenilson. E ali, seria "a derrota do Fla", pra não exaltar a vitória do Abel.

Abel que foi demitido por fazer um grande Brasileirão. 

Ontem o Renato era o queridinho de todos até pra vaga do ótimo Tite. Hoje ele não presta e é retrocesso.

Se isso lhe parece normal, não há qualquer senso critico na sua análise. O Flamengo é um clube que tem problemas e dificuldades em dirigi-lo como qualquer outro. 

É muito grande. É muito difícil. Talvez não a toa o campeão de 2009 nunca mais conseguiu empregos bons. 

Jogamos décadas de trabalho no lixo por meses e depois queremos calma dos clubes brasileiros com treinadores. Não gostar desse ou daquele, normal. Mudar de solução pra imprestável por uma passagem num clube é covardia.

E é o que temos feito. Como sempre fizemos com Zagallo, com tanta gente nossa. 

É só uma questão de respeito. Pode não ser seu nome ideal, mas de top a lixo em meses é um exagero midiático que não tem sentido algum. 

RicaPerrone