Salve(m) o Tricolor paulista

Sã0 20 anos de poder. Desde Marcelo Portugal, em 2002, o São Paulo alterna presidentes que fazem parte do mesmo grupo. 

Aidar ganhou sem adversário. Chapa única. 

Leco, Casares, Juvenal, todos parte da mesma diretoria. Com rachas, discordâncias e acordos, sempre foram da mesma linhagem, o que não me parecia um problema enquanto pudéssemos trocar.

A decisão do presidente poder ser reeleito, pauta master do "golpe", é a que menos me atinge. Se for bom, que fique. Se não, saia. Não muda muito.

O que é feito em volta disso pra garantir sua eleição é que é grave.

Mexer no conselho, no formato, e tudo com a clara intenção de perpetuação no poder. 

A idéia de conselheiros ocuparem cargos no clube é tão ultrapassada que chega a ser constrangedora discuti-la. 

Era pra estarmos indo na direção de S/A. Não na de clube com mais poderes pra dirigentes, que nada mais são do que torcedores de terno. 

O Tricolor agoniza em sua propria arrogancia, pregada em 2005, propagada em 2007 e aceita pela sua torcida em 2008.

Arrogância no futebol sulamericano é bem cara. E estamos pagando. Seguiremos pagando.

Dívida que só aumenta, rivais na frente em estrutura, resultados ridículos e times sem a menor personalidade. 

Subindo pra arquibancada, a acomodação institucional do clube é tamanha que nem mesmo a torcida escapa. Dos grandes clubes brasileiros deve ser a única a não conseguir sequer criar músicas de incentivo sem que seja uma exaltação a organizada. 

Sócio estagnado. Clube parado no tempo. Diretoria sem oposição. Clube social mandando na eleição cujo foco em 99,9% é futebol. 

Politica pura. Devastadora.

O clube que se fez referência hoje copia. E copia o que há de pior. 

Sempre digo: Nada é mais fácil do que arrebentar um clube com o time vencendo. É a hora que ninguém está olhando. 

Hoje, em crise, na merda, fizeram na nossa cara. Ou seja, nem mesmo a vergonha de mexer na hora errada eles tem mais.

Salvem o Tricolor Paulista. Esse amado clube brasileiro, tão forte, tão grande, que hoje passa longe de ser o primeiro.

Ainda que bem amado seja, tuas glórias estão cada vez mais no passado. 

Esse nome que ostentou dignamente, hoje é uma aposta. Todo ano, apostas. Pode vingar, pode não vingar, afinal, é futebol. 

Mas imaginar um cenário onde essa onda de mais política, mais poder e menos fiscalização nos leve a algum lugar é um sonho.

E sonhar o SPFC sempre fez acordado, com a taça na mão, o Morumbi lotado e os outros aplaudindo em pé.

Que sigam as vacas magras. Antes que morram de fome. 

RicaPerrone

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