O "campeão" voltou
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O "campeão" voltou

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Rica Perrone
3 min
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Eu sei que você não. Mas eu adoro ver o Flamengo sofrer e sair vencedor.

Eu sei que você prefere a paz de uma goleada. Mas eu não consigo olhar pra essa camisa, o Maracanã lotado e não pensar nele em pânico até o último minuto.

Sua vocação é a marra, o deboche, a vitória cantada antes da hora, a derrota humilhante e as conquistas improváveis. Tornou-se tão provável ver o Flamengo campeão que chega a faltar alguma coisa quando ele ergue a taça. 

E hoje, no duelo mental mais forte dos últimos tempos, o Flamengo achou forças pra virar um jogo que ele mereceu perder. E eu vou te dizer o que me fascina no Flamengo.

O mesmo que no Corinthians. O poder que esses dois times tem de não entregar o que esperamos deles. De mudar tudo num gesto em campo ou na arquibancada. 

Quem diria que o Corinthians faria o jogo brilhante que fez hoje? Ninguém. E fez. Mereceu vencer. Deixou tudo que tinha em campo, mas não levou o que queria dele: a taça. 

O gol do Pedro, o milagre do Cássio, o gesto da torcida corintiana, o gol perdido do Guedes, a pressão absurda do Corinthians, o gol do Giuliano, a defesa do Cássio, o chute do Fagner, tudo isso trocava o titulo de mãos no detalhe o tempo todo.

O Maracanã alternava entre a euforia e fé com medo e silêncio. O jogo mental era jogado por 70 mil pessoas dos dois lados sem um segundo de interrupção. Foi monumental  a decisão. 

Não ouse mentir pra mim e dizer que não pensou nisso. Porque você pensou. Todos pensaram.

Quando fez, não segurou. A forma com que ele comemorou o gol de pênalti mudou o ambiente de novo. Ali era o Corinthians que tinha que buscar e não mais o Flamengo que tentava evitar uma derrota.

O Flamengo foi de desafiado a desafiante diversas vezes no jogo. E como bem sabemos, só poderia ser campeão quando estivesse buscando uma virada e não segurando uma conquista.

O Flamengo não mantém títulos. Conquista-os. 

O erro as vezes é achar que ele não pode perder algo que ainda não é dele. Mas quando lhe fica claro que não é seu mas que pode busca-lo, ele busca. 

E é esse Flamengo que me apaixona. Por mais que você prefira a dama de salto alto e vestido, eu aprendi a gostar foi dessa "vadia". E nada vai mudar isso.

Parabéns, "ordinária"!  Ninguém faz como você faz.