Episódio 01 | Geração de dados
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Episódio 01 | Geração de dados

Como Storytelling será relevante no futuro?

Rodrigo Portaro
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O FUTURO DO STORYTELLING

Introdução à série

Para falar sobre o futuro (iminente) do storytelling e como ele está se transformando, precisamos deixar claro àquilo que nunca mudará: os princípios que fazem uma história ser uma boa história. 

Procuro ser cauteloso ao usar palavras radicais como “nunca”, no entanto, dessa vez eu me arrisco, pois boas histórias imitam a vida. Enquanto a natureza humana não mudar, os princípios não mudarão. Enquanto o ser humano tiver desejos e medos, querer pertencer e ser amados, sentir vergonha, culpa ou alegria, lutar pelo que é justo e se revoltar com o que é injusto, os princípios continuarão vigentes. Sem “updates”. Desde Aristoteles (384 a.C.) não temos evidências de mudança e provavelmente não veremos tão cedo.

⚓️ Então, saiba que nada do você encontrar neste material poderá atingir seu máximo potencial, caso os princípios de uma boa história não sejam respeitados. Respeite os princípios e navegue com liberdade!

Ao mergulhar nesse universo você verá que muito do acontecerá no futuro já está acontecendo hoje, ou então, sendo criados hoje. O intuito deste material não é falar de futurismo ficcional, é retratar as tendências em iminência de acontecer. O futuro breve.

✅ Ao longo das próximas semanas passaremos por diversos universos promissores para as boas histórias e suas tendências:

  • Histórias nos Games
  • Histórias em Áudio
  • Histórias em Texto
  • O poder das comunidades em torno de histórias
  • Metaverse e Inteligência Artificial nas histórias
  • Monetização de histórias
  • Crypto e a Arte das histórias
  • Educação em torno das histórias
  • E muito mais...

👨‍🍳 Meu intuito é servir você da melhor maneira possível com informação e ideias, portanto, durante as próximas semanas, você está convidado(a) a sugerir temas, mandar dúvidas, propor mudanças. Basta enviar diretamente para mim clicando aqui.

Novamente, sejam bem vindos à minha newsletter. 

Meu nome é Rodrigo Portaro e esse é o futuro do Storytelling. 


EPISÓDIO 01 | Geração de dados

A tendência 📈

🚢 Hoje falaremos sobre a tendência geral para o futuro das boas histórias, para que você entenda o contexto e os "porquês" das tendências existirem. E claro, te ajudar a navegar neste universo, nas novas formas de se criar e contar historias no mundo atual. 

🧙‍♂️ A tendência geral é estimular novas experiências que promovam conexão social. Ou seja, reforçar ainda mais a função mais importante de uma boa história.

Explico. 

Dados e mais Dados 🎲 

🔮  O mundo hoje gira em torno de dados. Empresas como Google, Facebook e Amazon são poderosas por terem acesso a informações valiosas que os ajudam a estipular o que é a realidade. Eles conseguem responder perguntas sobre você, sem nunca te conhecer. Eles entendem a cultura de uma nação sem nunca ter a visitado. Eles prevem o que pode acontecer amanhã, sem usar bola de cristal. E muito, mas muito mais do que isso.

Hoje, não só as grandes empresas fazem isso, mas as pequenas também e qualquer indivíduo em uma rede social também tem acesso a dados de suas redes. O acesso a informações nos trás maior entendimento do que está acontecendo no presente e no passado, é sinônimo de entender o futuro e as novas possibilidades. E isso é fascinante para o ser humano (seja para o bem ou para o mal). Portanto, cada novo produto ou serviço que você encontra por aí, pago ou gratuito, provavelmente está em busca de dados.

😲 Por que você acha que a Amazon possui serviços de streaming de filmes e séries, bem como um market place de livros, se são operações que não trazem retornos financeiros relevantes? Pois, esses serviços os ajudam a entender o que seus clientes gostam, querem, desejam, se interessam, e isso os ajuda a vender mais seu serviço principal. 

A oportunidade que existe ainda é praticamente infinita. Pois ainda existem portas que não foram abertas ou que estão sendo abertas agora. Ainda existem:

  • Dados que ainda não fomos capazes de capturar;
  • Dados que não conseguimos capturar com precisão;
  • Dados que serão gerados pela Inteligência Artificial (robôs);
  • Dados que serão gerados pela interação da Inteligência Artificial e seres humanos;
  • Dados gerados no universo de blockchain;

Enfim. Nada disso é novo. Tudo já existe e já está acontecendo hoje. E não temos como não falar de futuro do storytelling sem falar de tecnologia. 

Tecnologia e novas formas de extrair dados 💻

A tecnologia é relevante para as histórias assim como ela é relevante para o mundo e todos os negócios, pois ela nos possibilitou a criar e coletar dados de maneira exponencial. Ou seja, com menos esforço ou com o mesmo esforço da época onde não existia tecnologia, agora estamos criando e coletando uma quantidade absurdamente maior de dados. O que era impossível fazer pessoalmente, agora é possível virtualmente. 

Então, uma forma de enxergar o futuro, é que todos os serviços e produtos com base tecnológica do presente e do futuro visam criar novas formas de gerar, extrair, cruzar e interpretar dados que nunca ninguém teve acesso. E assim, proporcionar novas experiências através de serviços e produtos, que abrirão novas possibilidades. 

No final das contas, a geração de novos dados é apenas resultado de novas interações sociais. 

  • Seja de indivíduos com outros indivíduos
  • Seja de indivíduos com uma máquina
  • Seja de indivíduos com eles mesmos (interno)
  • Seja da máquina com ela mesma

Afinal, como as histórias aparecem em meio a isso tudo?

Chegamos ao que realmente interessa.

🔥 As histórias são elementos que por natureza estimulam a interação social. Não é a toa que desde os tempos das cavernas, sentávamos em volta do fogo para compartilhar as histórias vividas no dia, e hoje nós continuamos esse ritual em torno de uma mesa de bar, jantar ou trabalho.

Aliás, nós já entendemos o ato de compartilhar nossas histórias nas redes sociais. Mas o universo das histórias não pára nas histórias pessoais do dia a dia. Existem muitas outras formas de histórias, como ficção, por exemplo. Boas histórias permeiam nossas vidas de diferentes maneiras e dimensões. O que torna nossa missão de entender o futuro do storytelling mais difícil. 

🧐 Hoje, compartilhamos nossas histórias, assistimos histórias e vivemos histórias.

✔️ A) Compartilhamos histórias

Nós compartilhamos nossas histórias basicamente de 03 maneiras:

  • 1) Pessoalmente: seja no trabalho, na mesa de jantar, no encontro com os amigos, e tantos outros lugares. Os dados que são gerados nessas interações são armazenados apenas na mente de quem esteve presente ou de quem ficou sabendo do que aconteceu ali. Correndo o risco de haver distorções, omissões e generalizações dos dados.
  • 2) Virtualmente: nas redes sociais, seja nos stories, nos posts, nos artigos, nos blogs e vlogs, ou em qualquer canal que nos conecte aos nossos amigos, familiares e curiosos estejam. OS dados gerados nessas interações são armazenados na "máquina", com muito menos risco de distorção, generalização e omissão dos dados. 

Obs: No ambiente virtual, temos uma forma mais poderosa de gerar, extrair, cruzar e interpretar dados.  Podemos contar e ouvir/ler mais histórias ao longo de um dia, para mais pessoas, gerando mais interações, tudo de maneira exponencial. Ao mesmo tempo, perdendo informações importantíssimas que só conseguimos captar (por enquanto) de maneira presencial: a energia, os pequenos detalhes, o cheiro, e outras coisas. 

Percebam como em ambos os casos o ato de compartilhar sua história implica existir o outro. Inclusive para a terceira maneira:

  • 3) Você com você mesmo(a): as histórias que você conta silenciosamente para você mesmo(a) todos os dias. Neste caso, os dados gerados são mais nebulosos. Muitas vezes não serão nem armazenados. Esqueceremos. Muitas vezes serão dados tão importantes, complexos e profundos que teremos dificuldade de processar. Mas de qualquer maneira, esses dados serão armazenados apenas na mente de quem pensou. Correndo o risco de haver distorções, omissões e generalizações dos dados.

Nesse caso é você conversando com o seu outro você. Muito doido! Sim, contamos histórias todos os dias para nós mesmos. Acontece e é a maneira mais comum de contarmos histórias. 

✔️ B) Assistimos histórias

Nós assistimos histórias basicamente de 02 maneiras:

  • 1) Presencialmente |  Assistindo histórias: É o caso dos filmes nos cinemas e peças teatrais. 
  • 2) Virtualmente | Assistindo histórias: É principalmente o caso dos streamings

✔️ C) Vivemos histórias

E nós vivemos histórias basicamente de 02 maneiras:

  • 1) Presencialmente |  Vivendo: É forma como nós agimos e reagimos no dia a dia, como protagonistas da nossa própria vida, com nossos desejos e necessidades, passando pelos perrengues que é viver. 
  • 2) Virtualmente | Criando: É onde você ganha vida através de personagens virtuais, para vivenciar vidas virtuais. É o universo dos GAMES. 

🪡COSTURANDO OS PONTOS

🚪Todas essas maneiras de nos relacionarmos com as histórias, abrem milhões de oportunidades de se criar novos negócios. Eles já estão surgindo e eu vou trazer exemplos para vocês ao longo da série.

💡Se empresas e empresários buscam novos negócios que sejam influentes no mundo, em outras palavras, eles querem empresas que sejam capazes de gerar novas interações sociais.

🤯 Uma prova de que isso é extremamente relevante, é a publicação de um dos mais respeitados Venture Capitals do mundo (Andreessen Horowitz) que levou o título "Social Stryker Back!", onde eles trazem o conceito de Social +. Em outras palavras, eles estão de olho em empresas em que a interação social seja parte do produto ou serviço principal. 

Eu vivo no universo das startups e por isso sigo publicações de Venture Capitals e estou sempre muito ligado no que está acontecendo no mundo. Foi essa publicação me inspirou a olhar especificamente para o universo das histórias e seu futuro, pois muito do que eles trazem nessa publicação, afetará o universo das histórias. 

COMO SABER O QUE VAI MUDAR NO UNIVERSO DO STORYTELLING?

💡💡💡 Bom, vejo 03 formas de fazer isso:

1) Observar o que hoje são experiências que chamamos de "single players", ou seja, experiências que você não interage com ninguém. Por exemplo: O Cinema. Podcasts. Alguns Games. Livros. Teatro. A pergunta que fica é: Como tornar esses produtos em "multiplayer"? Pois é desta forma que geraremos ainda mais interações e dados.

2) Pensar em experiências que sejam multiplayer, ricas em interações sociais, mas que os dados não sejam capturados e processados. Por exemplo: Uma conversa de bar. Uma aula presencial na escola. 

3) Procurar pelos canais que já possuem a tecnologia para gerar, extrair, cruzar e interpretar dados, através de interações sociais, mas que não tenham explorado o poder das histórias como uma forma de gerar novos dados.

E ASSIM FINALIZAMOS O PRIMEIRO EPISÓDIO

Você deve ter percebido que o universo das boas histórias tem muito para evoluir. A tecnologia está mudando a forma como nós nos relacionamos com as histórias. E talvez a sensação é de incômodo. Afinal, onde isso vai parar? 

♥️ Meu intuito com os próximos episódios é mostrar como o futuro pode ser fantástico para os storytellers.  Eu olho para tudo isso que falamos e tenho o sentimento de "quero construir esse futuro, quero viver para ver ele acontecer".  Pois sou otimista e acredito que boas histórias podem mudar uma vida e mudar o mundo.

🙏 Eu fui impactado pelo poder das boas histórias muitas vezes. Você também já deve ter sido impactado(a). O que eu vejo com todas essas possibilidades são histórias voando ainda mais longe, de maneira ainda mais poderosa, mudando ainda mais vidas.

To be continued...

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Rodrigo Portaro | sócio fundador da academia da Trama, Professor de Storytelling e Gamefication da PUC-RS online e Sócio Conselheiro da The Plot Company e do Master Talks.