O plano é simples: ter poucos e bons fãs!
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O plano é simples: ter poucos e bons fãs!

Criadores de história monetizando seu trabalho.

Rodrigo Portaro
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🎬 Olá Storytellers!

Eu tenho defendido uma possível ideia que ajudaria criadores de história a viverem do seu talento, que é a construção de suas próprias audiências fora das redes sociais. Quem quiser ler meu artigo sobre como criar uma base de fãs, está aqui (conteúdo premium). Eu acredito que a tendência para o mercado das histórias é a descentralização de poder que poucos players possuem. Quem quiser ler mais a respeito também publiquei um artigo sobre isso aqui (gratuito). 

OS CRIADORES DE CONTEÚDO

Eu sou um criador de conteúdo querendo viver do meu talento. Essa newsletter que tem sua versão paga, e é uma forma de monetizar meu tempo e meu trabalho. E para quem está escrevendo por hobby, está funcionando muito bem ($$)! Mas assim como eu, existem mais de 50 milhões de criadores no mundo, tentando viver de seus talentos. 

Quando eu falo que o movimento atual para criadores é construir suas próprias audiências, não estou tentando ser um guru visionário. Isso já está acontecendo com criadores de conteúdo no geral e tem dado muito resultado. Por exemplo:

🔥 A plataforma Teachable, que viabiliza criadores de cursos a construirem sua audiência própria em torno do seu conteúdo, transacionou mais de 10 milhões de dólares com apenas 02 criadores de cursos nos últimos 365 dias. Por mês, eles têm transacionado mais de 50 milhões de dólares com seus criadores de cursos.  

Assim como criadores de cursos, existem criadores em outras verticais: 

  1. Newsletters, onde a  Pingback (essa ferramenta que estou usando agora) que viabiliza que criadores monetizem sua escrita. 
  2. Podcasts como a Glow que viabilizam criadores de áudio a monetizarem sua voz.
  3. Conteúdo adulto como OnlyFans que viabilizam monetizar... muitas coisas que não apenas o corpo. Ps: não se trata apenas de conteúdo sex work, mas também de conteúdo adulto em qualquer outra área de atuação. Muito interessante. 

Ou então, criadores tem procurado plataformas horizontalizadas, onde o criador pode construir sua audiência em torno de vídeos, newsletters e outros como o Patreon (cujo os fundadores são ex Youtube). 

Todas elas já são plataformas consolidadas que estão tornando REAL o sonho de artistas e outros criadores viverem de seus talentos e paixões de maneira totalmente independente. 

MAS E OS CRIADORES DE HISTÓRIAS?

🤷 A verdade é que criadores de histórias são criadores de conteúdo tanto quanto os outros criadores, e ainda não enxergaram essas ferramentas como uma possibilidade de monetizar seu trabalho.

Talvez isso aconteça por que existam alguns obstáculos que precisam ser vencidos:

  1. Criar boas histórias não é como criar conteúdo instantâneo como Tik Toks. Boas histórias são arte, e não se produz arte a "toque de caixa". No entanto, uma certa quantidade de conteúdo é necessário para manter sua audiência engajada. Portanto, alguns podem pensar que esse modelo de negócio não funcionaria para artistas. No entanto, em torno do processo de criação de uma história, é possível gerar MUITO conteúdo. Exemplo: (a) mostrar o processo de criação de um personagem ou do universo da história, (b) fazer divulgação de trechos da história para testar a audiência, (c) interagir com fãs para fazer um casting de atores, chamá-los para participar das gravações e (d) muitos outros tipos de conteúdos. Sejam criativos. Ou seja, na minha opinião, além de artista, o criador de histórias PRECISA ser um gerador de conteúdo, PRECISA querer e saber servir sua audiência, e PRECISA de parceiros que o ajude caso ele não consiga fazer sozinho. Se não estiver disposto, também não pode reclamar que não consegue viver da sua arte. 
  2. Criadores de história normalmente não possuem conhecimento profundo de negócios. Eles tem dificuldade em estabelecer rotinas, priorizar trabalhos, mapear métricas, desenvolver estratégias de marketing e de go to market, controlar budget, diversificar receita, reduzir custos, otimizar processos. Enfim. Isso pode ser um grande obstáculo. Portanto, criadores de histórias PRECISAM estar abertos a estudar negócios, ou PRECISAM ter com ele parceiros que farão isso por ele. 
  3. Consumidores de história não estão acostumados a consumir conteúdo independente. Isso é uma verdade que praticamente nunca foi testada, exceto o cinema independente. Mas em algum momento da história, quem compraria um curso de um professor desempregado? Quem pagaria para receber notícias de alguém que nunca ouviu falar que existe? Quem pagaria para uma pessoa te entreter na internet com vídeos engraçados? Todos esses mercados foram transformados em lugares seguros e se tornaram sólidos, pois a audiência compra pela qualidade do conteúdo. Então, eu acredito que as pessoas vão consumir TAMBÉM filmes e séries fora da Netflix ou da Disney+ se as histórias forem boas. Ou então, as pessoas vão pagar por newsletters de histórias ao invés de comprar livros. Ou então, pagarão por histórias em áudio para seus filhos dormirem. Enfim. 

🚨 Se alguém enxergar outras dificuldades importantes, que não estejam mapeadas acima, mandem para mim, por favor! 

A CONFUSÃO DO QUE SIGNIFICA CRIAR SUA PRÓPRIA AUDIÊNCIA

Quando eu falo que para viver da sua arte é preciso criar suas próprias audiências e ter seus próprios fãs, parece que estou falando sobre construir uma base de milhares ou milhões de seguidores, assim como acontece com os criadores e influencers nas redes sociais, mas isso não é o que quero dizer

A cultura de acreditar que para ganhar dinheiro com seu conteúdo é preciso ter milhões de acessos e viralizar, vem das redes sociais como Youtube, Instagram, Tik Tok e Facebook.

Isso por que, o modelo de negócio só fica de pé se houver audiência. Afinal, a audiência (você) é o produto. MAS a realidade fora das redes sociais é absolutamente outra. 

🤔 Enquanto que nas redes sociais é preciso ter literalmente milhões de seguidores para conseguir viver do seu talento, nas novas plataformas tudo que você precisa é de 100 bons fãs.

Adaptei uma teoria visionária de Kevin Kelly publicada em um artigo de março de 2008 chamado de "1.000 true fans".

Como assim apenas cem (100) bons fãs?

🤯 Se você tiver 100 bons fãs, dispostos a pagar  mil reais no ANO, um criador de histórias tem R$ 100.000,00 de receita anual. Isso significa um salário de 8,3 mil reais por mês para você poder viver o seu sonho. Está ruim?

Esses mil reais, pode parecer muito em um ano, mas pense que mil reais você pode cobrar por 01 curso online bem produzido sobre sua arte, pode ser um subscription de R$ 83,33 por mês para ter acesso a tudo que mencionamos nesse artigo, pode ser a venda um box com produtos trimestrais, pode ser uma experiência inusitada, pode ser o que o criador quiser!

Você acha que mil reais é muito? Então inverta a ordem. Que tal 1.000 fãs pagando 100 por ano (teoria de Kevin Kelly)? Dá na mesma! Crie produtos, serviços e experiências mais baratas e atinja mais fãs!

😱 Agora...Imagina se for em dólar.

Nem vou falar nada. É só fazer contas de como isso pode ser bom. =P

A verdade é que esse modelo de negócio de construção de suas próprias audiências é muito menos megalomaníaco do que tentar ganhar a vida nas redes sociais, e é muito mais crível que seja possível. Nem precisa ser o Cérebro do Pink e o Cérebro. 

ENTÃO É FÁCIL! BORA COMEÇAR!

Só que não me entendam mal, não estou dizendo que esse plano é algo fácil de construir. Muito pelo contrário! Criar fãs exige MUITO TRABALHO. Muito mesmo. Você precisa ser hábil para criar algo que as pessoas amem. Isso leva tempo. 

Você precisará testar várias ideias, reciclar seus fãs, aprender a dinâmica que melhor funciona, se sentirá inútil, se sentirá injustiçado(a), terá vontade de desistir, até que em algum momento, as coisas começarão a fluir.

O caminho é árduo, mas uma vez que você consegue crescer, você ganha a liberdade de criar sua arte, de dedicar seu tempo para aquilo que realmente importa: criar suas histórias. 

💡E adivinhe só. Quando sua história estiver pronta, você terá uma base de fãs que podem te ajudar com doações para seus projetos, com marketing gratuito/orgânico sobre sua nova história, podem ser seus primeiros ingressos vendidos, enfim. Novas fontes de receita. Mas isso é papo para outra hora. 

Espero que tenham percebido como criar a sua própria audiência é um ativo que pode te acompanhar par ao resto da vida. 

Lembre-se tudo que você precisa são poucos e bons fãs. 

To be continued...

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🚨 Todo gerador de conteúdo está dedicando horas de trabalho e conhecimento acumulado para levar até você insights que podem te ajudar a viver o  dia a dia. Apoie um gerador de conteúdo sempre que achar que vale a pena, para que ele dê continuidade nesse trabalho. 

⚠️Sobre a construção deste conteúdo: 

  1. Horas de pesquisa: 05 horas de pesquisas dos números
  2. Horas de escrita: 02h 
  3. Revisão: 01 revisão de terceiros

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Rodrigo Portaro é Fundador da Academia da Trama que cria soluções para criadores de histórias do mundo do entretenimento a pensarem suas histórias como negócios. Rodrigo também é sócio conselheiro  da The Plot Company que teve Joni Galvão e Robert Mckee como sócio (o cara que ajudou a Pixar a escrever Toy Story e mais de 60 alunos a vencer o Oscar).