Jesus Cristo recebeu seu povo do pai muito antes da fundação do mundo. E de forma identicamente antiga é o amor que tem por ele. Um amor que redime, salva e proporciona refrigério, um alívio que só o Senhor pode fazer recair sobre os ombros d...
Leitura: Mateus 11.28-30 | ||
Jesus Cristo recebeu seu povo do pai muito antes da fundação do mundo. E de forma identicamente antiga é o amor que tem por ele. Um amor que redime, salva e proporciona refrigério, um alívio que só o Senhor pode fazer recair sobre os ombros dos aflitos de seu povo. Uma das características mais marcantes dos fortes candidatos a receber o alívio prometido por Jesus é um evidente cansaço. A palavra de Jesus neste trecho do Evangelho segundo Mateus veio originalmente para um povo que vivia oprimido pelo jugo carnal imposto por anciãos fariseus que chegavam a deturpar a Lei cerimonial com rígidas interpretações humanas. Mas, tanto quanto eles, hoje o povo sofre também com extrema fadiga de suas almas mergulhadas no lamaçal dos pecados e com uma condição imunda diante de Deus. É como se em seus ombros pairasse uma bigorna de cada lado sendo carregadas de um lado a outro em suas vidas cotidianas. Às vezes aparentam terem se acostumado a carregar este fardo, a suportar os tortos caminhos que o jugo do mundo perdido os impõe, mas é apenas aparência forçada e forjada para encarar de frente os anseios fúteis da maioria ímpia. E nosso Senhor veio principalmente para que a eternidade seja diferente para os que Nele creem, justamente os que a Ele foram dados pelo Pai soberano. Entretanto, não é apenas para a eternidade futura o alívio de Cristo, é para hoje, para agora. | ||
Cada um de nós provavelmente já se viu nesta sensação terrível de não tolerar mais andar com o fardo que carregamos. E, de fato, todos padecemos em pecado até que o Espírito de Deus nos regenere e aplique a salvadora Fé, vindo então a aceitar Jesus como Mestre e único Salvador. Sem exceção individual ou coletiva, a humanidade carrega nos ombros o peso das bigornas e o doloroso jugo endurecido da vida apartada das veredas do Pai. E ainda que prosperem os ímpios nas coisas de ímpios, que são as riquezas e valores deste mundo, suas almas não podem encontrar verdadeira paz e jazem diante do mínimo prejuízo aos seus tesouros que o ladrão pode roubar; o fardo é pesado a todos, o jugo é um só e o inimigo adoraria segurar as rédeas, guiando-nos rumo ao abismo. A constatação das condições descritas é obra do espírito santo de Deus nos seus, e esta obra é fundamentada na vontade do Pai e na consumação do Filho. Aqueles que o Espírito convence e constrange ao arrependimento são os que Jesus chama com a oferta de alívio. Um alívio tão eterno quanto para hoje. | ||
A maneira determinada por Jesus para que tenhamos a graça do descanso para nossas almas é deixarmos o jugo do pecado, tomando sobre nós o próprio jugo de Cristo. E neste ponto a promessa de alívio ganha seu caráter de compromisso; “aprendei de mim” Ele diz, e é disto que resulta a substituição do fardo pesado e do jugo duro pelos respectivos leve e suave que são atribuídos pelo Senhor a si mesmo. Ele vem para tirar seu povo daquela opressão cruel e colocar sua igreja sob nova aliança, na qual o pecado é extirpado de nós enquanto dívida e a vida santa colocada como voluntário compromisso de obediência dos regenerados e não mais como tarefa condicionante para a obtenção de Salvação. Vejamos como a fundamentação para o alívio é colocada por jesus sobre si mesmo: “vinde a mim”. Ele é a razão para que possa existir alívio, sem ele somente restaria choro e ranger de entes também não só para agora como para toda a eternidade. | ||
Aprender de Jesus é aprender de tudo o que ele disse e de tudo o que as escrituras dizem, pois é por Ele que elas existem. Ele não diz, apesar disso, que com isso obteremos alívio. Antes diz que Ele nos aliviará (Ele nos dará descanso, na tradução da KJV) e também nesta certeza reside o alívio. Não se trata de esforços que façamos, não se trata de mérito que suponhamos poder alcançar; trata-se, resume-se e fundamenta-se exclusivamente na pessoa de Cristo, na boa vontade do pai e na perfeita ação do espírito santo, sando todos estes “itens” na verdade uma obra só, de um só Deus. Quando nos aconchegamos sob o cuidado de Jesus, o adorando e servindo somos confortados com esta segurança, o alívio doado não por um rei que reinará um dia, mas por um que já reina entre nós. O alívio é para hoje, a esperança para o futuro e a comunhão para sempre. Ainda que choremos nos dias em que ainda habitaremos neste mundo e ainda que o fardo pareça estar ficando pesado, não devemos esquecer de como jesus abre seu chamado ao alívio: “Vinde a mim”. | ||
Desejas alívio hoje? Está cansado agora? Vá a Jesus e receba o alívio certo, vá ao Filho de Deus e tenha sobre si um fardo leve e um jugo suave. Não se trata de uma esdrúxula promessa de vida fácil e próspera nas coisas do mundo feita por alguma igreja mergulhada na adequação do Evangelho ao pós-modernismo, trata-se da novidade de vida onde o temor encontra auxílio, onde a doença encontra cura e amparo (às vezes os dois, nunca nenhum), onde a fome não o alcançará pois o pão da vida será seu alimento. E nem mesmo a morte lhe causará desespero, pois, além de ser manso e humilde de coração (vers. 29) você estará sob o terno cuidado Daquele que subjugou a morte! A vida eterna que está por vir é dada agora e o nascer de novo é exatamente isso: a morte do velho pecador aflito e a ressurreição celestial de um filho de Deus em Cristo Jesus. O contrário desta certeza é deleite do inimigo, a falta deste descanso confiante é a razão do escárnio dos ímpios e, o que é muito pior, tudo isto é combustível perfeito para que o crente tenha tristeza e fraqueza na fé. | ||
Uma fé débil é um resultado evidente do pouco conhecimento de Cristo, de não ter atendido plenamente o chamado para o alívio. A carência conhecimento da Palavra do Senhor é falta de alicerce para a alma salva habitar segura neste mundo, cercada pela corrupção que anseia por tragar o povo de Deus. Se fraquejamos então somos fortes, pois Deus promete que é justamente na fraqueza que Seu poder se aperfeiçoa. Regozijar-se nesta fraqueza, entretanto, é um tanto complicado para muitos corações, mas novamente o remédio para esta doença temos que indicar repetindo as palavras do Senhor Jesus: “Vinde a mim… Tomai sobre vós o meu jugo… Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.” Vamos todos a Jesus, para o descanso eterno que começa agora! |