Existem inúmeras pesquisas sobre a importância da inteligência emocional. Uma delas, realizada pela Career Builder, aponta que mais da metade (59%) dos gerentes disseram que não contratariam um candidato com baixo nível de quociente emocional...
Existem inúmeras pesquisas sobre a importância da inteligência emocional. Uma delas, realizada pela Career Builder, aponta que mais da metade (59%) dos gerentes disseram que não contratariam um candidato com baixo nível de quociente emocional. | ||
Agora, pensando na realidade do médico, quantos possuem uma excelente formação técnica, mas têm dificuldade de perceber o paciente, de relacionar-se e adaptar-se ao perfil de comunicação do outro? Muitos. E sabemos, na realidade atual da prática médica, que ser bom tecnicamente já não é o bastante. As soft skills (termo em inglês usado para definir habilidades comportamentais) tornam-se extremamente necessárias, visto que o sucesso profissional vai se basear, em breve, na capacidade de se posicionar e se comunicar. | ||
Para um profissional da área da Saúde, isso interfere diretamente em suas relações com o paciente. Para ter sucesso na comunicação e na administração das situações, é importante acessar as próprias emoções e ter a agilidade emocional. Assim, o profissional terá mais facilidade em lidar com as intercorrências no ambiente hospitalar, por exemplo, podendo se tornar um profissional equilibrado e capaz de tomar as melhores decisões. | ||
Mas de onde surgem as emoções? | ||
A palavra emoção vem do latim emovere: o “e” vem de “ex, para fora”, enquanto “movere” significa movimento. Ou seja, o termo pode designar tanto o movimento de colocar para fora algo que sentimos dentro de nós quanto algo que nos move e que nos impulsiona. | ||
E, de certa forma, o termo expressa isso bem. As emoções são um conjunto de respostas fisiológicas, ou seja, do nosso corpo, que começam de forma automática em resposta a algum estímulo no ambiente externo, como uma imagem ou som, ou do ambiente interno, ou seja, de nossa mente, como um pensamento ou uma lembrança. | ||
Então, esses estímulos emocionais acionam uma reação automática em nosso cérebro, gerando uma resposta automática em nosso corpo por meio de hormônios do sistema endócrino. Só após a reação corporal começamos a perceber conscientemente que estamos sentindo alguma coisa. É isso que chamamos de “sentimentos”. É essa coisa “interna” que sentimos em nosso corpo e que nos faz mover ou agir. | ||
Além da emoção, temos o humor. Ele é parecido com a emoção, ou seja, é uma resposta do corpo mediada por hormônios, também interpretada como algum sentimento. A diferença é que o humor tem uma duração mais longa, de horas. Além disso, é um sentimento difuso, mais difícil de categorizar e que pode ocorrer mesmo sem que nada aparente o inicie. Sabe quando você acorda de manhã se sentindo disposto ou às vezes mais “pra baixo”? Ou quando, ao longo do dia, você se sente mais irritado? | ||
A emoção é diferente: é uma resposta rápida e específica a alguma coisa fora ou dentro de nós, mesmo que por vezes não percebamos o que está causando isso. Além disso, as emoções são mais fáceis de categorizar e distinguir. Sabemos bem diferenciar quando sentimos medo ou raiva, por exemplo. | ||
O que de fato é inteligência emocional? | ||
É a capacidade de um indivíduo perceber e administrar as próprias emoções e usá-las a seu favor. Além disso, é, também, compreender as emoções das outras pessoas, construindo assim relações saudáveis e fazendo escolhas assertivas e acertadas. | ||
A pessoa com inteligência emocional sabe pensar, sentir e agir de forma consciente e criativa, sem deixar que emoções inadequadas controlem sua vida e se acumulem de forma a reproduzir ou criar traumas. Lembre-se, sentir emoção é essencial, mas no momento certo e da maneira certa. | ||
Assim, essas pessoas terão maior probabilidade de se sentir satisfeitas e de ser eficientes em suas vidas, sabendo administrar bem situações afetivas que possam prejudicar sua performance e produtividade; já as pessoas que não possuem nenhum controle da vida emocional vivem batalhas internas constantes, implicando em prejuízos profissionais e baixa clareza de pensamento. | ||
Divide-se a inteligência emocional em quatro pilares. São eles: | ||
| ||
É a habilidade de entender qual seu “perfil” afetivo, assim como suas principais características pessoais e, consequentemente, suas forças e fraquezas. | ||
| ||
Controlar seus sentimentos e expressá-los de maneira apropriada em cada situação é uma habilidade fundamental. | ||
| ||
Empatia é a habilidade de ser um bom ouvinte, entender as emoções dos outros e perceber como o que você diz é compreendido pelos demais. Pessoas empáticas conseguem entender os sentimentos por trás do que os outros dizem e têm facilidade para ajudar as pessoas. Uma boa dica para melhorar nessa habilidade é sempre perguntar-se o que está por trás das palavras das pessoas, diminuindo o pré-julgamento. | ||
| ||
Pessoas que sabem gerenciar relacionamentos são notadas pelas capacidades de influenciar os outros, gerir conflitos e trabalhar em equipe. A dica é entender que cada pessoa funciona de uma maneira e que é sua responsabilidade aprender o funcionamento de cada uma delas para, então, moldar como você se comporta. | ||
A inteligência emocional, com suas aptidões, torna-se, então, extremamente necessária ao médico do futuro. Não apenas para que haja sucesso profissional, mas, principalmente, para que haja abundância de qualidade de vida – para si e para os pacientes. | ||
Muito sucesso no desenvolvimento desta competência! |